"Tornei-me insano, com longos intervalos de uma horrível sanidade" - Edgar Allan Poe

W. R. SANTHOS

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Escritor. Pintor. Cineasta Amador.

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segunda-feira, 24 de julho de 2017

O Terror de Sherlock Holmes - Parte 1




“Existe vida após a morte Watson, e ela é terrível”.

Essa foi a ultima coisa que escutei do meu sincero amigo Holmes. Seria curioso ouvir essas palavras da boca dele, se o terror na sua voz, coisa que nunca antes tinha escutado, fosse tão claro. Ele que sempre foi um intelecto puro e até mesmo arrogante quanto a coisas de fins sobrenaturais, por esse motivo essa frase parecia tão surreal e mal encaixada.


Depois de me proferir essa frase, meu amigo simplesmente desapareceu sem deixar rastros, faz uma semana que o procuro sem sucesso, ou ao menos uma pista do seu paradeiro, esse mistério está me deixando cada vez mais preocupado e com medo do que pode vir. Sinto as coisas estranhas, isso que já tivemos várias aventuras que me fizeram borrar nas calças diversas vezes, essa, porém estava me deixando angustiado mesmo sem saber o que estava acontecendo.


 Há uma semana ele viajou sem mim para Espanha, me disse simplesmente que precisava encontrar um amigo de longa data que precisava de ajuda. Não me disse nome da pessoa, nem o nome da cidade ou vilarejo, não achei estranho, era típico dele fazer essas coisas, nunca achou necessário ou nem passava por sua cabeça me contar certas coisas que poderiam ser importantes.

Me deixou um bilhete “Preciso me ausentar por uma semana, um amigo precisa da minha ajuda. Fique um tempo sem mim, Caro Watson.”, escreveu isso em um papel bem simples, e se foi para seu destino. Vasculhei todas as suas anotações procurando esse tal ”amigo” nunca mencionado antes. A palavra amigo era uma coisa que ele não dizia com muita frequência, não encontrei nenhuma menção a Espanha ou qualquer amigo que poderia encontrar lá, não tenho as habilidades dele pra investigação, como que ele sempre deixou claro, estava sem pistas e sem saber o que fazer, precisava de ajuda urgentemente.


Inspector Lestrade me ofereceu ajuda nessa missão, mesmo achando que era mais um capricho de Holmes. Ele fez de tudo, ou me disse que fez de tudo, mas não encontrou nada que pudesse ajudar. Felizmente eu encontrei ontem um artefato misterioso, que seria apenas um objeto comum se não fosse pelo o que ele me fez.

Todas as luzes da casa se apagaram quando toquei naquele punhal esquisito, de repente achei que o chão tinha me abandonado, me senti flutuando e rodando feito um peão desgovernado, como se tivesse ido para em outro lugar. Quando voltei do que tinha acontecido comigo, horas tinham passado e estava completamente suado, meu coração disparado era como um bate estaca.

Só isso já seria uma coisa fora do comum, mas meu braço ardia, e lá agora continha uma marca, como se tivesse sido feito em brasa, um símbolo que nunca tinha visto na minha vida.


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