"Tornei-me insano, com longos intervalos de uma horrível sanidade" - Edgar Allan Poe

W. R. SANTHOS

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Escritor. Pintor. Cineasta Amador.

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domingo, 25 de setembro de 2011

O Ônibus



O último ônibus a circular de noite na linha do centro era o Diretão 666, que saia da estação as 11:30 e chegava no final da linha exatamente 12:45 da madrugada. O ônibus sempre lotava com trabalhadores, estudantes e pessoas de idade, o ônibus era velho e balançava muito, os assentos já estavam gastos, o motorista era um homem experiente, seu Tadeu era motorista de ônibus há trinta anos, estava perto de se aposentar, o cobrador pelo contrário era um garoto de 24 anos que adorava paquerar duas amigas que saiam da faculdade e pegavam o ônibus pra chegar em casa. Os passageiros eram os mais diversos possíveis, tinha desde senhoras de idade a adolescentes voltando dos seus colégios ou faculdades, havia sempre homens suspeitos e alguns fazendo bagunça no fundo do ônibus, era uma linha aparentemente normal até o fato que aconteceria essa noite.

O ônibus partiu da sua estação no horário programado, essa era a ultima viagem de Seu Tadeu, depois dessa noite ele se aposentaria, estava feliz sabia que quando chegasse em casa uma festinha já estava preparada, por isso pisou no acelerador pra não atrasar nem um segundo.

O céu estava meio carregado naquela noite, logo iria chover ou cair uma severa tempestade, já perto da metade da viagem uma mulher começa a passar mal, ela apertava a barriga sentindo muita dor, alguns passageiros a acudiram no momento que ela começou a gritar de dor e logo desmaia, o ônibus estava passando em um caminho deserto no momento e cercado todos os lados por mato com uma estrada de chão batido, não tinha o porquê de seu Tadeu parar ali não tinha nenhuma ajuda naquelas redondezas. A mulher começa a se contorcer como se estivesse tendo um ataque epilético, os passageiros se assustam, e se assustam ainda mais quando ela começa a falar coisas estranhas em outras línguas e com uma voz rouca que não parecia a voz de uma mulher, a chuva caia lá fora quando o ônibus para abruptamente jogando diversos passageiros no chão.


Todos ficam confusos por seu Tadeu ter parado o ônibus naquela maneira naquele local deserto cercado por mato, o cobrador se levanta e vai falar com seu Tadeu, mas ele não sabia o que tinha acontecido de repente o ônibus havia parado completamente, seu Tadeu tentou de todas as maneiras fazer o ônibus funcionar, mas nenhuma adiantou, as luzes do ônibus se apagam houvesse um grito agudo no meio do ônibus e depois um silêncio absoluto, minutos depois a luz volta, na mesma hora todos percebem que algo sinistro tinha acontecido, o vidro do motorista estava banhado de sangue, e esse sangue era de seu Tadeu que se encontrava morto sobre o volante.

Todos se apavoram e tentam sair do ônibus, mas outra coisa sem explicação acontece as portas e janelas não abriam de jeito nenhum, de alguma maneira elas estavam seladas, não adiantava bater, chutar ou empurrar, nada quebrava aqueles vidros, era uma coisa muito estranha já que o ônibus era velho.


Depois de várias tentativas frustradas todos os passageiros foram para o fundo do ônibus, mas como eram muitos ficaram amontoados e se olhando desconfiadamente porque algum dos passageiros do ônibus havia tirado a vida de seu Tadeu. As luzes do onibus começam a piscar até que se apagam novamente, todos os passageiros gelam, o silêncio era absoluto com exceção da chuva que caia lá fora, um barulho assustador quebra o silêncio de uma maneira assustadora, altos e fortes grunhidos de porco são escutados pelos passageiros como se o animal estivesse sendo abatido ali mesmo, as luzes voltam e uma coisa vem rodando para o fundo do onibus onde estavam todos os passageiros, e essa coisa para no pé de uma senhora que grita horrorizada, era a cabeça do jovem cobrador.


Um homem chuta a cabeça pra longe, todos se entre olham assustados, algumas mulheres choram outras tremem de medo, todos estavam apavorados. A mulher que estava desmaiada acorda e começa a se tremer de novo, mas dessa vez não era só ela que temia mais todo o onibus também, as luzes piscam e a mulher se levanta, seus olhos estavam brancos, ela não estava apenas de pé, ela estava flutuando a poucos centímetros do chão, os passageiros se olham assustados e curiosos, ela então solta um grito alto e agudo, o grito parecia que ia estourar os tímpanos de todos, parecia que eram gritos de almas condenadas do inferno. Um homem atira um celular contra a mulher, mas o celular volta e acerta o atirador na testa. O grito cessa, o onibus para de tremer e as luzes voltam ao normal, a mulher fica alguns segundos de olhos fechados na frente dos passageiros até que ela abre os olhos novamente e eles não estavam mais brancos, mas sim vermelhos como um demônio, ela se vira ficando de costas pra todos e caminha em direção da porta que se abre sozinha, ela sai e a porta se fecha novamente, todos observam pelas janelas a mulher sumir mata a dentro. Quando já não tinha mais nenhum sinal da mulher, todos correm pra porta, mas ela estava trancada novamente.

O motor do onibus liga e ele começa a andar sozinho sem nenhum motorista pra guia-lo, alguns passageiros tentam guiar o onibus, mas o volante não funcionava, o onibus estava em alta velocidade até chegar perto de um precipício e despencar lá de cima matando todos os 45 passageiros.

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