"Tornei-me insano, com longos intervalos de uma horrível sanidade" - Edgar Allan Poe

W. R. SANTHOS

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Porto Alegre, Rs, Brazil
Escritor. Pintor. Cineasta Amador.

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sexta-feira, 8 de novembro de 2019

O Filho - parte 2




Continuo aqui o meu relato. Não sei ao certo em que momento isso, que vou explicar, aconteceu. Mas a imagem fica batendo na minha cabeça até hoje, revivo ela seguidamente. Tenho certeza que mentes mais fracas, ou mesmo aquelas que creem no céu e inferno, enlouqueceriam. Mas eu tive que me manter firme, mesmo que parte de mim deseje o suicídio, tenho certeza que não iria para lugar pior, do que as coisas que tive que presenciar naquela noite. Antes de tudo tenho que voltar aos dias que antecederam tudo.

Ele tinha acabado de fazer seis meses. Não vou nunca mencionar o nome dele, pra mim, agora, esse nome é maldito. Era um domingo agradável, estava com minha esposa e outros parentes, no tradicional almoço de família. Tudo estava às mil maravilhas, mas eu deveria saber que a partir do nascimento dele, eu nunca mais podia relaxar.



Meu sobrinho veio me trazendo a ligação. No começo eu não entendi, a chamada estava muito ruim, e quem estava falando do outro lado gritava em desespero. Meu coração disparou, era se como eu soubesse que uma coisa terrível tinha acontecido, me senti mal, minha mente ficou turva, e tudo ficou escuro.

Quando retomei a consciência, minha esposa, junto com os demais, tinham me colocado no sofá. Não queriam me deixar sair depois do ocorrido, mas insisti, pois sabia que de algum jeito era a minha responsabilidade também, pois fui eu que pariu esse ser para o mundo, fui eu que o trouxe pra vida.


Subi até meu quarto pra tomar um rápido banho e me trocar. Não podia ir do jeito que estava. Fiquei parado na frente do espelho por alguns segundos, tentando criar força e coragem para enfrentar o que poderia estar por vir.

O dia virou noite de uma ora pra outra, o espelho parecia que tinha ficado líquido. O meu banheiro tinha virado a boca de um vulcão. Alguma coisa estava tentando sair do outro lado do espelho. Uma mão vermelha saiu de dentro dele. O vermelho era que estava em carne viva. Me segurou pelo pescoço, sua mão era tão quente, que acabou me queimando. Senti uma dor que nunca antes tinha sentido na minha vida.

Assim como começou, essa visão, ou sei lá o que foi isso, desapareceu. Achei que finalmente estava ficando louco, mas quando olho pro espelho, o nome da criança estava escrito nele.

Continua...



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