"Tornei-me insano, com longos intervalos de uma horrível sanidade" - Edgar Allan Poe

W. R. SANTHOS

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Porto Alegre, Rs, Brazil
Escritor. Pintor. Cineasta Amador.

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terça-feira, 15 de novembro de 2011

O Grito dos Inocentes


Era 05h30min da manhã quando seu Joaquim chegou à obra, o sol não tinha nascido ainda, ele foi o primeiro a chegar, pois era o encarregado pela construção da casa, era um terreno grande e a obra já estava pela metade, seu Joaquim estava arrumando a sua roupa quando escutou uma risada de criança atrás de uma parede ainda não acabada, seu Joaquim pensou ser uma criança de rua que tinha se escondido ali pra dormir e foi atrás, o encontrou sentado no chão brincando com barro, o seu rosto era angelical e feliz, seu Joaquim pensou que a pobre criança poderia estar com fome, ele se abaixa e oferece um pão pra criança, ela vira o rosto pra Joaquim e a sua face muda ficando com feições demoníacas e grita alto antes de desaparecer, seu Joaquim se assusta desequilibrando e caindo sentado no chão, uma pilha de tijolos que estava acima de Joaquim no segundo piso cai em cima dele o matando na hora.


Cinco anos depois o detetive Motta Silva investiga um serial killer que estava fazendo as famílias da cidade temerem por seus filhos, há seis anos esse mesmo assassino matou 10 crianças e desapareceu junto com os corpos delas, uma dessas crianças era filho de Motta, foi uma tragédia sem precedentes, o menino tinha apenas 4 anos quando o assassino sumiu com ele, ne época Motta se separou da mulher que não aquentou a perda, e entrou pra uma clinica de reabilitação depois que se tornou um alcoólatra, ele superou essa fase, mas nunca esqueceu do filho.

O casal Lilian e Eduardo compraram a casa porque o seu primeiro filho havia nascido, eles precisavam  de uma casa maior, pois a ultima já não podia mais acompanhar o crescimento da família, eles nem se importaram com o incidente que aconteceu durante a construção da casa, a morte do pedreiro chefe, seu Joaquim, o terreno era grande e a casa também e por causa do acontecimento o preço do imóvel tinha caído, a casa era linda, dois andares com bastante espaço.

Em uma noite Lilian deixou a babá eletrônica ligada e foi se deitar em seguida, depois de algumas horas ela acorda com vozes de várias crianças dentro do quarto de seu bebê como se elas estivessem brincando com seu filho, Lilian corre pro quarto, mas quando chega não encontra nada, ela olha pro berço e seu filho havia desaparecido, as vozes das crianças voltam, a janela estava aberta, vários vultos de crianças passam por ela no quarto, até que uma das crianças para na sua frente e fica encarando Lilian, antes que ela pudesse fazer alguma coisa a criança grita alto e agudo, ela caminha pra trás tapando os ouvidos, ela tropeça e cai pela janela e morre na queda.

Motta sabia que o modus operante do serial killer envolvia apenas crianças de 0 á 10 anos, o que ele fazia com esses pequenos inocentes era um mistério, mas ele sabia exatamente o que faria com esse assassino se pega-se ele. As suas investigações já duravam um bom tempo e ele não havia descoberto nada ainda relevante e nem sequer tinha uma suspeita da verdadeira identidade do assassino, eram 2 da manhã quando ele ficou sabendo do terceiro assassinato de uma mãe e o sequestro de seu filho, ele nunca tinha levado em conta os outros dois assassinatos, pois o modus operante do serial não envolvia morte das mães, mas nesse ultimo caso tinha uma testemunha, o irmão da criança raptada, valia a pena dar uma olhada, talvez desde o começo esses assassinatos seguidos de sequestro das crianças tenham algo a ver com o seu assassino e esse tempo todo poderia ter perdido a oportunidade de agarra-lo.

O segundo assassinato da mãe e o sequestro do filho há dois anos ocorreu na mesma casa onde Lilian havia morrido, Roberta era mãe solteira, tinha duas filhas, certa noite deixou suas filhas com a babá e foi a uma festa, quando voltou pra casa a babá estava morta e suas filhas haviam desaparecido. Motta chegou a casa no final da tarde, encontrou o marido de Lilian e a única testemunha, seu filho mais velho, eles já estavam de saída da casa, mas antes Motta consegue extrair o relato do garoto dos acontecimentos, ele disse que estava indo no banheiro quando apareceu diversos fantasmas de crianças pelo quarto e no corredor, ele se assustou e se escondeu em um armário, foi quando ele viu um fantasma de um velho barbudo e uma cicatriz na testa, ele estava com um facão na mão, parecia que ele estava comandando as crianças, depois que sua mãe caiu pela janela, os fantasmas e o seu irmão sumiram com o vento.


Motta acha que essa história é tudo imaginação do garoto, depois que o pai e o garoto saem da casa Motta entra na casa para dar uma olhada, já havia escurecido, a casa era grande, ele caminhou por todos os cômodos até que se lembrou de um caso de um pedófilo morto pelos pais de suas vitimas, ele abre a sua mochila e pega seu notebook e pesquisa sobre o caso, o pedófilo batia com a descrição do fantasma que o garoto havia dito, barbudo, com uma cicatriz na testa e um facão pra tirar a vida de suas vítimas, mas antes ele gostava de ver as crianças gritarem de dor.

Um barulho de panelas caindo na cozinha assusta Motta, ele se levanta da cadeira pega a sua lanterna e vai até a cozinha ver a origem do barulho, mas nada estava fora do lugar, quando ele volta pra sala seu notebook havia sumido, ele escuta vozes de crianças por toda a casa, ele fica assustado até que uma criança vem em sua direção, ele percebe que é o fantasma de seu filho, ele se ajoelha chorando e o garoto no seu ouvido sussurra “eu não sou mais inocente pai, o meu novo pai vai te pega”, o vento sopra o garoto grita alto e o fantasma do velho passa a faca na garganta de Motta. 


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