"Tornei-me insano, com longos intervalos de uma horrível sanidade" - Edgar Allan Poe

W. R. SANTHOS

Minha foto
Porto Alegre, Rs, Brazil
Escritor. Pintor. Cineasta Amador.

Postagens populares da semana

Seguidores

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Ao Cair da Noite


Moramos em um terreno afastado do vilarejo, meu pai ganhou essa terra de herança e é o único bem que possui. É um terreno fértil e amplo, a casa ainda era pequena, mas era o suficiente para nós quatro. Só tinha um problema, durante a noite criaturas apareciam na escuridão da floresta tentando invadir a nossa casa e nos devorar. E essa noite promete ser a pior delas, vi meu pai no começo da tarde pregando as janelas com madeira, isso nunca tinha sido necessário antes, apenas a tranca bastava, minha mãe não deixou minha irmãzinha um minuto sozinha hoje, não queria que quando caísse à noite ela estivesse desprotegida.

Fiquei fazendo meus deveres rotineiros, plantando as verduras e arando a terra sempre com a vigília do pai, a cada cinco minutos ele me dava uma olhada, isso estava me deixando muito preocupado. Cheguei uma hora nele e perguntei o que estava acontecendo mais ele disfarçou.

Até os animais estavam se comportando de uma maneira estranha, as galinhas, por exemplo, não saíram do galinheiro encima de seus ovos, apenas os galos ciscavam timidamente pelo terreno. Os bodes e as vacas pareciam agitados, assim como o rex, nosso cachorro, algo o estava incomodando, corria de um lado para o outro e às vezes desaparecia, e voltava ainda mais agitado.


Em uma dessas desaparecidas do rex, fui atrás dele. Ele tinha entrado na floresta, com receio, não entrei muito fundo, mas foi o suficiente para ver uma criatura acocada fazendo carinho nele. Não sei bem descrever como era essa coisa, tinha um formato humano, mas passava longe disso, sua pele era verde e com a textura igual à de um tronco de árvore, e com aparentemente dois galhos enormes saindo de sua cabeça, ele olhou pra mim rapidamente, tamanho foi meu susto que apenas corri de volta pra casa. Assim que sai da floresta dei de cara com o pai, que me mandou entrar rapidamente, o sol já estava ficando alaranjado e a noite era eminente.

Finalmente a noite chegou, todas as janelas estavam devidamente trancadas com madeira, e o pai fez um bloqueio na porta. Minha mãe abraçou a mim e minha irmã fortemente, enquanto o pai ficou de pé na nossa frente. A noite agora era uma realidade, o silêncio que se instaurou era arrepiante, até os animais não faziam barulho, talvez inconscientemente para não atrair o que quer que seja naquela floresta.

A casa tremeu, o medo parecia um quinto membro da nossa família, tamanha era a presença dele no olhar de cada um de nós. O barulho do impacto de alguma coisa no chão fazia a casa inteira sacudir como se não fosse feita de papel. A mãe começou a chorar, e meu pai apesar do medo evidente ficou imóvel tentando entender o que estava acontecendo, a casa parecia que a qualquer momento ia desmoronar.


Meu pai olhou para nos firmemente, mas apesar disso, senti o medo ali dentro. A mãe apertou tão forte que quase fiquei sem ar. O teto foi arrancado com violência, um monstro colossal mostrou sua face, com tentáculos saindo de dentro da sua boca puxou meu pai pra cima, urrou com um som ensurdecedor e foi embora.




sexta-feira, 10 de novembro de 2017

O Bode Preto




A prova estava muito difícil, Raquel já tinha desistido de se sair bem na prova. Ficou tentando responder cada pergunta meio que na adivinhação sem se preocupar, sentava no lado da janela e um gostoso ventinho começou a soprar por ela, como o dia estava quente, foi um alivio, pois os ventiladores da sala estavam estragados.

O vento mudou, agora não mais refrescava, por incrível que parecesse, estava fazendo ela tremer de frio. Esticou o braço para fechar um pouco a janela, não conseguiu, quando olhou pra fora viu um bode preto no lado de uma árvore, estava parado olhando fixamente pra ela, seus olhos pareciam enxergar a sua alma. Cutucou um colega pra ver se ele também via aquele bode sinistro, foi impedida pelo professor, a chamando atenção para não colar na prova. Raquel voltou a se fixar na prova, mas ainda com os pensamentos naquele bode, depois de um tempo voltou a olhar pra fora, mas o bode já tinha desaparecido.


Depois da aula e durante toda à tarde aquele bode não saiu da sua cabeça, alguma coisa não estava certa, pensou nisso o dia inteiro, aquele animal não parecia um bode normal, seus olhos pareciam ter a imensidão do universo, e seus pêlos pretos pareciam feitos de puro carvão.


Raquel estava na sala vendo a novela enquanto esperava sua mãe terminar de fazer a janta, sua barriga já roncava de fome, lembrou que tinha deixado na sua mochila metade de um pacote de bolacha. Assim que passou pelo banheiro sentiu um frio na espinha que a travou completamente, o bode preto estava lá dentro parado, imóvel com os olhos fixos nela. A sensação que passava por todo o seu corpo era incompreensível, os pensamentos desapareceram, sua mente vazia apenas fixada naquele momento com o animal. O bode então levanta as patas dianteiras ficando de pé balbuciando palavras inaudíveis como se estivesse rogando uma maldição.


Ela acorda no chão com a roupa molhada de suor, a primeira coisa que vê é o rosto de sua mãe preocupada com o desmaio da filha. Raquel olha pro banheiro, mas o bode havia desaparecido novamente. Raquel contou tudo o que tinha acontecido para sua mãe, que para sua surpresa sabia exatamente o que estava acontecendo.


Há duzentos anos seus antepassados estavam quase morrendo de fome, as plantações estavam morrendo, as dívidas aumentando, a família estava quase indo pra sarjeta. Sua tataravó através de um feitiço invocou um antigo demônio, ele então concebeu prosperidade para a família através das gerações, mas com uma condição bizarra, quando tivesse duas mulheres na família, elas deveriam matar um membro masculino, se não o demônio levaria todos para o inferno, e foi nesse momento que o pai de Raquel chegou.


sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Boa Noite - Parte 1 - Escrito por Juliana C. Vieira


A uma semana Giovana não me ligava, a sua última ligação me disse que ficou intimidada com a sua vizinha, sentiu em seu tom de voz que corria perigo, mas mesmo sentindo medo ela foi naquele jantar. Depois disso ela nunca mais me ligou.

- Boa tarde! Eu preciso falar com o delegado.

- Sobre o que se trata?

- Vim prestar queixa do desaparecimento dessa moça aqui.

Mostrei a foto que tinha em meu bolso da Giovanna

- Aguarde um momento.

A secretaria bateu na porta do delegado, não dava para ouvir o que eles dizem, mas pelo vidro percebi que ele não estava muito afim de me atender até que ela mostrou a foto. Ele saiu quase que empurrando a secretaria será que ele sabia de algo?

- Boa tarde, delegado Marques.

- Prazer Mauricio.

- O Sr. Quer prestar queixa de um desaparecimento?

- Sim da minha Ex namorada. Giovanna Lopez, 22 anos.

Percebi seu olhar de desconfiança por cima dos óculos, como se fosse estranho alguém ir procurar a ex namorada.


- Sua ex.

- É estamos separados a 1 ano e meio mais ou menos, mas sempre nos falávamos por telefone até por que sempre fomos bons amigos.

- Sei, entendo! O Sr suspeita de algum motivo do seu desaparecimento?

- Sim, ela se mudou a dois meses para um apartamento afastado da cidade porque era o mais próximo e barato que tinha perto do seu trabalho, o condômino 11 de Maio.

- Sei onde fica, é um prédio antigo moram somente pessoas de uma certa idade ou que herdaram de seus pais os apartamentos.

- Então, ela andava reclamando de uns barulhos na madrugada, as vezes tinha impressão que alguém gritava socorro. E o mais estranho que vinha do apartamento ao lado do dela onde mora uma senhora 85 anos, senhor não acha estranho?



- Estranho é o senhor procurar sua ex! Sr já pensou que ela pode estar lhe evitando? Afinal vocês não estão mais juntos!

- Mas ela não faria isso, sem antes me dar um motivo, não estávamos mais namorando mais sempre fomos bons amigos. E eu desconfio do sindico ela andava assustada com ele, parece que ele estava a observando, á cuidando pelos cantos.

- Ok vou dar uma passada lá e ver se eles sabem de alguma coisa, deixa seu telefone de contato que e ligo para você.

- Obrigado, vou fica no aguardo de alguma novidade.

Eu não podia apenas esperar pela a polícia, eu precisava encontra Giovanna antes que fosse tarde demais.


Mauricio pegou o carro e não pensou duas vezes, se deslocou em disparada ao condomínio, realmente o prédio ficava um tanto afastado da cidade parecia ser lugar tranquilo de morar olhando assim não se notava nada estranho. Foi se aproximando até a portaria se, pois, ao lado da caixa de correspondência de Giovanna notou que tinha algumas cartas ali, quando alguém tocou seu ombro...

- Posso ajudar?

Ao ouvir aquela voz sentiu um calafrio que lhe corroeu a sua alma, pensou rápido em uma desculpa para dar.

- Oi desculpa!  Estou procurando um apartamento para alugar, como não tinha ninguém na recepção fiquei me distraindo olhando ao redor.

- Infelizmente, como o Sr. deve ter notado pelas caixas de correios, todos estão ocupados.

- Todos?

- Sim, todos.



- É que uma conhecida minha está morando aqui e disse poderia haver algum vago.

- Qual o nome dela?

- Giovanna! Ela mora no 306 o Sr. a conhece?

O Sindico ficou nervoso gaguejou ao me responder

- Não, não á conheço, faz pouco tempo que trabalho aqui e como eu lhe disse não há nenhum apartamento vago.

- Será que eu posso subir e falar com essa amiga faz algum tempo que ela não me liga.

- Olha moço eu não posso deixar ninguém subir sem autorização, Sr. teria que entrar em contato com ela.

- Está bem! Eu volto outra hora, tchau.

Maurício deixou o prédio com aquela pulga atrás da orelha sabia o sindico está mentindo, as correspondências nem foram mexidas era preciso investigar mais a fundo o paradeiro de sua amiga, parou o carro na esquina deu uma volta no quarteirão para conhecer a vizinhança, esperou anoitecer e ficou de plantão dentro do carro. As 00:30 um carro encostou na frente do condômino, se abaixou para não se descoberto. O delegado Marcos foi quem desceu do carro.

.... “ Oque o delegado faz aqui a essa hora? ”

Na porta como se já estivesse o aguardando estava o sindico. Os dois se abraçaram como se já se conhecesse á muito tempo, subiram abraçados e rindo, todas as luzes dos apartamentos estavam apagadas, 5 mim depois a luz do apartamento 305 acendeu, ficou acessa por uns longos minutos, quando uma senhora apareceu na janela parecia que ela estava lhe olhando fixamente para o carro Mauricio. Mauricio desviou o olhar e nesse exato segundo viu o sindico se aproximando em sua direção, não podia esperar ele vir até ele ligou o carro e foi embora ele sabia que tinha vacilado naquela mesma hora, mas a pergunta ainda não sai da minha cabeça o que o delegado foi fazer lá àquela hora?


quarta-feira, 11 de outubro de 2017

A Casa da Família das Cabeças Decepadas


Há dias Jorge desconfiava que alguém estivesse espreitando a casa durante a noite, e nessa noite ele teve certeza disso, alguém estava dentro do seu quintal. Era perto das duas da madrugada quando acordou assustado com um barulho na janela de suas filhas, correu desesperado pra ver o que era.

Jorge acendeu a luz, suas duas filhas gêmeas estavam são e salvas na cama dormindo. Seu coração ainda estava batendo forte, mesmo assim foi em cada uma dar um outro beijo de boa noite.


Fechou a porta com cuidado pra não acordá-las, caminhou até a cozinha, abriu a geladeira pra tomar um copo de água, assim que pegou a garrafa a deixou cair no chão, Adelaide, sua mulher, soltou um grito alto de pavor no seu quarto.

A porta estava trancada, agora só ouvia sussurros de sua mulher do outro lado. Tenta arrombar a porta em vão, era reforçada justamente para ninguém arrombar. O desespero toma conta dele, precisava de qualquer maneira salvar o seu amor, mas também não podia deixar as suas filhas desprotegidas.

Jorge com a chave tranca elas no quarto, pega uma faca na cozinha, procura seu celular, mas lembra que estava no quarto. Ele sai pra rua até a janela do seu quarto, quebra o vidro, para sua surpresa estava vazio, nem sinal de sua mulher ou do invasor, nem ao menos um sinal de luta.

Destranca a porta do quarto, alguma coisa estava acontecendo com as luzes, nenhuma acendia. Tinha que verificar suas filhas novamente estava temendo muito por elas. Com a faca apontada pra frente tatea pelos corredores até chegar no quarto delas, destranca a porta e para o seu pavor elas também haviam desaparecido.

Jorge surta de angustia, seus pensamentos estavam confusos, o que estava acontecendo? Ele pensou tropeçando nos móveis. Abre a janela da sala e grita por socorro, parou assim que escutou a porta do seu quarto abrindo. Adelaide estava sangrando com uma faca enterrada no pescoço, cai no chão e a faca decepa o seu pescoço fazendo sua cabeça rolar até os pés dele. A luz acende e a cabeça não era nada mais que uma panela, e o corpo não estava mais lá.


Jorge tremia da cabeça aos pés, não sabia mais o que estava acontecendo. As luzes agora piscavam sem parar pela casa toda. Ele via a cabeça de sua mulher e de suas filhas por toda a casa, se atira no chão implorando para que aquilo acabasse. Pega a faca que estava no seu lado e começa a esfaquear o próprio pescoço.


Uma vizinha vendo o movimento estranho aquela hora da noite, sai de sua casa e vai até o portão da família. Ela se segura no muro para não cair, o que viu era muito macabro, fincado na ponta das grades, estava a cabeça de Adelaide e suas duas filhas.


Visões da Filha do Diabo – Parte 6


O que antes era uma cidade tomada por prédios, casas, carros e pessoas, agora parecia um túmulo de areia. Cobras se arrastavam de um lado para o outro tentando achar uma sombra para aliviar o calor intenso do sol. O céu não era mais totalmente azul, manchas roxas cobriam boa parte dele, como se estivesse se desmanchando aos pouco.

Ao longe alguém se aproximava, poderia ser apenas uma miragem, pois com o calor, olhar pro horizonte deixava a visão distorcida. Andava em zigue-zague como se fosse um bêbado. O chão queimando como brasa a distraiu, quando retornou o olhar o homem já havia desaparecido.


O céu ganha uma luminosidade como um raio em uma noite de tempestade dava, eram duas bolas de fogo que caíram não muito longe dela. A explosão foi tamanha que seu ouvido sangrou, caiu no chão tonta.

As bolas de fogo, agora no chão, eram dois meteoros pequenos que fizeram uma cratera. Do interior delas duas criaturas saíram, pareciam aranhas, mas com apenas duas patas, e tinham rostos humanos que de longe não dava para reconhecer. Ela corre pra longe o mais rápido que conseguiu ignorando toda a dor que estava sentindo no momento, mesmo tonta conseguiu seguir reto e depois de alguns minutos encontrou uma caverna.



Com dificuldades pra respirar sentou no chão, aliviada que finalmente tinha encontrado uma sombra para fugir do sol escaldante. Ela não teve muito tempo para descansar, logo as criaturas chegaram na caverna, não tinha pra onde correr, não existia outra saída.

Fica cara a cara com as criaturas, finalmente pode ver os rostos em meio aqueles pêlos que saiam de todo o canto. No topo do corpo de uma delas o rosto da Madre Tereza sorria para ela, parecia estar ali pendurada desconexa com o corpo, mas ao mesmo tempo estava viva. O outro rosto era do Padre Diomedes.


- Acabou Dorothy! Não adianta mais resistir, seu tempo aqui já se esgotou. – a aranha com a cabeça da Madre falou.

- Nunca! Resistirei até o fim. – ela retrucou.

- HaHaHa! A ignorância humana é lamentável. – a outra aranha falou.

Dorothy tentou fugir, mas foi agarrada por uma delas, que a apertou tão forte que a estava matando. Sua visão foi começando a ficar turva até que tudo ficou preto.


Dorothy desperta, estava novamente no convento, mas agora estava no porão acorrentada, e bem na sua frente um corpo sem vida.


sexta-feira, 22 de setembro de 2017

O Insano - Parte 2 escrito por James Nungo

   



   A festa já tinha começado, a garota que o nome dela era Dulce estava com o seu namorado Bruno e sua melhor amiga Vany que também estava acompanhada pelo seu namorado Vic.
Os quatro dançaram e aproveitaram trocar uns amassos, depois sentaram numa mesa e pediram uma cerveja bem gelada.
Conversaram, beberam e passaram da dose, aí Vic começou a não se sentir bem ele e a Dulce eram os únicos que não tinham exagerado na dose, então pediu licença e foi ao banheiro.
A festa continuava muito tranquila e divertida.

   Depois de Vic ter ido ao banheiro, passavam 40 minutos, Dulce também levantou-se e foi ao banheiro.
Quando chegou ao banheiro um homem estava ali parado pronto para abusar qualquer mulher que entrasse naquele banheiro feminino e era exatamente onde a Dulce já adentrava.
O homem com uma garrafa na mão e com os seus olhos cravados na Dulce pegou o braço dela e a puxou com violência com o intento de aproveitar aquela festa para praticar a fornicação.

   Dulce com toda a sua sorte e ainda com lucidez não permitiu que o homem conseguisse o seu intento e deu um golpe de joelho na bolsa escrotal do sujeito este que não aguentou e recuou em um sinal de derrota, depois disso Dulce saiu do banheiro, deu poucos passos e vomitou na superfície.
Quando foi em direção dos seus amigos todos ao seu redor estavam mortos, porém, faltava dois daquele grupo dos amigos dela, faltava o seu namorado s o namorado da sua amiga o Vic.

   Os passos soaram quando ela ainda lembrava aquilo, muito perturbador.

   Quem terá feito aquilo?

   Essa questão circulava pela consciência da Dulce.

   Ela não conseguiu ver a face do homem que matara os seus amigos inclusive seu namorado, pois não parou para ver a cara do assassino, agora viu que o medo era um sentimento protetor e também uma espécie de maldade, porque ela não teve coragem de parar e encarar o homem que vestia uma roupa estranha até parecia que o homem tinha planejado tudo.



   O assassino vestia uma roupa informal, porém, isso não seria motivo suficiente para estranhá-lo, o que era realmente estranho era o facto dele estar de um capuz. A cara dele se escondia nas sombras daquele capuz que protegia a sua identidade.

   O homem encapuzado apareceu indo em direção da Dulce, essa já parecia que nada mais temia, até a morte seria uma coisa muito normal, ela estava decidida em lutar com aquele homem até o cessar da sua respiração.

   Um sereno sopro passou por meio da estrada arrastando consigo um conjunto de folhas secas. O homem chegou numa distância consideravelmente menor, os dois contemplaram um ao outro de um modo extremo, o ódio germinava.

   Aquilo terminaria da pior forma.

   - Quem és tu? - Dulce perguntou ao homem.

   Recebeu como resposta o silêncio, um silêncio doloroso.
O homem deu um passo escasso, a Dulce exerceu força no punho para ajeitar a peça de roupa que tinha transformado em uma luva de luta.

   O homem encapuzado introduziu a mão no bolso e de lá retirou um facão.

   - Isso não é atitude de um homem, pois não? Venha sem nenhum instrumento, venha me encarar seu merda.

   O homem continuou sem nada da sua boca soar, apenas fitava a face ou até outras partes do corpo da Dulce.

   - Achas que esse facão que tens na mão te faz homem?

   O homem deu mais um passo lento e preguiçoso.
   Lá no céu a lua já reaparecia, linda, iluminando a terra.

   A Dulce deu o grito que talvez anunciava o começo da luta entre os dois, uma luta que não se sabia quem que sairia vitorioso.

   O homem agora correu em direção da Dulce, ela fez o mesmo.
O homem ainda segurava o seu facão com firmeza na mão, talvez fora o mesmo facão que usara para assassinar aquelas almas naquela casa noturna.
Mas com um facão é impossível que ele tenha assassinado toda aquela gente que se divertia naquela casa.



   - Oh, homem ainda continua com faca na mão? - disse Dulce estando numa posição defensiva.

   Agora os dois estavam separados de uma distância de 2 metros, estavam parados e encarando um ao outro.
O homem se aproximou da Dulce e aí ela observou uma coisa familiar naquele homem.
Ela pode não ter percebido aquilo antes pelo facto da luz estar escassa.

   "Não pode ser" - ela pensou.

   Acenou negativamente com a cabeça com o objectivo de fazer a ideia dissipar-se da mente.
Então Dulce decidiu atacar o homem mesmo vendo que ele tinha o facão firme na mão.

   O homem repeliu o ataque usando o facão que rasgou o antebraço da jovem, ela gritou com dor, contudo, não se importava, ela estava decidida a morrer tentando, lutava lembrando os seus amigos inclusive o seu namorado Robson.

   O homem encapuzado avançou com o facão em cima da Dulce, os dois caíram, Dulce tentava levantar, entretanto, o homem a impedia, pois estava por cima dela.
O local onde os dois se localizavam continuava com um silêncio, no entanto, agora era um silêncio ensurdecedor que era apenas quebrado pelos gemidos daqueles dois que se enfrentavam agora.

   Dulce ainda tentava em se erguer, mas o homem continuava a impedi-la com toda a sua força, o homem aproveitando a incapacidade da jovem avançou o facão no seio dela, a faca ia zaguezeando e, a faca tateou o seio lindo da jovem que agora já perdia importância, ela gritou em dor de agonia deixando a sua voz ecoando pelos céus, estes que responderam de volta. O sangue morno se revelou, escorrendo e sujando o sutiã branco.
Os dois estavam muito ofegantes muito mesmo.

   A jovem Dulce ainda sentindo a dor lhe castigando tentou com todas as suas forças tirar o capuz para observar o indivíduo por trás da sombra, o homem era forte dominava a jovem e mais uma vez atingiu com o seu facão o seio da Dulce na parte superior, o homem tinha como objectivo arrancar a garganta da Dulce, mas esta não permitia.

   Dulce gritou de dor, o sangue aumentou a velocidade na sua saída.

   - Seu filha da puta toma isto!! - disse chutando-o na bolsa escrotal.

   O homem sentiu uma dor muito cruel, uma dor que o fez pensar se não tinha perdido a chance de fazer filhos, a chance de continuar ser capaz de engravidar. Durante essa ação ele largou a garota, o facão também e segurou o seu saco ainda com muita dor.

   A jovem aproveitou o momento para tirar o capuz, tirou e... Não era possível aquilo, o homem encapuzado era... Era... Era Bruno... Bruno

   Casa noturna

   O Vic levantou-se sentindo uma dor de cabeça, uma dor muito forte. Ele estava ali no chão durante aqueles todos gritos que tinham como origem a boca da multidão que estava presente naquela bela reunião.

   Tentou se manter firme usando as paredes do banheiro, cambaleou até onde o cenário era de provocar náuseas, os corpos muito pálidos jaziam no chão sem mais vida com muito sangue escorrendo pelas narinas, mais para frente os seus amigos estavam também todos mortos excepto Dulce e Bruno. Ele decidiu tirar o seu celular do bolso, discou o número da polícia e indicou as coordenadas, após isso desligou o telemóvel.

   Ele sentia as suas pernas fraquejar, cambaleou em direção da porta, um tubo perto de um corpo que jazia no chão tinha sido usado recentemente, no chão tinha um papel escrito Gurya, um tipo de droga muito forte capaz de derrubar um touro em 7 minutos, uma droga vinda da cidade de Khendie onde muitas pessoas praticavam magia negra.

   Ele saiu e começou a chamar Dulce e Bruno aos gritos.


segunda-feira, 18 de setembro de 2017

O Insano - Parte 1 escrito por James Nungo



Ela ficou parada no meio do caminho olhando para trás na esperança de observar o indivíduo que a perseguia.

A lua pairava nos ares e parecia que estava prestes a se ausentar.


A garota estava ofegante, com um medo enorme que chegava a ser palpável, ela acabava de correr uma distância enorme que nunca tinha percorrido naquela velocidade, finalmente ela compreendera que o medo é muito importante na vida de qualquer ser humano.


O suor dela chegava a molhar as vestes que ela trazia no corpo, os seus calções minimamente curtos estavam molhados, a blusa preta sem mangas também estava.
Ela olhou em sua volta e viu que estava a beira de uma floresta muito silenciosa e claro que não tinha a ideia de adentrar no interior daquele habitat natural, muito pelo contrário ela temia pela sua vida.


Ela observou que o seus calções Jeans estavam parcialmente
ensanguentados, todavia não era seu sangue.




Ela ficou congelada na estrada que estava completamente deserta, não passava muita gente daquele lugar, ou melhor ninguém passava por ali talvez por um período de 10 meses.
A noite se tornava ainda mais madura e ela já não tinha ideia do que fazer para se livrar daquele homem excêntrico que a perseguia.


Os pensamentos, aliás as lembranças recentes a atormentavam, pois eram fortes, muito fortes.
Ela ficou com a impressão de ter chorado por séculos até as lágrimas se esgotarem das suas órbitas, não conseguia mais tirar aquele líquido transparente pelas suas órbitas.


Ela sentia que o medo já começava a desaparecer gradualmente, então decidiu parar para encarar o homem que a perseguia.


No entanto, o homem não aparecia, talvez desistira de a perseguir.


A garota não era a primeira vítima, talvez era a vigésima vítima.


De repente um uivo de lobo soou muito alto e a garota assustou-se superficialmente e as nuvens cobriram a lua.


A noite tornou-se escura, a garota continuava no mesmo lugar esperando o homem para lhe encarar, o que lhe dera essa decisão talvez fora o motivo de estar completamente sozinha sem os companheiros, a morte poderia a consolar.
Os companheiros foram mortos pelo mesmo homem que agora a perseguia, ela era ainda muito capaz de reproduzir tudo que ocorrera naquela mesma noite antes de escapar.




Ela tirou a blusa que vestia e rasgou com o intuito de fazer uma luva protetora para socar a face daquele homem peculiar que a perseguia, levou aquela peça de roupa, agora trapo e amarrou na sua mão direita, a mão que mais dominava como quase todos humanos.


Desenvolveu uma face cheia de ira, rugas, aquilo em outras palavras significava... Vingança.


As pálpebras cobriram os seus olhos por um segundo e as lembranças recentes assolaram a mente dela.
Ela lembrava a face linda do seu namorado Bruno antes deste e outros serem assassinados por aquele homem extravagante.


Eles estavam numa casa noturna completamente lotada, tudo parecia estar em harmonia e a diversão era o elemento principal, de tudo rolava, amassos, abraços, beijos, sexo e sobretudo consumo de bebidas
alcoólicas.


A garota lembrava tudo aquilo nitidamente como se coisa boa fosse, talvez por ser uma coisa recente, uma coisa que acontecera minutos atrás até ela se encontrar naquela estrada na margem da floresta.
Um superficial sopro passou pelos cabelos lisos da garota loira e com uma pele bronzeada que ao longe parecia um fantasma por conta da intensidade da escuridão que aquela noite produzia.


As lembranças continuaram.




sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Embaixo da Cama



O quarto não parecia assim tão assustador durante o dia quanto era a noite, a mãe não deixou a luz do banheiro acessa, isso pelo menos deixava uma fresta iluminada aqui dentro. A única luz que chega agora, é a da lua cheia, que passava pela janela e atravessava a cortina de unicórnios, que minha madrinha tinha comprado.



Me tapei com as cobertas até a cabeça para dormir mais rápido, mas quando estava prestes a dormir fui despertada. Alguma coisa está embaixo da minha cama. Não tenho coragem de ver o que é, tenho vontade de gritar pra minha mãe, mas se essa coisa a mata e a mim.

Fico quietinha esperando para ver se a coisa vai embora, mas ainda sinto movimentos embaixo da cama, estou com bastante medo, e fico ainda mais quando a cama fica flutuando de um lado para o outro e dois braços saem de cada lado.



Eu grito desesperada, mas parece que ninguém está me ouvindo, cadê minha mãe? Cadê meu pai? Preciso de ajuda, as mãos me puxam para o chão e sou arrastada para de baixo da cama. Ali de baixo é tudo escuro e molhado.


Depois de um tempo ali gritando e chorando, olho pra cima e minha cama na parte de cima ficou transparente e encima da minha cama pude ver uma menina igualzinha a mim. Minha mãe abre a porta e a abraça como se fosse eu.


sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Visões da Filha do Diabo - Parte 5



O Padre continuou a rezar para a garota morta na cama, sua concentração era absoluta como se estivesse tentando fazer alguma coisa diferente que não fosse apenas rezar por sua alma.

O barulho de um zumbido ao longe foi aumentando aos poucos até sua origem chegar até eles, milhares de abelhas tomaram toda a rua, não se viu mais nada além delas. Todos correram para fechar as janelas e tapar qualquer buraco que alguma poderia passar.


Dorothy notou que no meio da nuvem de abelhas, um animal bizarro passava, parecia ser um elefante, mas tinha algumas características diferentes, como dois pares de chifres e seis patas. Depois de longos minutos a nuvem de abelhas foi desaparecendo, voando para o seu destino, assim como o animal que seguiu o seu caminho.


O Padre agora estava de pé novamente, tinha acabado a sua reza, mas não foi apenas isso, a garota morta estava viva novamente e com uma aparência saudável e feliz.

- Mas como isso é possível? Ela foi esfaqueada até a morte! – Dorothy disse assustada.

- Um de vocês não está aqui por acaso, foi mandado para cá por alguém, para fazer alguma coisa que ainda vou descobrir. – Padre falou com firmeza.

- Temos alguém aqui que não sabe o nome e nem da onde veio. – Maria disse apontando para o sem memória.

- Eu não fiz nada, eu juro!

- O Amarrem. – O Padre ordenou.

- Pare! – a Madre interferiu. – Nada vai acontecer aqui até eu decidir. Padre venha comigo e traga ela. Irmã Dorothy fique aqui com os outros até eu voltar. -  os três se dirigiram até outro cômodo.

- O que está acontecendo aqui? – o cara sem memória estava preocupado.

- Não está vendo, chegamos ao fim de tudo. – Maria falou ironicamente. – Talvez você seja o portador das desgraças.

- Vamos parar com isso, nesse momento devemos ficar unidos. – Dorothy se intrometeu.

- Só vo fica unida com alguém se me pagarem, mas se bem que tô curiosa pra saber o que tem de baixo desse hábito bem coladinho com o corpo. – Maria sorriu maliciosamente.

A Madre, Padre e a garota que tinha morrido ficaram durante um bom tempo isolados dentro do cômodo sem ninguém escutar barulho algum. Dorothy aflita andava de um lado para o outro como que soubesse que algo estava errado. Depois das provocações todos ficaram calados, afastados uns dos outros com certa desconfiança. 


Enquanto todos estavam distraídos nos seus pensamentos, alguém bate na janela. O susto foi tamanho que Dorothy sentiu suas pernas fraquejarem, ouve uma pequena hesitação em todos, trocaram olhares como se perguntassem se deveriam abrir a porta.

- Por favor, a Madre Tereza está? – a voz falou alto do outro lado da porta.

- Quem deseja falar com ela?

- Sou filho dela! – Dorothy ficou confusa.

- Que absurdo, a Madre é dedicada a igreja desde nova. – nisso a Madre retorna.

- De quem é essa voz?

- Do seu filho. – falou do outro lado da porta.

- Não pode ser! – lágrimas caem dos seus olhos, ela se apressa e abre a porta, depois de alguns segundos o abraçou com força. – Mas você estava morto!

- Sim, e eu passei 3 dias no inferno.



LENDAS URBANAS

LENDAS URBANAS

Postagens populares

100.000

100.000

Página no Facebook