"Tornei-me insano, com longos intervalos de uma horrível sanidade" - Edgar Allan Poe

W. R. SANTHOS

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Escritor. Pintor. Cineasta Amador.

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segunda-feira, 17 de julho de 2017

3 Dias no Inferno – O Retorno da Rainha, Parte I



Aquela mesma rotina de sempre estava deixando Elizabeth frustrada, ela ainda tinha lembranças de como era a sua vida antigamente, todos os familiares, amigos e principalmente os inimigos, essa nova vida priorizava os inimigos e até alguns amigos. Perdeu totalmente a noção do tempo, podia ter se passado apenas alguns minutos, talvez horas, talvez dias, talvez meses, talvez anos, ou até mesmo eras, ela não sabia mais. Por mais prazerosa que tivesse sido esse trabalho no começo, agora parecia mais um fardo, um castigo do que originalmente era. Toda a beleza e importância do que fazia desapareceu, ela estava mais infeliz do que toda a sua existência já foi um dia.


Ela não aguentou mais aquilo pegou suas coisas e saiu por aquele rio caminhando por sua margem sem se importar com as punições e todas as outras consequências terríveis que poderiam acontecer. Com os pés tocando aquela terra vermelha e quente, as pequenas pedrinhas entravam em cada corte que se abria nos seus pés.



Forçou os olhos para tentar enxergar a frente, mas não conseguia ver o fim no horizonte. Se ajoelhou no chão e vomitou, mesmo com a dor saindo do seu estomago passando pela sua traqueia e finalizando na boca, não saiu nada, apenas um pequeno líquido escuro e gosmento.

Finalmente encontrou algo de diferente, uma árvore linda, grande e forte, com folhas extremamente verdes e tenras, suas cores faziam um contraste bem peculiar com o resto do ambiente. E seus frutos pareciam estranhos, de longe ela não pode ver o que eram, mas quando foi se aproximando viu que os frutos eram partes de corpos humanos dilacerados, pedaços de pernas, braços, mãos, pés e até cabeças.

Alguma coisa sobrevoava o local, na sua primeira impressão parecia ser uma águia ou um abutre, mas era muito maior. Começou a dar rasantes tentando pegá-la, foi aí que viu que a suposta ave era um dinossauro, mais precisamente um pterodátilo, e peculiarmente sua cabeça era humana.

Pousou a metros dela quando cansou das tentativas de pegá-la. Uma criatura bem pequena estava na garupa do animal, não tinha nem mesmo um metro de altura, seu corpo era similar de um humano com exceção que não tinha pescoço e seu corpo parecia um chiclete amassado. Na sua mão esquerda uma lança e na outra um pequeno escudo com uns símbolos estranhos.

- O que um demônio faz longe de suas imediações? Me responda agora!


- Eu estou cansada de torturar almas, isso não tem mais significado pra mim.

- Essa é boa, um demônio querendo significado, essa é a primeira vez que vejo isso.

- Quem é você?

- O Senhor dos lugares, o rei dos deveres.

- O que isso significa?

- Não é da sua conta. Quem é você mesmo? Ah lembrei, Elizabeth De La Fontaine, morreu em 1789 na França.

- Fui assassinada, eu que deveria ter sido a Rainha da França.


- Todos aqui deveriam ser alguma coisa, mas não são, então demônio você vinculada a seção tortura na Zonal Leste, então, volte pra lá.

- Eu fiquei sabendo que alguém conseguiu escapar do inferno, se essa pessoa conseguiu eu também consigo.

- Já se olhou no espelho? O que um demônio com essa aparência vai fazer no mundo dos vivos? – Elizabeth foi até o rio e viu seu reflexo, era coisa mais horrenda que já tinha visto na vida.


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