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sexta-feira, 15 de abril de 2016

A Carta - Escrito por Juliana Carvalho Vieira


São Paulo 06 de Junho de 2006.

Querido Marcel

Sempre pensei que ao morrer todos nós iríamos direto para um lugar bonito, que os nossos problemas aqui na terra seriam todos resolvidos, isso é o que os pastores dizem na TV, isso tudo era uma grande baboseira que não tinha serventia nenhuma a não ser arrancar dinheiro dos pobres coitados.

Meu amor por sua culpa tirei a minha própria vida, fiz isso, pois não aguentava mais as suas agressões físicas e mentais, quantas e quantas vezes eu fui humilhada na frente de seus amigos, quantas vezes você me maltratou e depois dos tapas das humilhações você vinha com um pedido de desculpa que iria mudar, que me amava. E eu tola sempre acreditava, tinha a esperança de que tudo iria mudar você deve estar pensando como fui fraca, burra em chegar ao ponto de tirar minha vida, mas sim fui burra e fraca em acreditar nas suas mentiras em acreditar que você poderia mudar.
Há se eu pudesse voltar atrás eu não tinha bebido tanto naquela noite não tinha me deixado levar por aquela situação. O álcool tomou conta de mim, me dando coragem de cortar os pulsos sem pensar nas consequências.

Choro todas as noites não suporto viver nesse lugar, viver em um mundo sombrio com seres que rastejam e perambulam entre-nos, seus rostos foram dilacerados pelos cães do inferno, em suas bocas escorrem uma babada escura que não cessam de escorrer, aquilo me repugnava me dava ânsia, aonde eu ia sempre me deparava com algum desses seres suas peles foram queimadas pelo fogo, esses seres já foram como nós e hoje vive nas lucilações, sofrimento, desespero pela paz. 




Quando cheguei aqui não sabia o que fazer se suplicava por perdão, se chorava ou se tentava fugir, mas tudo que fiz foi me encolher em um canto de uma caverna pra chorar, chorei por dias, horas até que tomei coragem de tentar fugir. Corri o mais depressa que eu consegui, fui em direção às montanhas, mais quanto mais eu me afastava das cavernas, mais as montanhas ficavam distantes de mim. Quando achei que estava próximo das montanhas cai em um lago escuro a minha volta tinha algumas cabeças decepadas, quanto mais eu tentava sair dali mais eu me afundava ,chorei gritei por socorro mas não tinha ninguém por perto, foi  quando olhei em direção as cavernas e enxerguei um anjo se aproximando de mim, logo pensei estou salva o anjo veio me tirar desse lugar imundo, mas eu estava enganada  o que se aproximava de mim era sim um anjo. Yekun o anjo caído ele foi o primeiro anjo a seduzir a desencaminhar os anjos e por isso foi banido do céu, com suas assas de penas negras e ensangüentadas seus olhos eram vermelhos com brasa em chama ao seu lado estava seu cão Khel ele era enorme mais parecia um lobo pronto pra atacar, sua baba era uma gosma preta que mais parecia um ácido quando tocava nossos corpos, ele rosnava latia ameaçava atacar, mas obediente aguardava o comando do seu dono, Yekun me arrastou pra fora do lago ali mesmo senti que meu sofrimento só estava apenas começando, com um sinal com os olhos seu cão se aproximou de mim, sua baba caiu na minha coxa senti uma dor imensa parecia que minha pele estava pegando fogo, foi ai que ele me atacou suas patas estavam em cima de meu peito, por mais força que eu fizesse pra sair dali ele nem se movia rasgou minha pele me sacudiu como ursinho de pelúcia sempre pensei que depois de morta nunca mais sentiria tanta dor.

Quando eu já estava perdendo as forças Yekun já saciado com meu sofrimento ordenou que seu cão parasse e me deu um aviso que aproxima tentativa de fuga meu castigo seria pior, me arrastou de volta as cavernas e la fiquei com as minhas feridas, não existe médicos, remédios nossas feridas já mais cicatrizam. Somos tratados como escravos vivemos em momentos de pânico e pavor, quando não cumprimos nossas tarefas sofremos os piores castigos ate perdermos a consciência.
Querido não aguento mais esse lugar, me sinto suja, fraca, debilitada, com sede e fome, sinto que a cada dia estou enlouquecendo, não tenho esperança de sair daqui, fui condenada a viver a eternidade no inferno, tentei rezar pedi perdão, mas sempre ouvia uma voz aterrorizante e macabra que me dizia:

- Não adianta rezar, até seu Deus sabe que você nunca deveria ter vindo parar no inferno.

Desisti de sair do inferno aprendi a viver aqui, aprendi me alimentar dos mortais, aprendi como enlouquecê-los e com isso parei pra pensar que estava cansada de sofrer sozinha e vendo você querido feliz com a sua nova família, esquecendo que você foi o verdadeiro culpado pela minha morte.

Você estar pensando como lhe envie essa carta, pois vou lhe explicar como eu disse anteriormente somos escravos e vocês vivos são nossas marionete  a cada duas semanas vamos a terra fazer a cabeça dos humanos para beber, consumir drogas até mesmo matar e foi um pobre coitado drogado que fiz escrever sua cartas e largar em sua casa, hoje esse pobre coitado vai me ajudar  a te enlouquecer essas não foi a primeira carta minha que você recebeu as outras você sempre rasgou  com medo da verdade, mas eu sei que você pode me sentir me aproximando de você. Fique calmo meu amor estou indo te buscar-te, para vivermos juntos e passar a eternidade no inferno eu e você juntos, sofrendo, agonizando de dor, suplicando por perdão. Estou mais perto do que você imagina, quando eu chegar você nem vai notar minha presença.


Esta com medo?  Não sinta vou cuidar de você.


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