"Tornei-me insano, com longos intervalos de uma horrível sanidade" - Edgar Allan Poe

W. R. SANTHOS

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Escritor. Pintor. Cineasta Amador.

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sexta-feira, 23 de junho de 2017

O Demônio no Telefone


Jussara estava na cozinha terminando de fazer o jantar distraidamente nos seus pensamentos tentando equilibrar pra não queimar algo, pois constantemente perdia o foco no que estava fazendo. Seu marido não ia demorar a chegar junto com seus dois filhos que pegaria da escola, já era inverno, mas esse final de tarde estava muito quente.

O telefone residencial tocou, seu marido queria desligar essa linha, pois não servia para nada, mas ela precisava para alguns serviços. Deixou o telefone tocar, se fosse importante ligariam para o seu celular. O arroz não estava cozinhando direito, então aumentou o fogo, a carne que estava fazendo também não estava cozinhando. Notou algo estranho no feijão, alguma coisa estava acontecendo dentro da panela de pressão, ela abre e algo estava se mexendo lá dentro, com uma colher mexe pra ver o que era, diversos besouros saem de dentro, no susto cai derrubando a panela no chão espalhando o feijão pelo chão.


Não demorou muito e o cheiro de queimado tomar conta da cozinha, o arroz tinha queimado totalmente. E não era apenas o cheiro, uma coisa podre parecia estar no ar, a carne dentro da panela estava totalmente podre com moscas em volta.

Jussara se levanta depois do susto, o telefone continua a tocar ininterruptamente, ela estava suando muito com o calor, mas a temperatura marcava 10° graus. Sentia alguma coisa no peito, como se algum tipo de fumaça dificultasse sua respiração, sentou-se à mesa ofegante. O barulho do telefone agora parecia ensurdecedor, resolveu então atender.



- Alô!

- Que bom que atendeu Jussara, minha filha!

- O que deseja?

- Você!

- Me desculpe, mas quem está falando?

- Aquele que trás o que você mais deseja.

- O que? Isso é algum tipo de brincadeira?


- Me escute filha! Eu te conheço, conheço suas angustias, seus desejos mais secretos, você não precisa esconder nada de mim, pois eu sei tudo.


- Eu vou desligar seu maluco.

- Não vai querer que seu marido descubra que os seus filhos não são dele, mas sim do melhor amigo dele. Eu posso ser o melhor dos aliados, mas também o pior inimigo que alguém possa ter.

- O que você quer de mim?

- Eu já disse, você!

Ficaram em silencio durante um tempo, Jussara confusa do que estava acontecendo.
- O que quer que eu faça?

- Diga pra mim, você não quer fazer aquela tão sonhada viagem para Europa? Não quer casar com o Giovanni? Finalmente se tornar uma atriz de sucesso com fama e dinheiro? – a voz que vinha do outro lado do telefone parecia a fazer se sentir eufórica e animada de um jeito bem diferente.

- Sim, eu quero, mas não posso. Tenho filhos e sou casada agora.

- Porque isso é um problema?

- Não posso me livrar deles assim simplesmente, as coisas tem consequências.

- E se eu lhe disser que posso me livrar de tudo, tudo o que você fizer ninguém ficará sabendo, e você ainda conseguirá tudo o que deseja.

- Como?

- Faça o que eu lhe disser, vamos fazer um pacto. Diga apenas que servirá a mim para todo o sempre, e você será uma atriz famosa morando na Europa com o amor da sua vida.

- Eu lhe servirei para todo o sempre!

- Agora pegue essa faca e espere seu marido e filhos.

A porta se abre com a chegada deles, e são surpreendidos por Jussara.


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