"Tornei-me insano, com longos intervalos de uma horrível sanidade" - Edgar Allan Poe

W. R. SANTHOS

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Escritor. Pintor. Cineasta Amador.

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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

O Lobisomem da Lua Minguante




Nova Inglaterra, ano 1670.

As ovelhas e os cavalos estavam inquietos no estábulo naquela noite, parecia que estavam pressentindo a chegada de algum predador, e realmente estavam. A lua cheia no céu mais parecia um balão branco e brilhante com o dobro do tamanho normal. A família dentro da sua pequena casa de madeira sabia o que isso significava, que o lobo gigante estava na espreita.

Essa não era primeira vez que um animal desses apareceu para amedrontar a família de Paterson Marback, sua filha mais velha, Elizabeth, uma vez ficou cara a cara com um deles, mas ele conseguiu matá-lo antes que uma tragédia acontecesse, essa foi a primeira vez que ele matou um desses seres das trevas. Em outra oportunidade foi ele que quase morreu, mas conseguiu matar o animal novamente, infelizmente como consequência perdeu um braço.


Todos se juntaram no quarto para esperar o que fosse acontecer, Peterson decidiu agir mesmo assim, pegou sua lança afiada com a ponta de prata e foi para a rua. Tinha alguma coisa lá dentro, os animais estavam amontoados em um canto, ele foi em silêncio contra o vento, sabia que o bicho podia sentir o seu cheiro, olhou entra as frestas e estava lá curvado devorando um cavalo inteiro. Peterson se preparou e atirou a lança, foi certeiro, o bicho com a lança cravada nas costas correu de volta para a floresta para morrer longe, dessa vez foi mais fácil que ele imaginava, o lobisomem era pequeno, deveria ser novo, mas a coisa que mais intrigava ele era esse surto de lobisomens que começou a aparecer.

Todas as outras casas da redondeza comemoraram mais um feito de Peterson, ficou conhecido como o “Matador de Bestas”. Tudo ficou mais tranquilo depois do ocorrido, as crianças voltaram a brincar nos pátios, a colheita estava indo bem, e os animais já pastavam tranquilos, mas toda essa paz estava prestes a acabar.


Peterson tinha saído para a cidade grande vender sua colheita, conseguiu uma grande quantia por tudo, antes de voltar para casa parou em um estabelecimento para tomar alguma coisa e se vangloriar das suas façanhas, quando decidiu voltar para casa já era noite, uma grande lua minguante pairava no céu, e ele pensou sem lobisomens por hoje.

Vinha conduzindo a carroça em meio ao barro e as pedras, com um braço só e ainda embriagado era uma tarefa bem difícil, quando chegou notou que algo estava muito estranho, os animais estavam agitados no estábulo. Sua lança estava na entrada da casa, a porta aberta, primeira coisa que veio na sua cabeça foi lobisomem, mas a lua estava minguante, nunca antes um deles se transformou nessa fase dela.

Ele pegou a lança com cuidado deveria estar preparado para qualquer coisa, passou pela porta e o sangue já encontrou os seus pés, era muito sangue, andou mais a frente e encontrou seus filhos esquartejados ferozmente, cabeças, braços, pernas, tripas, amontoados no meio da sala como se fosse algum tipo de ritual macabro.


Na cozinha curvado comendo a sua esposa, um lobisomem enorme, o maior que ele já tinha visto, e também o mais diferente, ele era cinza, ele preparou a sua lança, mas antes de atirar, o lobisomem o notou e se virou para encara-lo, Peterson não fraquejou iria atirar quando o monstro voltou para sua forma humana, ele se ajoelhou no chão quando viu quem era, Elizabeth, sua filha mais velha, agora era uma besta das trevas. Não teve coragem de matar a sua filha e caiu aos prantos no chão, ela o abraçou confusa do que estava acontecendo.

Ambos ficaram ali até o amanhecer, quando alguém das redondezas apareceu e viu aquela cena terrível, Peterson foi preso e logo em seguida enforcado pelos assassinatos, Elizabeth foi levada por uma família, nunca mais se ouviu notícias dela nem da família que a adotou.


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