"Tornei-me insano, com longos intervalos de uma horrível sanidade" - Edgar Allan Poe

W. R. SANTHOS

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Escritor. Pintor. Cineasta Amador.

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sexta-feira, 1 de abril de 2016

A Garota que Desejava a Morte


Os dias estavam cada vez mais quentes em Porto Alegre, estava no ápice do calor, 30° graus era uma temperatura baixa pra certos dias o que antigamente era impensável pra uma cidade do sul do país, o calor estava escaldante, nuvens eram raras e o sol parecia um ditador impetuoso. Denise era uma garota rebelde que odiava os seus pais, típica rebelde adolescente, roqueira cheia de piercings e tatuagens, cabelo pintado de vermelho, ela nem gostava tanto disso, mas deixava seus pais irritados e isso era o mais importante pra ela no momento. Seus dias se passavam no parque da Redenção matando as aulas, bebendo e fumando com amigos, tudo parecia no mesmo marasmo de sempre, até que um dos amigos teve uma ideia de fazer um ritual em uma encruzilhada.

Denise estava nervosa nunca tinha feito nada parecido, pegou todas as suas correntes com crucifixos, botou sua roupa preta e se maquiou como se fosse uma vampira, durante a madrugada saiu escondida de casa. A rua estava deserta ficou com um pouco de medo, mas logo avistou o carro do seu amigo na esquina, entrou e eles partiram pra buscar os outros que iam participar do ritual. Depois de todos se apertarem dentro do carro, sendo Denise a única mulher partiram pro local, chegaram em um cruzamento da rua Protásio Alves que era bastante movimentada, mas de madrugada ficava deserta.


O dono do carro foi até o porta mala e tirou vários objetos, diversas cruzes, pentagramas, facas, imagens de demônios e um livro que na capa estava escrito “Lamo Dorvil”, chegou em Denise e deixou o livro com ela. Todos estavam de preto com correntes pela roupa fazendo um estilo entre góticos e punks, eram sete no total, sentaram no meio do cruzamento, a lua cheia estava iluminando eles com uma clareza pouco comum, estavam em círculo apenas o dono do carro estava em pé no meio e agora fazia um tipo de oração em latim. 


Denise notou um cheiro forte de podre, um dos caras que estava no seu lado tinha uma sacola com alguma coisa dentro, e logo ela descobriu, um filhote de cachorro morto, Gilberto que estava de pé termina sua oração e pega a sacola, caminha até o carro e volta com uma tigela com sete copos, dá um pra cada um, tira o filhote do sacola e espreme ele encima de cada copo, deixando um gole de sangue em cada, mando todos beberem, em seguida corta um pedaço da carne do filhote pra cada um, um dos amigos vomita, mas depois consegue comer, Denise come aquele pedaço mesmo com nojo sem problema.


Todos agora estavam de mãos dadas sentados no chão, Denise se levanta e vai até o meio da roda, instruída por Gilberto abre o livro na página 195, e começa a ler um verso “Os filhos são como os pais, os pais vão ser expurgados do ventre dos avós, nada mais restará da descendência, tudo que foi dito aqui será lembrado até o fim dos tempos, os filhos do filho renegado dos portões do éden vão trazer a tão sonhada paz pra aqueles que vivem o tormento da existência, espere pelo sopro”.



Assim que terminou de ler Denise se sentiu estranha, seu corpo ficou fraco, sentiu uma leve brisa no seu rosto e logo estava caída no chão sem reação, seus olhos ficam pesados até que apaga. Denise abre os olhos novamente seu corpo ainda estava fraco, mas com esforço consegue se levantar só que escorrega e cai novamente em algum tipo de gosma, quando olha mais atentamente tinha sangue por toda a volta, mas nenhum sinal dos corpos de seus amigos, de longe caminhando bem devagar vinha uma mulher vestida toda de branco, seus passos pareciam não tocar o chão com um movimento com a mão ela fez Denise flutuar. Ela não conseguia mais se mexer apenas ficava ali flutuando a mercê daquela mulher.

- Seus pais ou você? – a mulher falou no seu ouvido, o cheio de podre que vinha dela era insuportável.

- O que? Me solta, por favor?

- Quem deve morrer você ou seus pais? – falou colocando a língua na orelha de Denise. – Decida agora!

- Eu odeio eles, mas não quero que eles morram.


Foi só o que precisava, a mulher de branco com as unhas afiadas arranca a pele de Denise, ela grita de dor, só pode gritar e ver a sua pele sendo separada do seu corpo como um boi no açougue. Denise por alguma razão continuava viva mesmo sentido uma dor insuportável pra qualquer ser humano, estava ali em carne viva esperando a morte que não vinha até a mulher de branco falar novamente no seu ouvido.

- Ainda não acabou sua alma agora é minha, vamos pra um lugar bem divertido.


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