"Tornei-me insano, com longos intervalos de uma horrível sanidade" - Edgar Allan Poe

W. R. SANTHOS

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Escritor. Pintor. Cineasta Amador.

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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Verdadeiro Serial Killer



Não posso controlar quem eu sou de verdade, todos que estão em minha volta não sabem quem verdadeiramente eu sou ou o que sou capaz de fazer, já nasci assim, dês que me entendo por gente tenho esses impulsos que as vezes são incontroláveis, por muito tempo suprimi isso, mas esse tempo está acabando, me sinto sufocado, adormecido, deprimido, e só há uma coisa capaz de me fazer ficar bem novamente, uma coisa que é totalmente aceito entre animais, e se também somos animais esse ato deveria ser entendido e perdoado na minha visão, eu preciso e eu quero matar alguém.


Minha namorada é uma garota inteligente, mas burra quando se trata de mim, nunca desconfiou da minha vontade assassina, nem mesmo quando me pegou de noite com uma faca no seu pescoço, inventei uma desculpa boba e ela acreditou. Até hoje só matei animais, os mantive vivos por horas antes de matar, cachorros, gatos, tortura até eles perderem as forças e praticamente implorarem por misericórdia, isso me dava um grande prazer, mas eu sabia que era apenas um aperitivo do que ainda me aguardava.

Estou quase explodindo não posso mais viver nessa vida de mentira, cansei de tudo isso, hoje a noite tem um jantar aqui em casa com toda a família da minha namorada, azar o dela vai perder toda a família e a vida de uma vez só, sinto pena dela, pra falar a verdade não sinto, aliás, eu não sinto nada por pessoa alguma. Nenhum deles vai me causar algum problema, os pais dela são velhos fáceis de dominar, a sua irmã com dois filhos pequenos mais fácil ainda e uma tia gorda, pra não ter problema de alguém conseguir fugir vou colocar um sonífero na bebida e amarra-los, e matar um a um.
Então foi assim que aconteceu, todos chegaram no começo da noite e eu fui simpático como sempre, não foi um problema, aquelas pessoas não fazem diferença nenhuma pra mim, mas tenho que admitir que vou sentir falta da minha namorada, não vou mentir, não há amo ou muito menos sou apaixonado nem sei se sou capaz disso por alguma pessoa. Todos aproveitaram a deliciosa comida preparada, conversavam e riam bastante até que antes da sobremesa caíram com a cara na mesa, efeito do meu sonífero nas bebidas deles.


Eles acordaram a principio confusos e um pouco atordoados, mas depois de alguns segundos o pavor tomou conta de todos, mas pra minha surpresa menos pra minha namorada que incrivelmente estava calma e serena. Eu estranhei esse comportamento dela, tinha que continuar com meu planejamento, peguei minha faca super afiada, fui até os pais dela primeiro, com uma facada no meio do peito matei aquele velho enquanto olhava diretamente pra minha namorada que ainda não demonstrava nenhum sinal de desespero, aquilo já estava me incomodando, mesmo assim passei pra sua mãe, eu não gostava nem um pouco daquela velha que sempre falava demais, tive que mandar o resto parar de chorar e se debater pra que eu pudesse aproveitar o momento, passei a faca no seu pescoço bem devagar pude sentir toda a sua dor e aquilo me deu um prazer indescritível.

O resto matei mais rápido, mas o prazer foi o mesmo, por ultimo deixei minha namorada que por alguma razão estava com um sorriso no lábios, nunca tinha visto aquela expressão no seu rosto, fiquei um pouco confuso, queria mata-la, mas estava curioso. Me sentei na sua frente e ficamos nos encarando por alguns minutos sem falar absolutamente nada, apenas ficamos ali trocando olhares, eu me levantei e bati na minha cabeça por ser tão burro e não ter percebido nada, estava o tempo todo da minha frente, mas só agora pude compreender o que fui tão cego durante tanto tempo, minha namorada era igual a mim.

Eu a desamarrei estava muito entusiasmado com a descoberta, não precisava mais ficar sozinho com meus pensamentos assassinos, teria alguém igual pra compartilhar essa vida, não estava mais sozinho e isso me causava uma sensação um excitação incrível, mas quando virei as costas recebi uma facada nas costas, fui ficando fraco enquanto o gosto do metal entrava na minha boca, cai de joelhos sem entender o tinha acontecido.

Antes que meus olhos fechassem pra sempre e eu deixasse esse mundo antes do que eu havia previsto, ela se ajoelha do meu lado e falou no meu ouvido que tinha planejado tudo isso há muito tempo, sabia que eu era diferente e usou isso pra criar um plano pra eu matar a sua família e ela me matar alegando que estava tentando salva-los, que era já era uma assassina em série há muito tempo e que era impossível dois deles viverem juntos felizes, fechei meus olhos e abracei a escuridão.




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