"Tornei-me insano, com longos intervalos de uma horrível sanidade" - Edgar Allan Poe

W. R. SANTHOS

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Escritor. Pintor. Cineasta Amador.

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quinta-feira, 13 de abril de 2017

As Almas do Inferno




Os alunos já tinham ido embora, o turno da noite finalmente tinha acabado, a escola estava vazia e Jurandir estava fechando tudo pra começar a sua jornada de segurança. Seu trabalho era vigiar a escola durante a noite e garantir que ninguém entrasse, hoje era seu primeiro dia nessa escola, e pelo o que ele viu seria tranqüilo.


Quando o ultimo professor e o ultimo faxineiro finalmente saíram, ele trancou tudo e sentou dentro de sua guarita localizada no meio do pátio. Antes que ligasse sua televisão para se distrair, pegou sua lanterna e foi fazer uma ronda por garantia. Desligou algumas luzes que permaneceram acessas, fechou algumas portas, e guardou alguns materiais de alunos distraídos que foram deixados para trás.

Na sala dos professores notou um barulho estranho no teto, pegou uma vassoura e cutucou, eram ratos iniciando suas atividades noturnas. Jurandir foi até o último andar, onde se localizava o auditório. Quando estava se aproximando viu que o lugar estava parcialmente iluminado, uma luz que piscava constantemente, pegou seu cassetete na cintura e se aproximou devagar.

A porta do banheiro atrás dele bateu com força, o susto foi tão grande que a lanterna caiu e quebrou. Ele continuou, o projetor estava ligado passando um vídeo. Ele puxou o cabo do projetor da tomada, mas não adiantou, continuou exibindo o vídeo, Jurandir ficou confuso com o que estava acontecendo.


Uma mulher de branco caminhava no que aparentava ser no meio de um vulcão, vestia um vestido branco quase transparente, o que deixava bem perceptível os seus seios avantajados. Ela então retira o vestido ficando completamente nua, seu corpo era perfeito. Jurandir achou que era algum tipo de filme pornô diferente, colocou a mão dentro de sua calça, e começou a se masturbar enquanto a mulher se insinuava passando a mão em seu corpo.


O projetor se desligou, Jurandir ficou no escuro ainda fazendo seus movimentos, sentiu uma mão no seu ombro, deu um pulo da cadeira que estava e caiu no chão, com as mãos no chão sentiu que estava queimando as palmas. Uma luz vermelha tomou conta do auditório, o chão tinha sido coberto por lava.

Jurandir levantou assustado correndo pra fora do auditório, no corredor ele viu dezenas de pessoas, todas vestidas com o mesmo vestido branco daquela mulher do vídeo. Eles caminhavam como zumbis, em uma única direção, como se tivessem sendo atraídos para algum lugar. Lágrimas caiam dos olhos de cada um. Eram almas vagando por todo o lado.

Jurandir ficou imóvel, tentou passar despercebido, mas não adiantou, as almas agora caminhavam em sua direção, o seguraram e puxaram novamente para dentro do auditório. No meio do chão do auditório coberto de lava, agora havia um buraco escuro, algumas almas começaram a se jogar ali dentro, e outras arrastaram Jurandir com elas pro fundo do abismo.


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