"Tornei-me insano, com longos intervalos de uma horrível sanidade" - Edgar Allan Poe

W. R. SANTHOS

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Escritor. Pintor. Cineasta Amador.

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sexta-feira, 11 de março de 2016

O Rio dos Mortos que Respiram



Ela correu o máximo que deu, o barro da chuva sobre a terra e o mato dificultava a corrida, o resto dos seus amigos já estavam mortos, ela era a única sobrevivente, mas talvez por pouco tempo, tentou correr em linha reta pra achar a estrada, mas com certeza estava perdida, seu choro sendo misturado com as gotas de chuva se perdiam sobre seu rosto, o desespero ia crescendo a cada passo que dava, sem rumo e extremamente cansada ela caí no chão, esperando que por um milagre ela fosse poupada, o que não aconteceu, segundos depois diversas pessoas com aparência horrível a encontraram, a pele estava como se estivesse derretida, olhos saltados, roupas rasgadas e velhas, pegaram ela pelo pé atravessaram a mata de volta pro rio e foram pro fundo.



Mariete tinha acabado de estacionar o carro braba, não aguentava mais a bagunça organizada por Juliana, Edson, Rebeca e Andressa, que vinham cantando músicas bregas pelo caminho, eles vinham acampar perto do rio, Washington, que tinha ido mais cedo, já estava com a barraca armada esperando eles. Fazia um tempo que Mariete queria levar os amigos nesse passeio, mas o seu trabalho como executiva de uma multinacional sempre a mantinha ocupada.

- Até que enfim chegaram! – Washington falou assim que viu eles.

- E já está de “barraca armada” nos esperando, que medo! – Rebeca soltou uma piada.

- Tuas piadas só melhoram. – ele retrucou.

- Deixa ela “Was”, o carro chocalhou muito o cérebro dela durante a viagem. – Juliana se aproximou e o abraçou logo depois Edson e Andressa fizeram o mesmo.

 - Cadê a Mariete?

- Está pegando as malas no carro.

- Deixa que eu vou lá ajudar.

Depois que tudo foi arrumado andaram pela extensão do rio, a temperatura estava muito agradável, a brisa suave parecia um leve carinho no rosto, o rio estava calmo e pedindo pra um mergulho, foi isso que fizeram durante toda a tarde se divertiram como nunca, tudo estava perfeitamente bem. A noite foi decidido que Washington contaria historias de terror enquanto se aqueciam na fogueira.

- Isso é bem coisa de vocês mesmo contar historias de terror em volta da fogueira, muito clichê. – Andressa falou bufando.

- Sai daí medrosa! Tá falando isso porque tá com medinho. – Mariete retrucou cutucando ela com um pedaço de madeira quente.

- Nada a ver gente, só não acho graça mesmo.

- Deixa que na hora de dormir eu te dou de mama “Dessa”. – Mariete riu tanto que quase caiu na fogueira, mas foi segurada por Washington.

O fogo finalmente se apagou e todos foram pras barracas dormir, mas Edson ficou alerta não conseguiu pregar os olhos, o rio estava com uma movimentação estranha, as ondas estavam fortes sem nenhum vento, ele tinha a impressão que alguma coisa ou alguém estava naquele rio enquanto todos dormiam.


O dia logo clareou e Edson contou a todos o que tinha sentido durante a noite, todos concluíram que era a imaginação de Edson, e ele mesmo se convenceu disso depois que caminhou por quase todo o rio.

- O que a gente vai fazer hoje? – Mariete estava animada.

- Vamos nadar peladas! – Rebeca foi tirando a roupa.

- Nada disso minha cara, mas até que não é uma má ideia pensando assim numa diversão maior. – Mariete falou envergonhada.

- Vocês estão loucas né? Escutou isso Washington? – Juliana não tinha gostado muito.
- Olha eu tenho que te dizer que não faço objeção.

- Eu não acredito nisso!

- Eu me recuso a ver isso. – Edson falou depois de receber um olhar de desaprovação de Juliana.

- Eu acho bacana, tô dentro. – Andressa finalmente se pronunciou.


No final de tudo todos foram nadar pelados no rio, e assim foi até a noite, Mariete pegou seu violão e começou a cantar, esse era um dos talentos dela, a fogueira alta e todos se divertindo. Tudo estava saindo perfeitamente na ultima noite, até que o barulho de alguma coisa caindo na água fez Mariete parar de tocar, um zumbido foi escutado de longe, aos poucos foi aumentando e se aproximando, agora parecia um coro, todos ficam tensos e sem saber o que fazer.

- Vamos pro carro rápido! – Mariete gritou, mas já era tarde eles estavam cercados, dezenas de mortos-vivos com a aparência gelatinosa estavam em toda a volta, homens, mulheres e até crianças com as mãos esticadas e olhando fixamente pra eles, alguns sem os olhos apenas um buraco vazio.

Washington e Edson pegaram pedaços de madeira com fogo e tentaram atacar, mas logo foram neutralizados por mais mortos-vivos que apareceram, pegaram seus braços e pernas e os levaram embora, as meninas estavam abraçadas desesperadas enquanto aos poucos eles se aproximavam. Andressa tentou correr e tropeçou na fogueira pegando fogo, enquanto queimava aos gritos ela foi levada pro fundo do mar.



Juliana e Rebeca no momento de desespero tentaram sair batendo nos mortos-vivos, e rapidamente foram derrubadas e mortas por pancadas, e como os outros foram levadas pro fundo do mar. Mariete ficou ali paralisada de medo, quando achou que tinha chegado o seu fim os mortos-vivos começaram a ir embora desaparecendo na mata.

Mariete depois de alguns segundos tentando assimilar o que tinha acontecido correu desesperada pro carro, suas mãos estavam tremendo mal conseguiu abrir a porta do carro, quando sentou no banco finalmente pode relaxar um pouco e começou a chorar pensando nos seus amigos, queria voltar e fazer alguma coisa, mas sabia que não seria capaz tinha que procurar ajuda, mas quando estava procurando as chaves do carro que não estavam no lugar onde havia deixado, ela escuta novamente os zumbidos e logo o coro de agonia novamente, centenas de mortos-vivos estavam atrás do seu carro e foram empurrando o carro pela mata até chegar no rio, Mariete tentou sair, mas estavam trancando a porta, foi jogada com seu carro pro fundo do mar, onde se afogou numa agonia horrível.


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