"Tornei-me insano, com longos intervalos de uma horrível sanidade" - Edgar Allan Poe

W. R. SANTHOS

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Porto Alegre, Rs, Brazil
Escritor. Pintor. Cineasta Amador.

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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

A Noiva





            “Quer casar comigo?”, foi com essas palavras que Carlos dentro de um restaurante chique em um bairro nobre do Rio de Janeiro pediu a mão de Danielle em casamento, ela apaixonada prontamente aceitou com um largo sorriso no rosto. Ela amava Carlos desde sempre, o casamento seria na maior e mais cara igreja do Rio, uma grande festa com todos os familiares e amigos, Danielle comprou um dos mais belos vestidos de noiva que estava disponível, não economizou nem um centavo no seu vestido branco, o véu e a grinalda eram de dar inveja as mais ricas princesas e digna dos mais lindos castelos, tudo seria perfeito e magico, nem um furacão podia varrer toda aquela felicidade que todos estavam sentindo.

             Finalmente o grande dia chegou, a igreja estava toda enfeitada, diversas flores e arranjos decoravam o local, um grande tapete vermelho que começava na porta da igreja e terminava no altar, a cerimonia iria acontecer no final da tarde. Danielle já pela manhã estava toda arrumada, sua ansiedade e nervosismo estavam altos, parte dela sabia que tudo tinha sido feito com extremo carinho e que nada daria errado, mas outra parte ainda estava com aquele friozinho na barriga imaginando que pudesse alguma coisa fora do esperado.

               A limusine já estava na porta, a hora havia chegado, ela desce as escadas com sua irmãs, o vestido de noiva era belíssimo branco como a neve, a felicidade estava esbanjando no rosto de Danielle, a igreja era perto de sua casa e então daqui alguns minutos ela seria esposa. Ela entra no carro, mas antes uma das suas irmãs estranha a rua estar muito deserta, elas entram no carro e partem.



                         Danielle e suas irmãs chegam na igreja, a porta se abre e a marcha nupcial começa a tocar, elas entram e a porta se fecha pra cerimonia. Um tio á leva até o altar, seu caminho até a felicidade havia começado, amigos, familiares, todos sorrindo felizes por ela e Danielle não continha a sua alegria, seu sorriso era enorme e seus passos eram majestosos até chegar a seu futuro marido no altar de frente pro padre.


                Tudo estava indo conforme o planejado, agora faltava pouco pro “sim” final, o “sim” que iria mudar a sua vida pra sempre. O discurso do padre já estava chegando ao fim e a pergunta definitiva se aproximava quando ouve-se uma batida na porta da igreja, o padre para o discurso na hora, pois a batida ecoou na igreja, todos se viraram pra porta, outra vez se ouve batidas na porta, mas dessa vez pareciam com mais urgência, um fotografo que estava perto da porta a abre, um homem coberto de sangue estava atirado no chão, mas ainda estava vivo, o fotografo tira algumas fotos enquanto o tio de Danielle que veio apressado saber  o que estava acontecendo puxa o homem pra dentro da igreja sem antes notar a rua completamente deserta, fecha a porta e nota uma grande mordida no seu braço direito onde um grande pedaço de carne havia sido arrancado, seus olhos estavam arregalados e fixos como se estivesse aterrorizado.

             A cerimonia havia sido interrompida por causa dos acontecimentos, Danielle estava nervosa e observava tudo de longe encima do altar com seu quase marido que resolver ver o que tinha acontecido mais de perto. O homem misterioso começa a se contorcer como se estivesse tendo uma convulsão, começa a babar uma espuma amarela e grossa, as pessoas que estavam por perto ficaram assustadas, as que estavam longe ficam tentando entender o que estava acontecendo. Danielle estava ainda mais nervosa depois que Carlos, seu noivo, a deixou sozinha no altar com o padre. 

                Depois de algum tempo se contorcendo e babando, Carlos consegue imobiliza-lo, o homem apaga, aparentemente ele havia morrido, pois parou de respirar, Carlos solta o homem, mas assim que vira o rosto pra falar com alguém sobre o ocorrido o homem acorda e morde a sua mão arrancando seu dedo mindinho, todos se afastam enquanto Carlos grita de dor, o homem levanta do chão todo torto, seus olhos estavam vermelhos, fitava as pessoas mastigando o dedo arrancado de Carlos, sua pele estava com uma estranha tonalidade esverdeada, no seu ferimento no braço direito saia um pus preto nojento, como num estalo de raiva o homem começa a correr atrás das pessoas na igreja, tentando agarra-las e morde-las, Carlos e os outros tentam segurar o homem que estava incontrolável, Carlos faz força excessiva e quebra o braço do homem, o fazendo ter uma fratura exposta, mas paro o espanto de todos o homem continuou como se nada tivesse acontecido.

              O homem mesmo com o braço quebrado consegue escapar de Carlos e das outras pessoas que o estavam segurando e agarra uma senhora a mordendo no pescoço, Carlos com um vaso cheio de areia joga na cabeça do homem quebrando o seu pescoço com o impacto, ele ficou apavorado, pois o homem se levantou novamente, a cena era bizarra, a cabeça caída no ombro com o pescoço quebrado não segurava mais, o sangue e baba escorria pelo canto da sua boca, definitivamente aquele homem era um morto-vivo.

                Todos estavam apavorados com aquela monstruosidade, Danielle ainda estava no altar com o padre sem saber direito o que estava acontecendo, o padre também estava ficando nervoso. Um dos convidados chega por trás do homem-zumbi e o acerta com uma cadeira de ferro esmagando parte de sua cabeça e tirando um pedaço do cérebro, o zumbi caí finalmente morto no chão. A senhora que foi mordida no pescoço pelo zumbi começa a ter as mesmas reações dele, babando e rosnando atrás das pessoas, eles tentam ligar pra ambulância, mas todos os celulares estavam mudos, alguns tios, primos e outros homens, discutem o que devem fazer e resolvem sair pra pedir ajuda nisso Carlos caí no chão passando mal, Danielle grita por ele e desce do altar correndo ao seu encontro, ele começa a se contorcer e a babar.



                  Mais batidas são escutadas na porta, mas dessa vez pareciam que eram dezenas de pessoas batendo e gemendo no outro lado num corro agonizante, Danielle tenta acudir Carlos mas ele se contorcia e babava demais até que subitamente ele para, Danielle se afasta, Carlos levanta sua expressão havia mudado, escorria sangue pelos seus olhos, uma espuma branca saia pela sua boca, ele parecia um cão brabo prestes a atacar, ao mesmo tempo que todos se afastavam as pessoas que estavam batendo na porta tentando entrar aos poucos conseguem abrir a porta e entrar. Carlos ataca o que estava mais perto dele, Danielle foge desesperada, a porta da igreja é aberta por completo e dezenas de zumbis entram, raivosos e com fome de carne humana eles atacam todos, é um verdadeiro banquete, velhos e crianças foram os primeiros a serem devorados sem nenhuma piedade, seus corpos eram rasgados como pedaços de papel, braços, pernas, cabeças rolavam pelo salão, a quantidade de sangue derramado mudou a cor da igreja.

               Danielle sobe as escadas até a sala do padre, olhou pra traz e teve vontade de voltar, seus amigos e parentes sendo devorados como animais, mas ela não podia fazer nada, o padre aparece e a empurra pra dentro da sala, antes que ele pudesse entrar também um zumbi o agarra pelas costas e o puxa pro chão, o morto-vivo morde o seu rosto enquanto outros corriam babando em direção de mais uma refeição, Danielle tentou puxar o padre pra dentro, mas quando viu a aproximação dos outros zumbis desistiu e se trancou na sala.


               Zumbis batiam na porta freneticamente, mesmo trancada a porta começa a ceder, ela puxa cadeira entre outras coisas  que encontra pela frente pra escorar na porta e se afasta sentado no chão com os joelhos no peito no fundo da sala vazia. Ela reza enquanto as investidas contra a porta continuam, a gritaria de desespero no salão era insuportável, tampa os ouvidos tentando abafar os sons, seu vestido de noiva estava manchado de sangue, ela sente nojo e rasga um pedaço.

               Danielle já não segurava mais o choro, mas quando o desespero estava tomando conta dela os barulhos e gritarias param, tudo tinha ficado num silêncio absoluto do nada, ela coloca os ouvidos na porta, mas o silêncio reinava, tira as coisas de frente da porta e a abre bem devagar, ainda temerosa espia do lado de fora, o corredor estava vazio, havia sangue no chão e nas paredes, ela avança olhando atentamente pra qualquer movimento, Danielle tem a primeira olhada no salão, havia um rio vermelho de sangue onde boiava diversos membros, pedaços de braços, crânios, olhos, intestinos, era impossível distinguir qualquer pessoa ali, ela não viu nenhum zumbi, passa com cuidado até chegar a grande porta que dava pra rua, ela esperava encontrar um caos na cidade, mas não foi o que viu, as ruas estavam normais, pessoas caminhando, carros passando, crianças brincando e nada de zumbis ou menção de um ataque. 

            Danielle fica confusa  se vira novamente pra dentro da igreja, o rio de sangue juntamente com os corpos em pedaços continuava no mesmo lugar, mas ela não estava numa igreja, mas sim num prédio abandonado caindo aos pedaços, ela não entende o que estava acontecendo, olha pra si mesma e o vestido de noiva não mais existia, ela vestia uma roupa hospitalar branca e na sua mão havia um facão e na outra uma arma, ela escuta sirenes vindo em sua direção larga o facão e a arma e vai embora caminhando sem direção.



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