"Tornei-me insano, com longos intervalos de uma horrível sanidade" - Edgar Allan Poe

W. R. SANTHOS

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Porto Alegre, Rs, Brazil
Escritor. Pintor. Cineasta Amador.

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sexta-feira, 3 de maio de 2013

O Demônio Reside Aqui




“Existem seres que vivem nas profundezas mais terríveis e sombrias do inferno onde a dor e o sofrimento soam como algo tão doce, pois coisas piores e inimagináveis acontecem lá, e quando um desses demônios escapa desse limbo e consegue vir pro nosso plano, tema, tema bastante, pois essas criaturas não temem rezas, anjos, santos e nem mesmo Deus”.

Noite, uma velha senhora dorme tranquilamente na sua cama, ela mora sozinha, seu marido com quem passou quase toda vida faleceu há alguns anos, ela acorda com um barulho vindo da cozinha, ela se levanta com dificuldade fazia semanas que estava com dores nos joelhos, mancando caminha até a cozinha e toma um copo de água, ela escuta uma voz vinda da sala e com o susto deixa o copo cair, pega o seu terço e vai até a lá, escuta diversos sussurros até chegar à origem deles na sala. Ela tinha uma grande estatua de São Pedro e um quadro da Santa Ceia na sala, o quadro estava um pouco torto então a senhora o ajeita e quando faz isso ela escutou mais sussurros e notou que vinha da estatua, aproxima o seu ouvido da estatua pra poder escutar melhor, algo dá uma fisgada na sua bochecha como se fosse um beliscão, ela se afasta assustada, uma leve brisa entra pela janela aberta que ela tinha certeza que havia fechado. 
A estatua de São Pedro começa a tremer e depois rodopiar como se estivesse ganhando vida, mas logo para e uma força começa a tomar conta do corpo da velha senhora que não consegue mais se mexer por contra própria, seus membros são arrancados com tamanha violência que o sangue e pedaços de carne da velha grudam na parede e no teto, uma sombra surge do chão com um formato humanoide e arranca a cabeça dela sem esforço e logo em seguida esmaga contra o chão fazendo o cérebro ficar espalhado por todo o lugar.

Um carro vinha em alta velocidade em uma estradinha de terra no meio de uma mata longe da cidade, um casal discutia dentro do carro, a briga estava feia, Ana e Dagoberto batiam boca aos gritos dentro do carro com muita violência, ele havia bebido na festa em que eles estavam e onde se originou a briga. Dagoberto à medida que gritava pisava mais no acelerador chegando perto dos 200 km, ele acusava ela de estar se esfregando em um cara durante a festa, Ana estava irritadíssima com as acusações e dava tapas no braço do namorado com bastante força enquanto gritava mais alto que ele, Dagoberto respondia aos tapas, ambos estavam visivelmente embriagados.

A estrada de chão batido tinha curvas perigosas em que Dagoberto derrapava sempre, tinha momentos em que ele nem olhava pra frente por causa da discussão com Ana, ela que também havia bebido além da conta não estava nem aí se seu namorado estava dirigindo perigosamente a única preocupação de ambos era a briga entre os dois. Eles entraram numa parte da estrada onde a iluminação era precária e a mata ainda mais fechada ao redor, em um piscar de olhos Dagoberto vê a sombra de uma pessoa parada no meio da estrada, como estava em alta velocidade parar era impossível então ele derrapa capotando diversas vezes até o carro parar de cabeça pra baixo.


Ana abre os olhos, o carro estava todo amassado, eles só não voaram longe porque por incrível que pareça eles estavam de cinto de segurança, Dagoberto estava desacordado, ela tira o cinto e caí no teto do carro, ela faz o mesmo com seu namorado que com a queda também acorda e só agora ela percebe um pedaço de ferro atravessado na sua perna, ainda dentro do carro ela retira com a ajuda de Dagoberto, além disso eles estavam com vários arranhões e cortes pelo corpo, eles finalmente conseguiram sair do carro com muita dificuldade, Dagoberto teve que ajudar Ana a andar pois a dor na perna a estava fazendo mancar.
A noite estava linda, a lua cheia brilhava no céu, eles começaram a andar pela estrada na esperança de pegar uma carona ou encontrar alguém, caminharam por quase uma hora até encontrarem uma casa velha de madeira dentro da mata fechada, Ana estava perdendo muito sangue por causa da sua perna machucada e ambos estavam cansados então resolveram ir até a casa ver se alguém morava lá, se tinha algo pra comer e curativos ou pelo menos ficar lá até amanhecer.

A casa era muito velha completamente tomada pelo mofo e por musgo verde que apodreceram quase toda a madeira da casa, na entrada da frente uma porta e uma pequena janela ambas quebradas, agora era obvio pra eles que ali não morava ninguém, havia também um pequeno cercado em volta da casa, mas a mata tinha tomado conta. Ana e Dagoberto entraram dentro da casa, ainda faltava muito pra amanhecer e eles precisavam descansar um pouco. A porta estava fechada, mas com um empurrão ela se abriu, as fechaduras estavam tão enferrujadas que quase se desmancharam quando foram forçadas, já dentro da casa caminharam com cuidado, pois as madeiras do chão que não quebravam quando eles passavam rangiam assustadoramente como se não quisessem a presença de ninguém, não era muito grande dentro, logo que passaram pela porta chegaram na sala que parecia com um cemitério tamanho o cheiro de podre que pairava no ar, havia alguns moveis tapados com um lençol que tinha uma camada enorme de mofo.




Em uma das janelas laterais Dagoberto vê um vulto passar entre as árvores no lado de fora, ele perde de vista o vulto quando Ana o chama reclamando de dor e não demora muito ela desmaia, ele nem teve tempo de socorrê-la porque em seguida diversos barulhos são escutados pela casa, como se mil pessoas estivessem batendo nas paredes, nas portas e nas janelas, Ana é puxada pra fora da casa por uma força invisível, Dagoberto não teve nem reação tamanha foi à velocidade que ela foi puxada, a porta se fecha com violência impedindo ele de ir atrás de Ana, ele assiste pela fresta Ana ser levada pro meio da floresta, ele tenta sair por alguma janela, mas inexplicavelmente todas estavam seladas por algum tipo de magia que o impedia de sair, logo ele escuta um grito de Ana no meio da floresta, um grito de dor agonizante, Dagoberto se desespera e leva um susto quando alguma coisa é arremessada pra dentro da casa quebrando uma janela, era a cabeça de Ana, a cabeça tinha sido arrancado com violência do seu pescoço, o seu rosto tinha um expressão congelada de medo, Dagoberto fica estático de pavor, mas não teve tempo de assimilar tudo aquilo, a porta é aberta e uma sombra com formato humano entra e chega perto de Dagoberto e sussurra no seu ouvido antes de arrancar todos os membros do seu corpo: - Bem-vindo aos portões do inferno.      

                      


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