"Tornei-me insano, com longos intervalos de uma horrível sanidade" - Edgar Allan Poe

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domingo, 15 de maio de 2011

Anjo da Morte

Autora: Elliza Moreira

 

A música estava forte em meus ouvidos, a festa estava um arraso, minha amiga Ana estava com seu namorado na pista de dança. Eles insistiram para que eu dançasse com eles, mais eu recusei solenemente, pois era meio chato estar entre os dois, eu me sentia mal com isso.

Eu não tinha vindo acompanhada por um rapaz, por não ter muitos amigos. Desde que chegará a escola, a única pessoa que falará comigo foi Ana, eu era conhecida como “A Esquisita”.
Eu ficava observando Ana e Adam dançando e se divertindo, enquanto eu ficava encostada na mesa, ao lado do ponche.

- Belo vestido. – Ouvi um rapaz dizendo ao meu lado.

Me virei lentamente para o lado, para ver quem era. Ao olhar para ele paralisei completamente, ao ver tal beleza inumana.
- Obrigada. Sua roupa também é linda. – Disse com uma voz trémula.
Ele sorriu, seu sorriso era angelical, até parecia um Anjo.

- Eu me chamo Seth, e você?

- Mary. – Balbuciei.

Ele curvou-se para o meu lado, beijou minha face dizendo:

- Encantado. Você quer dançar comigo?
Balancei a cabeça em sinal de confirmação, ele pegou em minha mão e me levou até a pista de dança. Onde começamos a dançar uma música calma.

Deixei que ele me levasse na dança, pois eu não conseguia me concentrar quando olhava para aquele rosto angelical, principalmente quando via aqueles olhos azuis, tão profundo que até parecia duas gotas tiradas do oceano.
Quando a música acabou, voltamos para perto da mesa do ponche, onde Ana e Adam estavam me procurando.

- Onde você se meteu mocinha? – Perguntou Ana nervosa.

- Desculpa. – disse eu – Seth me convidou para dançar e eu não tive com recusar.

- Oh, ok. – Falou Ana mais tranquila.

- Nós estávamos procurando você, porque já vamos embora. – Pronunciou Adam desanimado. – Já está ficando tarde.

- Hum, ok… – Voltei-me de frente para Seth lamentando. – Obrigada pela dança, adorei, mas agora tenho mesmo de ir.

- Não vai! Fica mais um pouco, por favor! – Seth disse olhando com um ar de quem está implorando. – Mais tarde eu te levo para casa.

Olhei para Ana e para Adam, eles sorriram e ela voltou-se para mim dizendo:

- Ok, mas se comportem. Te vejo amanha Mary.

- Ta bom, até amanha, tchau.

Depois que eles se foram, Seth me pegou pela mão e me levou para fora da festa. Para um pequeno jardim iluminado. A noite estava fria, e como era uma festa de época, o meu vestido era longo, com um corpete, que realçava muito meu decote. Quando o aluguei podia ter pedido ao meu pai mais cinquenta moedas, para poder alugar também uma espécie de casaco que fazia conjunto com o vestido. Mas eu pensava que não seria preciso.

Seth reparou que eu estava com frio, tirou sua capa e pôs em cima de meus ombros. Sentamos em um banco, eu olhava as estrela, estava um silêncio quase total, ao longe se podia ouvir a música da festa.

Seth pegou suavemente em meu queixo, e puxou meu rosto de forma que eu ficasse olhando directamente nos olhos dele. Ele aproximou sua face até a minha, até que nossos lábios se encostaram suavemente um no outro. Seu hálito quente, suave e doce me deixou sem reacção, só consegui corresponder seu beijo. Sua língua invadiu minha boca, intensificando mais aquele beijo.

Depois ele me abraçou fortemente, e disse:

- O nosso tempo está se acabando, vamos?

Fiz sinal de confirmação, mas realmente não entendi porque ele disse aquilo. Olhei para o relógio ia dar quatro horas da manhã, meu pai não tinha me dado hora para chegar em casa, mas já estava mesmo começando a me sentir cansada, esses saltos altos me matam.

Passamos pela festa, em direcção a saída do local. Ao chegar no estacionamento, não fazia ideia qual seria o carro dele. Quando ele parou na frente de um, fiquei impressionada. Era um BMW descapotável, que pela fraca intensidade da luz parecia ser cinzento.

Ele abriu a porta para que eu entrasse, entrei e ele fechou, passando rapidamente para o lado do motorista. Entrou no carro, ligou-o e acelerou em direcção a estrada principal. Ele nem tinha perguntado onde eu morava, puro e simplesmente foi na direcção contrária.

- Seth minha casa para outro lado. – Disse-lhe.

Ele riu-se sonoramente e disse:

- Como podes ser tão burra Mary, vá você até bonita, mas sinto muito em ter que matá-la. – Disse entrando com o carro numa estrada escura e acelerando ainda mais.

Eu fiquei aterrorizada. Não sabia nem o que dizer.

- Pára já esse carro! Porquê me matar? O que foi que eu te fiz?

- Mary querida, eu não tenho nada contra você, e ainda não fizeste nada a mim, mas irás fazer. És o meu cartão de entrada num cargo (por assim dizer), superior dos Anjos Negros.

- O que? Disseste Anjo Negro?

- Sim, ou podes mesmo preferir Anjos da Morte. Sua alma é meu portal de entrada no estágio superior.

Eu comecei a entrar em estado de pânico, pensei até em pular do carro, mas a velocidade era enorme.

Quando penso que não, Seth travou de repente o carro, e esse capotou, o céu sumiu de minha visão, ficou tudo escuro, e voltou outra vez a parecer, várias vezes consecutivas, até que parou. Meu corpo estava muito dolorido, tentei me mover, pedir, gritar por socorro, mas não conseguia, doía de mais.
Seth parou de pé ao meu lado no carro e disse:

- Tu és resistente. Bem vamos logo acabar com isso já não tenho muito tempo.

Tirou de dentro de sua capa uma foice, levantou-a e disse:

- Adeus Mary, e obrigado.

Eu cuspi-lhe na cara. E ele apunhalou-me fortemente com a foice. A dor me atingiu em grande intensidade. Mas aos poucos fui deixando de senti-la, já nem conseguia sentir o ar chegando em meus pulmões.
Minha visão começou a escurecer, já não conseguia ouvir nada a minha volta, já não sentia nada, o meu coração batia cada vez mais lento e minha visão ficou escura de vez, e assim eu dei a minha última respiração, enquanto todo o resto sumia…

5 comentários:

  1. Vc tem algum telefone pra contato ou e-mail, ficarei muito grato.
    Eduardo

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  2. tu quer o e-mail do dono do blog ou da autora desse conto?

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  3. esse conto esta parecidíssimo com um dos conto do livro formaturas infernais - Madson Every e a morte!!

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    Respostas
    1. Nunca li esse conto, mas tenho certeza que a autora desse nunca iria copiar de algum lugar. Volte sempre abraço

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  4. por que vc ñ me da referencia de algum livro q tenha bastante terror Dos Santos

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