"Tornei-me insano, com longos intervalos de uma horrível sanidade" - Edgar Allan Poe

W. R. SANTHOS

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Escritor. Pintor. Cineasta Amador.

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sexta-feira, 4 de março de 2016

O Homem do Terno Vermelho


Estou em uma cama sem conseguir me mexer, os médicos não conseguiram detectar qual era a minha doença, estou ciente de tudo que se passa ao meu redor, mas não consigo mexer parte alguma do meu corpo, é um pesadelo acordado, nem meus olhos se movem estou nesse tormento há quase um mês, torço pra alguém notar o meu sofrimento e desligar meus aparelhos, a única coisa que penso durante quase todo o dia é uma maneira de conseguir me suicidar, até agora não consegui nenhuma.


A noite é o pior momento, realmente não sei se consigo dormi, durante o dia eles colocam colírio nos meus olhos pra não secarem, pois não consigo nem piscar, de noite eles abaixam minhas pálpebras, mesmo assim continuo alerta, às vezes sinto passos por minha cama e alguém passando a mão no meu corpo. Estou começando a confundir realidade com fantasia, em uma noite esqueceram de baixar minha pálpebras a noite, eu vi vultos e um homem de terno vermelho parado na frente da minha cama, ele apareceu do nada como se fosse uma aparição, além do terno vermelho tinha uma corrente de prata com um bode na ponta, seu rosto era esquisito meio que distorcido e olhos totalmente pretos.

Na noite anterior essas supostas alucinações ficaram mais sérias, o homem de terno vermelho e cara estranha apareceu novamente, mas dessa vez não ficou contente em apenas me olhar, se aproximou lentamente com os olhos fixos em mim, parecia saber que eu estava consciente, aproximou seu rosto do meu e me beijou na boca, se eu tivesse forças teria vomitado, mas nem isso conseguia, senti na minha boca três línguas ásperas que se mexiam de um lado para o outro, estava apavorada, quem seria esse homem, e o que queria comigo?


Aquela boca de três línguas dentro da minha não foi o pior que aconteceu, ele puxou o lençol que me cobria lentamente, acariciou toda a extensão do meu corpo cada centímetro, foi tirando a minha roupa até um ficar completamente nua, continuou a me acariciar, eu fazia um esforço absurdo pra me mexer, mas em vão, estava ali indefesa sem conseguir gritar ou me mexer, era um prato servido dado de bandeja pro meu algoz.

Ele coloca a mão direita dele na minha frente e vejo suas unhas crescerem, meu coração estava prestes a explodir de aflição e medo, com meu corpo completamente nu, ele aranha toda a extensão dele, a dor era terrível, rezava pra morrer logo, mas não aconteceu, senti toda a dor. Comecei a me sentir mais fraca, minha visão ficou turva, não sei quando o homem desapareceu, pois continuo sentindo a dor como se estivesse sendo arranhada nesse momento.



Quando o dia amanhecei e meus familiares começaram a aparecer a gritaria e pânico foi descontrolado, todos preocupados e chorando tentando se comunicar comigo, passaram pomadas nos meus machucados me vestiram, e sempre alguém ficava agora junto comigo. Policias, médicos, vários apareceram, nenhum deles conseguiram desvendar o mistério da minha condição ou a origem de meus machucados, até que escutei alguém falando um nome, “Amberg”, eles deveriam chamar essa pessoa, ele poderia ajudar, pensei por esse nome que seria um médico alemão, mas quem apareceu um dia depois foi uma mulher com cara de poucos amigos, cabelos longos e pretos e um bafo horrível de bebida.

Ela subiu encima da cama, senti em mim os olhares apavorados de todos que estavam ali dentro observando, a dor dos meus machucados aumentou enquanto ela rezava em uma língua desconhecida pra mim, minha visão que estava turva voltou ao normal, parecia que tinha passado por mim uma aura positiva, estava revigorada. Depois que terminou a reza falou baixinho no meu ouvido – Vou entrar na sua mente, preciso que relaxe e pensa em quem está te atacando. – Senti uma força tentando entrar em minha mente, era esquisito, mas relaxei e pensei no homem de terno vermelho, tudo ficou preto e eu apaguei.


Despertei com a Amberg ainda encima de mim e suando parecia super cansada, falou novamente em meu ouvido. – Hoje à noite essa criatura vai voltar pra te atacar novamente, e quando ele fizer isso pense o mais forte que tu conseguir nessas palavras “Boa noite Zaki Ziraki, eu sei seu nome.”, faça isso e você também saíra dessa cama.

E aconteceu como ela previu, o homem de terno vermelho estava novamente na minha frente no dia seguinte, suas unhas já estavam grandes, veio pra cima de mim, mesmo com medo eu comecei a pensar “Boa noite Zaki Ziraki, eu sei seu nome.”, “Boa noite Zaki Ziraki, eu sei seu nome.”, fui repetindo até que isso foi expelindo ele aos poucos até que começou a se contorcer e pegou fogo desaparecendo em cinzas, logo que ele sumiu voltei a me mexer.


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