“A profecia se cumprirá, à cabeça do dragão rolará pelo chão trazendo
dor ao mundo; Banhando todo o povo com sangue maldito; Assim será na próxima
lua cheia e a maldição terá início, os inocentes pagaram pelos pecadores...”
Kah Dracovik
Karine Dracovik corria desesperada no meio da floresta densa
e escura, seus pés já estavam em carne viva, tinha certeza que a maioria dos
seus dedos estavam quase quebrados, seus joelhos não aguentavam mais a força
que eram exigidos a fazer, em um momento de distração, ela bate de frente em
uma árvore, seu rosto acertou em cheio o tronco, Karine sentiu seus dentes
caírem na sua língua, seu nariz tinha virado um pedaço de carne ensanguentado,
cai sentada no chão, olha ao redor esperando os seus perseguidores aparecerem à
qualquer momento, mas nada aconteceu, sua dor era anestesiada pelo medo que
poderia lhe acontecer caso eles a alcançassem, mas os galhos das árvores não se
mexeram, foi um alivio, achou que os tinha despistado. Aos poucos com a luz da
lua tocando o seu rosto, foi se curando dos ferimentos.
Karine escuta o som
alto de uma trombeta, nota que a luz da lua desaparece, uma enorme criatura de
aproximadamente dez metros estava passando por cima dela, parecia uma aranha
colossal, era bizarra, em cada perna centenas de olhos que quando passaram
olharam diretamente pra ela, no corpo da aranha bestial diversas pessoas
grudadas, Karine teve a nítida impressão que as pessoas grudadas estavam vivas
e se mexendo.
Demorou quase dois minutos pra aranha conseguir passar por completo, mas ela não teve descanso, assim que se levantou apareceram três criaturas distintas entre as árvores; uma das criaturas tinha dois metros de altura e formato humanoide, mas era incrivelmente branco como uma folha de papel, braços compridos, e o mais assustador sua boca cobria todo o seu rosto, quase cem dentes e três línguas compridas; a segunda criatura parecia um cavalo do inferno, ao invés da cabeça de cavalo tinha uma cabeça de um homem com chifres gigantes, e montado nesse bicho um corpo apodrecido sem cabeça; e por fim a terceira criatura, de longe parecia uma fada, tinha seios fartos e asas, mas quando se aproximou suas asas eram de morcego, e a medida que caminhava pingava do seu peito ácido que corroeu as plantas e o solo.
Demorou quase dois minutos pra aranha conseguir passar por completo, mas ela não teve descanso, assim que se levantou apareceram três criaturas distintas entre as árvores; uma das criaturas tinha dois metros de altura e formato humanoide, mas era incrivelmente branco como uma folha de papel, braços compridos, e o mais assustador sua boca cobria todo o seu rosto, quase cem dentes e três línguas compridas; a segunda criatura parecia um cavalo do inferno, ao invés da cabeça de cavalo tinha uma cabeça de um homem com chifres gigantes, e montado nesse bicho um corpo apodrecido sem cabeça; e por fim a terceira criatura, de longe parecia uma fada, tinha seios fartos e asas, mas quando se aproximou suas asas eram de morcego, e a medida que caminhava pingava do seu peito ácido que corroeu as plantas e o solo.
Karine acorda na sua cama, estava suada da cabeça aos pés,
tinha saído de um tormento horrível, um pesadelo dos piores possíveis, mas seu
sofrimento não tinha acabado, quando seus olhos abriram, ela notou que todos os
móveis do seu quarto, com exceção da sua cama, estavam no teto girando, ficou
algum tempo apenas observando, assim que ela se mexeu na cama os móveis vieram
abaixo com uma força incrível, cadeiras, armários ficaram destruídos, logo em
seguida seus pais entraram preocupados e assustados com o que viram.
Na manhã seguinte...
- Não temos mais o que discutir Elizabeth, ela precisa ser
internada imediatamente.
- Nossa filha só é diferente. – Ela falou derramando
lágrimas, em seguida Karine entra na cozinha.
- Eu vou mãe, só pare de chorar. – Karine estava com grandes
olheiras.
- Não Kah, eu te amo. – Elizabeth começou a chorar mais.
- O que aconteceu, Kah? – Seu pai perguntou.
- Eu não sei, sinceramente não sei, eu tive outro pesadelo horrível.
- Iguais aqueles?
- Muito pior dessa vez, parecia tão real e assustador, acho
que vou enlouquecer se isso continuar.
- Então tu concorda em ver um médico? Vamos apenas consultar
um por enquanto.
- Sim, qualquer coisa que possa me ajudar eu aceito, mas
tenho certeza que não vai dar em nada.
- Tá falando isso por causa daquilo? – Teodoro falou
baixinho.
- Sim.
- Como tu consegue fazer aquilo? – Ele continuou a falar
baixinho.
- Eu sinto como se uma força viesse de dentro da minha
cabeça.
Estava um lindo dia, sol estava radiante e soberano no céu,
Teodoro dirigiu o carro com cuidado, durante todo o trajeto eles ficaram em
silêncio, o único barulho que se escutava eram as tentativas de Elizabeth segurar
o choro. O consultório não era muito longe, em vinte minutos já tinham chegado.
Durante a consulta Karine teve diversos fios colocados na sua cabeça e peito,
fez diversos procedimentos, mas o médico não chegou à conclusão nenhuma, eles
teriam que esperar o resultado final dos exames.
Karine sem querer escutou uma conversa de seus pais depois
que saiu do consultório, estavam discutindo se deveriam contar que ela era
adotada, Karine quase riu, já sabia disso há anos, tinha detalhes genéticos
hereditários que seu pais não tinham, foi até muito fácil descobrir, mas nunca
se importou com isso, nunca sentiu isso como um peso na sua vida, e se eles
decidissem mesmo conversar com ele, faria até cara de surpresa e talvez chorasse
um pouco pra não decepcioná-los. Entrou no carro e eles mudaram de assunto,
mesmo ficando uma tensão no ar, ela agradeceu, pois não estava muito a fim de
conversar, muito menos sobre esse assunto.
Eles seguiram o caminho de volta pra casa, menos Karine que
pediu pra ser deixada na igreja algumas quadras de casa, não era muito
religiosa, mas com os últimos acontecimentos, se aproximou do padre da igreja.
Karine estava olhando pela janelo com o pensamento vago,
quando notou um abutre enorme encima de um telhado, achou estranho esse tipo de
pássaro na cidade, ainda mais desse tamanho, ele abre suas enormes asas pretas
e levanta voo, com um rasante em alta velocidade ele bate na janela do carro
assustando a todos, Teodoro quase perde o controle do carro.
- Vocês viram o que foi aquilo? – Teodoro perguntou
assustado.
- Um abutre. – Karine falou olhando a janela trincada, esperando
ver o corpo do pássaro.
Depois de todo o ocorrido estranho, Karine foi deixada na
entrada da igreja enquanto seus pais seguiram pra casa. O vento soprou de
maneira diferente, ela notou que algo estava errado, podia sentir esse tipo de
coisa seu corpo tinha um certo alarme, seu coração disparou e suas pernas
fraquejaram, o vento soprou mais forte e consigo trouxe um papel cor de rosa
com uma frase bem grande escrita “O circo está na cidade”, o dia virou noite e
Karine não estava mais em frente a igreja, estava em outro lugar.
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