"Tornei-me insano, com longos intervalos de uma horrível sanidade" - Edgar Allan Poe

W. R. SANTHOS

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Escritor. Pintor. Cineasta Amador.

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segunda-feira, 18 de setembro de 2017

O Insano - Parte 1 escrito por James Nungo



Ela ficou parada no meio do caminho olhando para trás na esperança de observar o indivíduo que a perseguia.

A lua pairava nos ares e parecia que estava prestes a se ausentar.


A garota estava ofegante, com um medo enorme que chegava a ser palpável, ela acabava de correr uma distância enorme que nunca tinha percorrido naquela velocidade, finalmente ela compreendera que o medo é muito importante na vida de qualquer ser humano.


O suor dela chegava a molhar as vestes que ela trazia no corpo, os seus calções minimamente curtos estavam molhados, a blusa preta sem mangas também estava.
Ela olhou em sua volta e viu que estava a beira de uma floresta muito silenciosa e claro que não tinha a ideia de adentrar no interior daquele habitat natural, muito pelo contrário ela temia pela sua vida.


Ela observou que o seus calções Jeans estavam parcialmente
ensanguentados, todavia não era seu sangue.




Ela ficou congelada na estrada que estava completamente deserta, não passava muita gente daquele lugar, ou melhor ninguém passava por ali talvez por um período de 10 meses.
A noite se tornava ainda mais madura e ela já não tinha ideia do que fazer para se livrar daquele homem excêntrico que a perseguia.


Os pensamentos, aliás as lembranças recentes a atormentavam, pois eram fortes, muito fortes.
Ela ficou com a impressão de ter chorado por séculos até as lágrimas se esgotarem das suas órbitas, não conseguia mais tirar aquele líquido transparente pelas suas órbitas.


Ela sentia que o medo já começava a desaparecer gradualmente, então decidiu parar para encarar o homem que a perseguia.


No entanto, o homem não aparecia, talvez desistira de a perseguir.


A garota não era a primeira vítima, talvez era a vigésima vítima.


De repente um uivo de lobo soou muito alto e a garota assustou-se superficialmente e as nuvens cobriram a lua.


A noite tornou-se escura, a garota continuava no mesmo lugar esperando o homem para lhe encarar, o que lhe dera essa decisão talvez fora o motivo de estar completamente sozinha sem os companheiros, a morte poderia a consolar.
Os companheiros foram mortos pelo mesmo homem que agora a perseguia, ela era ainda muito capaz de reproduzir tudo que ocorrera naquela mesma noite antes de escapar.




Ela tirou a blusa que vestia e rasgou com o intuito de fazer uma luva protetora para socar a face daquele homem peculiar que a perseguia, levou aquela peça de roupa, agora trapo e amarrou na sua mão direita, a mão que mais dominava como quase todos humanos.


Desenvolveu uma face cheia de ira, rugas, aquilo em outras palavras significava... Vingança.


As pálpebras cobriram os seus olhos por um segundo e as lembranças recentes assolaram a mente dela.
Ela lembrava a face linda do seu namorado Bruno antes deste e outros serem assassinados por aquele homem extravagante.


Eles estavam numa casa noturna completamente lotada, tudo parecia estar em harmonia e a diversão era o elemento principal, de tudo rolava, amassos, abraços, beijos, sexo e sobretudo consumo de bebidas
alcoólicas.


A garota lembrava tudo aquilo nitidamente como se coisa boa fosse, talvez por ser uma coisa recente, uma coisa que acontecera minutos atrás até ela se encontrar naquela estrada na margem da floresta.
Um superficial sopro passou pelos cabelos lisos da garota loira e com uma pele bronzeada que ao longe parecia um fantasma por conta da intensidade da escuridão que aquela noite produzia.


As lembranças continuaram.




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