Ana
caminhava pela biblioteca naquele dia com um ar monótono, já tinha lido todos
os livros daquele lugar durante todos os seus anos de bibliotecária adquiriu o
costume de ler sempre, mas agora tinha esgotado todos, sabia de cor cada um
deles, cada prateleira que arrumava, cada corredor, sabia o lugar de cada
livro, aquela biblioteca era o seu lar.
Em
um dia comum um homem de aparência muita estranha apareceu, estava com uma
mochila cheia de livros, queria fazer uma doação, pois iria se mudar e sua casa
nova não suportaria todos os seus livros. Ana ficou super contente finalmente
leitura nova, todos os livros estavam bem conservados, um pequeno de capa roxa
chamou sua atenção. Depois que o homem estranho, que era corcunda e careca,
saiu, pegou o livro pra ler, era de poesias.
“Dúzias
de rosas frias em solos quentes
Espelhos
distorcidos com reflexos ausentes
Nutra
sua alma com sangue divino
Abasteça
a mente com óleo de lino
Dias
estão escuros, noites com rezas
Junte
suas orações e mova suas peças.”
Uma
fumaça cinza tomou conta de toda a biblioteca, mas parecia que apenas ela
estava vendo, o livro que estava nas mãos começou a vibrar freneticamente, o
larga assustada. Aos poucos cada pessoa sentada nas cadeiras começou a cair no
chão, se aproxima pra ver o que estava acontecendo, o nariz deles sangrava e
suas peles foram apodrecendo aos poucos.
Entre
as prateleiras no meio dos livros uma criatura surgiu, era horrível, parecia um
velho corcunda, mas estava completamente pelado, tinha a pele toda preta e
pequenas asas de morcego saindo das costas, salientes chifres saiam de sua
testa que faziam um contraste com seus dentes afiados, e não tinhas pés ao invés
disso cascos iguais aos de cavalo tocavam o chão.
Ana
estava em choque com aquela criatura que se movia bem devagar e enquanto
caminhava em sua direção deixava um rastro de barro pelo chão. Ela pensa rápido
e pega aquele livro novamente, começa a folha-lo, precisava encontrar algo, a
criatura continuava a se aproximar devagar, então encontra uma outra poesia que
fazia referência a criatura.
“Doces
criaturas da noite que subjugam a morte
Calafrios naqueles que na sua presença não tem
sorte
Uma
vez abertos, os portões do submundo jamais poderão ser fechados novamente
Cicatrizes
no solo de Adão serão vistos daqui pra frente
Retardar
o domínio da escuridão é tudo o que poderá fazer
Porque
o mal ainda dominará o mundo, e o bem vai perecer.”
Assim
que terminou de ler a criatura e a fumaça haviam desaparecido, ela tenta
queimar o livro e rasga-lo, mas era impossível fazer isso algum tipo magia o
protegia, coloca na mais alta estante no lugar menos visitado da biblioteca, as
pessoas começam a se levantar do chão sem entender o que estava acontecendo.
Ana ficaria agora vigiando aquele livro pra ninguém nunca mais lê-lo.
Meu Deus, espero que nunca seja encontrado.
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