sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Visões da Filha do Diabo - Parte 5



O Padre continuou a rezar para a garota morta na cama, sua concentração era absoluta como se estivesse tentando fazer alguma coisa diferente que não fosse apenas rezar por sua alma.

O barulho de um zumbido ao longe foi aumentando aos poucos até sua origem chegar até eles, milhares de abelhas tomaram toda a rua, não se viu mais nada além delas. Todos correram para fechar as janelas e tapar qualquer buraco que alguma poderia passar.


Dorothy notou que no meio da nuvem de abelhas, um animal bizarro passava, parecia ser um elefante, mas tinha algumas características diferentes, como dois pares de chifres e seis patas. Depois de longos minutos a nuvem de abelhas foi desaparecendo, voando para o seu destino, assim como o animal que seguiu o seu caminho.


O Padre agora estava de pé novamente, tinha acabado a sua reza, mas não foi apenas isso, a garota morta estava viva novamente e com uma aparência saudável e feliz.

- Mas como isso é possível? Ela foi esfaqueada até a morte! – Dorothy disse assustada.

- Um de vocês não está aqui por acaso, foi mandado para cá por alguém, para fazer alguma coisa que ainda vou descobrir. – Padre falou com firmeza.

- Temos alguém aqui que não sabe o nome e nem da onde veio. – Maria disse apontando para o sem memória.

- Eu não fiz nada, eu juro!

- O Amarrem. – O Padre ordenou.

- Pare! – a Madre interferiu. – Nada vai acontecer aqui até eu decidir. Padre venha comigo e traga ela. Irmã Dorothy fique aqui com os outros até eu voltar. -  os três se dirigiram até outro cômodo.

- O que está acontecendo aqui? – o cara sem memória estava preocupado.

- Não está vendo, chegamos ao fim de tudo. – Maria falou ironicamente. – Talvez você seja o portador das desgraças.

- Vamos parar com isso, nesse momento devemos ficar unidos. – Dorothy se intrometeu.

- Só vo fica unida com alguém se me pagarem, mas se bem que tô curiosa pra saber o que tem de baixo desse hábito bem coladinho com o corpo. – Maria sorriu maliciosamente.

A Madre, Padre e a garota que tinha morrido ficaram durante um bom tempo isolados dentro do cômodo sem ninguém escutar barulho algum. Dorothy aflita andava de um lado para o outro como que soubesse que algo estava errado. Depois das provocações todos ficaram calados, afastados uns dos outros com certa desconfiança. 


Enquanto todos estavam distraídos nos seus pensamentos, alguém bate na janela. O susto foi tamanho que Dorothy sentiu suas pernas fraquejarem, ouve uma pequena hesitação em todos, trocaram olhares como se perguntassem se deveriam abrir a porta.

- Por favor, a Madre Tereza está? – a voz falou alto do outro lado da porta.

- Quem deseja falar com ela?

- Sou filho dela! – Dorothy ficou confusa.

- Que absurdo, a Madre é dedicada a igreja desde nova. – nisso a Madre retorna.

- De quem é essa voz?

- Do seu filho. – falou do outro lado da porta.

- Não pode ser! – lágrimas caem dos seus olhos, ela se apressa e abre a porta, depois de alguns segundos o abraçou com força. – Mas você estava morto!

- Sim, e eu passei 3 dias no inferno.



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