sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Meu Paciente Serial Killer – O Primeiro Assassinato





- Eu sinto você! Cada batida do seu coração, o movimento do pulmão enchendo e esvaziando de ar, fluxo de sangue nas suas veias, o perfume que exala do seu corpo, cada cartilagem, a fricção das juntas de cada osso, e o doce perfume do seu estomago me fazem querer te cortar em mil pedaços. Eu tenho cura Doutor? E se eu tiver, o mundo vai me perdoar pelas minhas ações? E se eu puder ser curado, e o mundo puder me perdoar, você Doutor, será capaz de fazer essa cura?!

- Isso foi uma pergunta com um tom de afirmação!

- Só saberá disso no final das nossas seções, dez seções é tudo o que desejo, aí, mas só aí, você terá a sua filha de volta.

- Como poderei confiar em ti?

- Não poderá, eu sou um dos maiores assassinos que esse país já viu, e talvez ninguém nunca saberá que existiu, isso vai depender do Doutor. Se eu souber que contatou a polícia ou qualquer outra pessoa, dois xises nos olhos dela.

- Se deseja a fama, porque não procurar um jornalista ou um blog e divulgar as suas histórias?

- Eu não almejo a fama Doutor, eu quero uma cura, e se em dez seções você não me curar, a sua filha vai ser a sua punição.

- Preciso saber se ela realmente está viva!

- Ela está Doutor, sou um assassino, não um mentiroso, as duas coisas nem sempre andam juntas.



- Como isso irá funcionar então?

- Vamos começar com minha infância e minha primeira vítima.

- Estou escutando. Se incomoda se eu beber um pouco?

- Não, fique à vontade o consultório é seu.

- Quer um gole?

- Eu não bebo.

- Quem poderia imaginar isso?!

- Como um bom psiquiatra você deveria saber que o álcool atordoa a mente!

- Eu sei disso, por isso vou beber.

- Vamos começar, então!

- Por favor!

- Nasci prematuro, minha mãe quase morreu no parto, mas para a sorte de meu pai ela ficou viva e bem!

- Ele era abusivo? Te batia?

- Não! Não! Doutor, meu pai era a pessoa mais amável desse planeta, fui criado com todo o amor que uma criança podia ter, mesmo que as vezes era deixado de lado. Meu pai tinha uma admiração fora do comum com minha mãe, até hoje não vi um homem tratar a sua mulher tão bem como ele fazia, todo o dia parecia uma lua de mel, não sei como ela aguentava tanto romantismo diariamente, pelo o que eu sei meu pai quando adolescente era um desses nerds tímidos e medrosos, mas um dia tudo isso mudou quando encontrou a minha mãe com vinte e sete anos eu acho. Ela era um troféu pra ele, quase que uma santidade imaculada, tenho certeza que o medo dele de ficar sozinho o fez trata-la daquela maneira, era muito inseguro. Não tinha amigos e nem queria mais ter, apenas queria preservar o amor da sua vida pra sempre e até onde sei isso ainda continua igual, se bem que não vejo eles a quase dez anos.


Tive muitas doenças quando era apenas um bebê, fiquei muito tempo em um hospital, vários médicos diziam que eu não ia sobreviver por muito tempo, mas olha só aqui estou até hoje, e muita gente que poderia ter uma longa vida está morta, no caso assassinada, e quando digo assassinada quero dizer por mim.

Quando finalmente minha saúde foi estabilizada fui levado pra casa, não sei se é memórias falsas, mas tenho claramente as lembranças de toda a minha infância,  e dês daquela época eu sabia que não tinha sentimento algum, comecei a desconfiar disso cedo, via meus pais felizes e outras vezes tristes, mas não conseguia entender tudo aquilo, me descobrir psicopata cedo fez eu perceber o quanto as pessoas eram burras e fáceis de se manipular por causa dos seus sentimentos, fiquei digamos que “feliz” por não ter essas limitações, mas eu ainda tinha uma outra coisa diferente das outras pessoas, tinha uma grande necessidade de matar alguma coisa viva não importava o que seria.

Fui crescendo praticamente sem amigos, nas creches onde passei sempre ficava de lado, as outras crianças nunca queriam brincar comigo, tinham um certo medo de se aproximar de mim, mesmo naquela idade eles já sabiam que eu era um predador, e de certa forma eu realmente era, mas ainda não sabia de toda a minha capacidade.


Aos poucos fui testando minha capacidade, roubei alguns ratos de um laboratório quando eu estava na primeira série, aqueles brancos usados em experiências, eu precisava fazer as minhas experiências. Fiz questão de deixa-lo vivo, amarrei ele de cabeça pra cima, fazia uns barulho estranhos, com uma faca bem afiada abri a sua barriga, aos poucos vi ele ficando imóvel e morrer, aquela sensação foi a melhor que experimentei em toda a minha vida, e imagina como seria bom com algo maior e não demorei pra descobrir.

Uma inocente garota começou a se aproximar de mim, era diferente das demais, seus hormônios a fizeram crescer mais que as outras, com treze anos já tinha quase um metro e oitenta e seios fartos, era desajeitada e tímida, de ser por isso que que se aproximou de mim, se sentia igual a mim, de certa forma até era, mas de uma maneira completamente diferente.

 Deixei ela se aproximar de mim, aos poucos e sem eu perceber ela se apaixonou por mim, eu também era jovem e não sabia exatamente o que estava acontecendo deixei ela se aproximar, em um dia em que não consigo me lembrar totalmente perdemos a virgindade.

- E como isso lhe fez sentir?

- Na verdade foi até insignificante, sexo para mim sempre foi uma coisa para animais irracionais, sempre usei o sexo não por prazer, mas sim para alcançar um objetivo, então eu cumpri esse objetivo.

Ela ficou louca por mim, tirei proveito disso, uma jovem e apaixonada era tudo o que alguém precisava, fiz dela praticamente minha escrava, e em troca dava o sexo que ela tanto ansiava. Era perfeita para os meus objetivos, e aos poucos fui mostrando o meu verdadeiro eu para ela.

- Devo dizer que um certo vinculo se criou entre vocês, talvez não seja tão recluso de sentimentos quanto pensa?

- Calma Doutro! Eu nem cheguei na parte derradeira dela.

- Você a matou?


- Isso é assunto para outra consulta. Vamos voltar para minha primeira vítima, quando os gatos e cachorros não foram mais suficientes para mim, fiz o pedido que poderia acabar com nossa relação e talvez causar a sua própria morte, mas para minha surpresa não foi isso que aconteceu, ela aceito meu pedido.

 Vigiamos durante uma semana a sua prima, ela nunca gostou dela sempre a tratava mal, pude ver o ódio em seu rosto e pela primeira vez na minha vida invejei alguém, queria ter aquela raiva, aquele ódio no olhar, só naquele momento percebi que ela também queria aquilo, talvez tanto quanto eu também desejava.

A tal prima tinha saído escondido a noite para visitar o namorado, a casa era distante, a seguimos até a casa, atacamos quando ela estava indo embora por aquelas ruas escuras, agimos rápido, a levamos para um matagal não muito distante.

Confesso que fiquei nervoso com minha primeira fez, ela não quis ver por isso ficou um pouco distante. A amarrei em uma árvore, fiz ela acordar, queria olhar nos seus olhos e ver brilho se apagar. A sensação foi melhor do que eu tinha imaginado, sentia o cheiro do medo dela entrar por minhas narinas, aquilo pra mim era o êxtase.

Tirei a faca da cintura, não iria usar uma arma, queria algo muito mais intimo, tinha que senti-la morrer bem de perto, e foi o que fiz dei uma facada no lado de sua barriga entre a primeira costela, ela urrou de dor enquanto eu cravava mais e mais. Retirei a faca e deixei o sangue escorrer, com as mãos segurei seu lindo rosto e vi sua vida se esvair por minha causa.

- Como posso lhe dizer? Muito chocante esse relato.

- Vontade de vomitar, Doutor?

- Minha filha!

- Vou fazer uma ligação, um minuto tu vai ter pra falar com ela. Pegue o celular!

- Alô! Alô!

- PAI É VOCÊ?

- Filha sou eu, tudo vai dar certo!

- PAI! PAI! NÃO ME DEIXA MORRER! TU PROMETEU QUE SEMPRE IRIA CUIDAR DE MIM!

- E vou filha, eu prometo vou te tirar daí, eu juro, não desista!


- Chega Doutor, com isso encerramos essa seção, até a próxima.   



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