Ela parecia tão inocente, seu rosto
branco quase pálido não transmitia o quão perigosos eram os seus pensamentos. O
olhar era meigo como de um gato, o sorriso, então, encantava qualquer um que o
visse, ninguém duvidava que fosse uma garota meiga e amorosa, jamais tratou mal
ou aborreceu algum colega, bem vista por todos era a preferida. Marcos que
sentava em uma sala ao seu lado, se sentiu contagiado por sua beleza e ternura
se aproximou afim de um romance, infelizmente para ele a verdade veio à tona.
O inverno tinha chegado com tudo
nessa semana, Marcos aproveitou para se aproximar de Gabrielly em uma semana
fria de julho. A festa junina estava animada, o diretor tinha liberado o
quentão com álcool, isso fez todas as desinibições desaparecerem rapidamente.
Depois de uns três copos tomados rapidamente e sem cerimônia, ele chegou nela
com tudo, e prontamente foi correspondido para a sua surpresa.
Afastaram-se dos demais até um
pequeno casebre dos funcionários do local que estava vazio. Entre beijos e amassos
quentes o tempo passou, todos já tinham ido embora sobrando apenas os dois.
Ainda empolgado com tudo o que estava acontecendo, sentiu que algo estava
estranho, sua visão ficou embaçada, a mente turva, quando o chão se juntou com
o céu ele apagou.
Marcos acordou em um galpão ainda
desorientado, quando tentou se levantar percebeu que sua perna estava presa por
uma corrente. Gabrielly entrou no ressinto logo em seguida, nua totalmente
coberta de sangue, com um machadinho de mão. Suas feições estavam diferentes,
seu rosto aparentemente inocente, agora, passava uma energia maligna e
ameaçadora, como uma predadora com sua caça encurralada.
Confuso ele gritou e xingou querendo
uma explicação para o que estava acontecendo, ela não parecia mais estar
escutando o que ele dizia. Só depois de um tempo viu que ao redor diversos pedaços
de corpos estavam espalhados por todo o local como se aquele lugar fosse um
abatedouro humano.
Passou diversos dias preso naquele
lugar com ela entrando e saindo com um pedaço diferente de carne humana, ficou
sem agua e sem comida, parecia que estavam em um lugar isolado, pois não
escutava nada, e ninguém escutava os seus gritos.
Depois de três semanas já estava sem
forças pra qualquer coisa, foi aí que ela veio com sua machadinha. O primeiro
golpe foi no seu braço, cortou sua pouca carne sem dificuldade, ela queria
apenas um pedaço, foi o que conseguiu, ele sangrou sem forças pra reagir.
Gabrielly volta meia hora depois,
Marcos estava agonizando na linha tênue entre a vida e a morte. Em uma panela mostra
a sua carne cozida, ela ri enquanto com um grafo pega um pedaço e come.