“Existe vida após a morte Watson, e
ela é terrível”.
Essa foi a ultima coisa que escutei do meu sincero amigo
Holmes. Seria curioso ouvir essas palavras da boca dele, se o terror na sua
voz, coisa que nunca antes tinha escutado, fosse tão claro. Ele que sempre foi
um intelecto puro e até mesmo arrogante quanto a coisas de fins sobrenaturais,
por esse motivo essa frase parecia tão surreal e mal encaixada.
Depois de me proferir essa frase, meu
amigo simplesmente desapareceu sem deixar rastros, faz uma semana que o procuro
sem sucesso, ou ao menos uma pista do seu paradeiro, esse mistério está me
deixando cada vez mais preocupado e com medo do que pode vir. Sinto as coisas
estranhas, isso que já tivemos várias aventuras que me fizeram borrar nas
calças diversas vezes, essa, porém estava me deixando angustiado mesmo sem
saber o que estava acontecendo.
Há uma semana ele viajou sem mim para Espanha,
me disse simplesmente que precisava encontrar um amigo de longa data que
precisava de ajuda. Não me disse nome da pessoa, nem o nome da cidade ou
vilarejo, não achei estranho, era típico dele fazer essas coisas, nunca achou
necessário ou nem passava por sua cabeça me contar certas coisas que poderiam
ser importantes.
Me deixou um bilhete “Preciso me
ausentar por uma semana, um amigo precisa da minha ajuda. Fique um tempo sem
mim, Caro Watson.”, escreveu isso em um papel bem simples, e se foi para seu
destino. Vasculhei todas as suas anotações procurando esse tal ”amigo” nunca
mencionado antes. A palavra amigo era uma coisa que ele não dizia com muita
frequência, não encontrei nenhuma menção a Espanha ou qualquer amigo que
poderia encontrar lá, não tenho as habilidades dele pra investigação, como que
ele sempre deixou claro, estava sem pistas e sem saber o que fazer, precisava
de ajuda urgentemente.
Inspector Lestrade me ofereceu ajuda
nessa missão, mesmo achando que era mais um capricho de Holmes. Ele fez de
tudo, ou me disse que fez de tudo, mas não encontrou nada que pudesse ajudar. Felizmente
eu encontrei ontem um artefato misterioso, que seria apenas um objeto comum se
não fosse pelo o que ele me fez.
Todas as luzes da casa se apagaram
quando toquei naquele punhal esquisito, de repente achei que o chão tinha me
abandonado, me senti flutuando e rodando feito um peão desgovernado, como se tivesse
ido para em outro lugar. Quando voltei do que tinha acontecido comigo, horas
tinham passado e estava completamente suado, meu coração disparado era como um
bate estaca.
Só isso já seria uma coisa fora do
comum, mas meu braço ardia, e lá agora continha uma marca, como se tivesse sido
feito em brasa, um símbolo que nunca tinha visto na minha vida.
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