A Madre ficou horrorizada com a cena
da garota esfaqueada na cama, Dorothy caiu de joelhos no chão aos prantos, os
outros se olhavam desconfiados um dos outros. O clima de tensão foi quebrado
por batidas na porta, o eco no silêncio entre eles foi absurdo, parecia um
bate-estaca de construção, cada segundo parecia ser tornar uma eternidade de
agonia, ninguém juntou coragem de se mexer ou esboçar uma reação qualquer até
Tereza se dirigir à porta ainda de olho no corpo despedaçado.
Caminhou lentamente até a porta, as
batidas cessaram e o que se escutava agora era as batidas do coração de cada um,
além das respirações ofegantes.
- Tereza? – a voz masculina do outro
lado respondeu. – É você mesma?
- Ainda não respondeu a minha
pergunta!
- Sou eu, Padre Diomedes!
- Que? Não, impossível.
- Eu ainda me lembro muito bem
daquele dia na igreja São Jorge, as coisas eram difíceis pra nós naquela época,
se ainda me lembro fizemos um pacto nesse dia.
A Madre Tereza ficou pálida com as
palavras que escutou, estava mais aterrorizada com isso do que tinha acontecido
há minutos. Todos ainda estavam na mesma posição apenas observando o que estava
acontecendo.
Ela tremeu quando colocou a mão na
maçaneta e não se aguentou desabou no chão, Dorothy veio ao seu encontro socorrê-la,
os outros também finalmente se mexeram. A Madre logo despertou com o som de uma
trombeta com o volume em uma proporção estrondosa que chegaram a rachar alguns
vidros que ainda estavam intactos, ela se prontificou em abrir a porta.
Um padre de cabelos completamente
brancos e rosto gentil passou pela porta, estava vestido a caráter, roupa preta
e fita no pescoço branca. Ele entrou e passou pela Madre sem falar ou olhar pra
ela, foi direto aos outros e perguntou pela garota, apontaram sua localização.
Foi até o corpo se ajoelhou no lado da cama e começou a rezar em uma língua
estranha.
Dorothy olhou pra Madre confusa do
que estava acontecendo agora.
- O que está acontecendo, Madre? Quem
é esse Padre?
- Eu me criei com ele, foi por sua causa
que entrei para o convento.
- Mas então, porque, está desse jeito?
- Porque faz dez anos que ele morreu!
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