"Tornei-me insano, com longos intervalos de uma horrível sanidade" - Edgar Allan Poe

W. R. SANTHOS

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Escritor. Pintor. Cineasta Amador.

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sexta-feira, 3 de junho de 2016

Quarto Branco


Conto baseado na personagem Vanessa Ives da série “Penny DreadFul”

Vanessa abriu os olhos e não sabia se era dia ou noite sua percepção de tempo tinha se extinguido, seu cabelo estava duro sem nenhum padrão de penteado, era difícil abrir os olhos, as remelas estavam duras e atrapalhavam a visão, sua boca também era outra coisa que abrir estava difícil, mas por motivos diferentes seu maxilar parecia estar enferrujado, cada movimento era uma tortura, talvez fosse pela falta de comida e não ter ninguém pra conversar.

Fazia muito frio dentro daquele quarto, mas não era lhe dado nem ao menos uma coberta fina, única coisa que aquecia o seu corpo era aquela camisa de força que deixavam os seus braços dormentes e sem movimento, e sua pequena roupa hospitalar por baixo que deixava suas costas quase que expostas.

Vanessa levantou da cama bem devagar fazer aqueles movimentos não era fáceis principalmente por não conseguir dormir direito, nem sabia ao certo porque tinha levantado, apenas queria parecer forte para as coisas que viriam a seguir.

O quarto era quadrado e totalmente coberto com acolchoamentos brancos, as paredes, o chão, até o teto, a porta era a única coisa que fazia ela não achar que estava dentro de “dado da morte”, a luz ali dentro ficava ligada 24 horas por dia, era a coisa que mais a torturava, aquela claridade sem fim no seu rosto, tinha dias que gritava implorando pela escuridão. A cama era fixa no chão e o mesmo acolchoado das paredes ficava no lugar do colchão, era duro e desconfortável, mas suportável.

Já não fazia noção de quanto tempo estava ali, se eram meses ou anos, em alguns dias amaldiçoava os seus pais por terem a colocado naquele lugar, em outros pedia perdão pro vazio esperando que por algum milagre eles estivessem escutando. Des que foi internada não tinha recebido a visita deles, nem mesmo alguma carta, a solidão daquele quarto estava quebrando a sua alma de uma maneira irreversível, queria se matar, mas não sabia como.

Os tratamentos de choque quebravam o seu corpo, uma espécie de tigela na cabeça, uma mordaça na boca sentada em uma cadeira de ferro gelada totalmente nua, braços e pernas amarrados, quando aquela alavanca era abaixada Vanessa implorava pela morte, mas ela pregava uma peça nela a deixava sofrer sem matá-la, chegava no limite entre esse e o mundo do além sem conseguir atravessar.


Vanessa sentia todo o caminho que eletricidade percorria pelos seus órgãos, era como se queimasse por dentro sem chamas, desmaiava de tanta dor e acordava novamente por causa da dor, sentia seu corpo derreter internamente, as lágrimas eram secas a única coisa que seu corpo fazia era se urinar com o pouco de líquido que sobrava do seu corpo.



 Era retirada mole daquela cadeira como uma boneca de borracha ainda quente, a dor era igualmente terrível em cada parte do seu corpo, a sua pele agora parecia mais uma casca dura e opaca.




- Vanessa acorde?

- Não de novo, não, por favor! – ela mais gemeu do que falou, com dificuldade abriu os olhos e viu aquele médico com olhos penetrantes olhando fixamente pra ela.

- Reaja Vanessa precisamos que fique bem!

- Como querem que eu fique bem se estão me matando. – ela falou pausadamente e babando um pouco.

- Você se esqueceu Vanessa do porquê estar aqui?

- Meus pais acham que eu estou com o demônio no corpo.

- Disso eu não duvido, mas não foram os seus pais Vanessa, foi você mesma.

- Porque está querendo confundir minha cabeça?

- Isso não estava previsto, essa falta de memória, realmente você não sabe o que fez Vanessa?

- Eu não me lembro!

- Você matou os seus pais com um machado, arrancou a cabeça deles e comeu o coração de ambos, e riu disso até ligar pra polícia.

- Mentira! Mentira! Mentira! – ela se levantou e começou a ameaçar o médico.

- Pena, então vai passar o resto da vida aqui.

Vanessa riu descontroladamente enquanto o médico saia da sala decepcionado.


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