sexta-feira, 2 de março de 2018

Fragmentada




Assim que abri os olhos estava em um parque, o balanço das crianças ainda em movimento de frente pra trás, alguém esteve se balançando recentemente, talvez fosse até eu mesma, pois não me lembro de como vim parar aqui. O céu estava carregado com nuvens escuras, e raios de vez em quando iluminando tudo, estou confusa, não sei como vim parar aqui, sinto-me cansada e um pouco tonta, minha visão está meio turva queria me deitar o mais rápido possível.




Abro meus olhos novamente, agora estou em um lugar diferente, na beira da praia, dessa vez de noite, o mar agitado trazia ondas turbulentas, o frio era de rachar a pele. No horizonte daquelas águas eu vi um pequeno barco se aproximando, vinha na escuridão sem nenhuma luz para guia-lo, dentro ou fora dele. Não tive reação, fiquei ali parada esperando o que aconteceria. O barco atracou, um homem desceu dele, e veio caminhando em minha direção, vestia uma bermuda branca, e uma camiseta azul rasgada, de pés descalços com um chapéu de palha. Quando se aproximou de mim notei que estava completamente sujo, depois de alguns segundos me encarando ele falou uma coisa do meu ouvido – Mate o padre! – fiquei parada sem entender o que aquilo significava. Ele voltou pro seu barco e partiu pro mar novamente, enquanto estava desaparecendo no horizonte uma criatura surge das profundezas, parecia ser uma serpente gigante misturada com um dragão, o bicho engoliu o barco e voltou pras profundezes.

Abri meus olhos mais uma vez, agora estou no terraço de um prédio muito alto, tão alto que não consigo ver o chão lá embaixo, estou parada no limite de cair, um desequilíbrio eu estaria lá embaixo. Não tive tempo de pensar no que estava fazendo ali, atrás de mim uma porta se abriu, e surgiu o que parecia ser um zumbi, mas em uma versão dez vezes mais bizarra. O corpo todo podre como o de um zumbi padrão, mas ele tinha três braços, um deles saia do meio da barriga, não tinha olhos, parecia que não tinha nascido com eles, os dedos dos pés descalços pareciam garras. Veio se aproximando de mim fazendo um gemido metálico e angustiante, eu quase escorreguei e despenquei daquela altura que seria fatal, mas o zumbi bizarro continuava a se aproximar, eu não tinha pra onde correr, meu corpo ficou mole e quando estava caindo o zumbi conseguiu agarrar meu pé. Foi me puxando pra cima novamente, eu sabia o que ele queria de mim, queria literalmente me devorar, com meu outro pé chutei a cara dele duas vezes até conseguir me soltar, com os braços abertos fui caindo.



Com os olhos abertos estava agora deitada em uma cama, meus braços e pernas amarrados, vestia apenas uma camisola branca, cruzes e imagens de Jesus espalhadas pela parede, estava obviamente em um lugar religioso. Mesmo fazendo força não conseguia me soltar, parei de tentar quando no lado de fora alguma coisa gigantesca estava se movendo, um bicho colossal estava criando tremores no lugar inteiro enquanto passava, as luzes se apagaram, e percebi que não estava sozinha nesse quarto, alguém surgiu da escuridão e parou no lado da cama, passou suas mãos com unhas compridas em todo o meu corpo deixando aranhões em toda a extensão. Eu tremia muito e ele percebeu, colocou suas mãos no meu pescoço e tentou me sufocar, mas logo em seguida, para minha sorte, a luz voltou e aquela pessoa desapareceu com a escuridão. A porta se abriu e um padre entrou, ele parecia mais ameaçador do que a pessoa que surgiu da escuridão.



Um comentário:

  1. Vou falar o que eu acho
    Não curto história de terror assim, surreal de mais cara
    Todas q li até agora assim

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