Tudo
mudou na minha vida desde que fui para a cidade de Orge em 1999, visitar a
minha avó que já se foi durante o acontecido que estou prestes a contar.
A
polícia não acreditou, e até agora não acredita, estou aqui atrás das grades, mas
aquilo foi legítima defesa. O caso que estou para contar é inacreditável para
muitos.
Na
tarde de 25 de junho de 1999, eu, Natália, Lídia e Joana decidimos ir até Orge,
com o intuito de passar férias, pois os dias de férias tinham chegado.
Viajamos
de ônibus, levamos 5 horas de tempo para chegar até lá porque morávamos em
Khedie, uma das cidades mais próximas de Orge.
Chegamos
na cidade, eu tinha pedido para a avó Amélia que nos esperasse no ponto de
ônibus e ela o fez.
—
Oi avó - disse eu abraçando-a muito firme.
—
Minha neta - ela disse.
—
Quem são essas três lindas meninas? — ela me perguntou.
—
Elas são as minhas amigas que falei.
—
Essa clara é Joana — disse eu apalpando o ombro dela — essa é a Natália e essa
chocolate é a Lídia. — disse eu abraçando-as.
—
Oi Senhora Amélia — disseram elas em coro.
—
Prazer em vos conhecer minhas filhas.
—
O prazer é todo nosso — elas disseram.
Avó
Amélia com os seus cabelos brancos nos direcionou até a sua casa.
—
Uau, que casa linda — ficou impressionada a Lídia.
Nós
todas ficamos impressionadas com a beleza e o tamanho da casa, aquilo era uma mansão.
Ela
nos convidou para entrar, mas no momento que entravamos a Natália começou a se
sentir mal, ela disse que de repente estava a sentir uma dor de cabeça, mas
graças a Deus não era nada grave.
Entramos
na linda casa decorada com detalhes femininos, a avó Amélia deu um comprimido
para a Natália.
Fomos
recebidos com um almoço muito bem organizado, já eram 17 horas e poucos
minutos.
Depois
do almoço fomos assistir um filme de terror com o título "Sexta-feira
13" (Jason), depois fomos chamadas para a mesa com o empregado gentil que
por ali trabalhava.
A
avó Amélia era viúva a um ano.
Eram
20 horas e 30 minutos, fomos comer, conversamos e brindamos, foi fantástico,
mas eu não imaginava que tudo terminaria as 00:00 naquela noite agitada.
As
meninas já estavam exaustas então eu fui fazer a cama para elas, era para elas
dormirem no mesmo quarto, mas esse quarto era grande e tinha quatro camas, os
outros quartos estavam trancados por razoes não explicadas por avó Amélia.
Deram
21:36 eu estava em frente ao televisor sozinha na sala assistindo outro filme,
mas uma comédia, pois não me arriscaria assistindo terror sozinha.
Conchilei
sem ter me apercebido e acordei, eram 22:00.
—
Natália!!! Natália!!!
Escutei
um barulho, na verdade era grito das meninas, dava para se sentir que elas
estavam apavoradas, então fui até ao quarto onde elas estavam hospedadas e
encontrei-as em desespero, a Natália estava...
Morta...
Morta...
Estava
cheia de sangue e uma faca na nuca.
—
Quem a fez isso? — perguntei-as e as lágrimas brotaram das minhas órbitas.
—
Não fomos nós, nós... A encontramos neste estado — disse a Lídia tendo as
lágrimas na ponta dos olhos.
—
Ela não está mentindo Isabel, nós não a matamos, acredite em nós — a coitada da
Joana defendeu a amiga e a si mesma.
—
Isso não está certo vou ter com avó Amélia, ela vai me ajudar a... Não sei...
Fui
em direção da porta para abrir quando de repente sou lançada juntamente com a
porta contra a parede, os meus olhos se fecharam e apaguei.
Quando
a minha consciência voltou vi o relógio na mesa marcando 23:00, as minhas
amigas estavam todas mortas, cheias de sangue.
Quando
levantei vi um par de olhos amarelos fitando-me, era ela, a minha avó Amélia
com uma faca na mão direita.
—
Vovó não.
—
Cala boca filha da puta a sua avó não está aqui, ela está morta.
—
Quem é você então?
—
Eu sou Deus... Sou dono desta merda, você não pertence a este lugar puta — a
coisa disse com aquela voz medonha, aquela voz grossa.
Então
ela, aliás aquela coisa que possuia o corpo da minha avó veio em minha direção
voando, flutuando com a faca na mão.
Tentei
correr até a porta, mas a porta se fechou.
De
repente as facas atravessaram a porta vindo em minha direção era minha morte.
Me protegi com as mãos e todas as facas picaram os meus braços, a criatura se
aproximava de mim, enquanto o sangue escoria pelos meus braços.
Ergui
os meus olhos, a sua faca estava por cima da minha cabeça.
Com
a minha coragem levei uma faca que estava no meu braço e passei pelo pescoço da
criatura, o sangue jorrou, banhando-me, e a criatura caiu e tudo cessou...
De
repente o sino soou anunciando a meia noite.
A
polícia chegou e me prendeu.