quinta-feira, 13 de dezembro de 2018
sábado, 1 de dezembro de 2018
Livro do blog
Com muito orgulho que anuncio o lançamento do meu primeiro livro, baseado em um conto que escrevi aqui no blog...
Em breve colocarei o link pra compra e a data de lançamento...
sexta-feira, 19 de outubro de 2018
Marcelinho
Ele dizia que morava na rua de cima. Parecia muito esperto para uma criança de dez anos, e nos últimos dias sempre aparecia na rua para brincar com Aírton. Marcelinho teve uma ideia na tarde fria de inverno: que tal invadir a casa abandonada? Falava de uma grande casa na esquina que há anos não tinha movimento nenhum. Aírton teve medo de levar bronca da mãe por fazer algo errado mas foi facilmente convencido pelo novo amigo.
Pularam o muro e testaram a porta dos fundos, onde havia um quintal. Estava aberta. A casa já estava envolta na penumbra do fim de tarde, pouco se discerniam móveis e objetos há muito deixados na pressa da mudança. No andar superior chegaram a uma sala grande onde havia uma luz um tanto tênue. Aírton estava com medo mas assim mesmo entrou na sala. Viu algumas velas acesas no chão, nas pontas de uma estrela dentro de um círculo. Agora ele via na parede a figura de uma espécie de bode sentado num trono. Não entendeu o que era aquilo, e disse com a voz trêmula:
- Vamos embora Marcelinho, não estou gostando...
Marcelinho não disse nada, estava com a cabeça baixa, olhando o chão. Aírton saiu da sala e desceu as escadas cada vez mais escuras. Foi até a porta mas ela estava trancada. Marcelinho disse com voz grossa, sinistra : - sinto muito amiguinho, mas é tarde para isso... Aírton viu que Marcelinho era agora um homem adulto. Tentou desesperado abrir a porta, mas viu que era inútil. Chorando, implorou : - me deixe ir, meus pais vão sentir minha falta.
Marcelinho tinha olhos brancos, sem vida: - eles já te esqueceram...
Airton nunca mais foi visto.
sexta-feira, 28 de setembro de 2018
3 da Madrugada
Parecia um estrondo no meio do silêncio absoluto. Meu coração disparou, abri meus olhos com um frio na espinha. Outra batida na porta aconteceu ainda mais forte que a anterior. Sentei na cama com meu corpo todo tremendo. Botei os pés no chão e notei que minhas pernas estavam fracas, tive que esperar alguns segundos pra levantar.
Como não gosto de luz pra dormir, tudo estava escuro. Tateei pelo quarto o interruptor da luz, mas parei, encontrei algo na parede que não deveria estar ali. Soltei um pequeno grito de susto, graças a deus era apenas a antena que tinha ficado pendurada.
Caminhei até a sala devagar. Eu estava ofegante. O interruptor era perto da porta, então eu tinha que atravessar a sala no escuro. Outra batida, eu sento no sofá. Fico me perguntando quem deveria ser a essa hora da madrugada.
Meu apartamento era bem pequeno, bem apropriado para um solteiro. Na saída do quarto que só cabia uma cama de casal, a esquerda se encontrava o banheiro que dava de frente para a cozinha. Caminhando um pouco mais pra frente já se encontrava a sala, em quatro passos já estava na porta.
- Quem é? – perguntei um pouco baixo. – Quem é? – falei agora um pouco mais alto, e com entonação mais forte.
Olhei no relógio e eram três da madrugada. Tentei olhar pela fechadura quando não obtive resposta da minha pergunta. Mas não consegui ver nada. Me virei de costas pra porta pensando no que poderia fazer.
Quando estava voltando pro quarto, não aconteceu simplesmente uma batida, mas parecia que milhões de pessoas estavam batendo a porta. Não só ela, mas a parede também tremia pelos impactos. Me apavorei e cai no chão.
Luzes vermelhas tomaram conta das frestas da porta. Parecia que um exército estava prestes a entrar. Durou apenas alguns segundos, mas pra mim durou uma eternidade. Assim como começou, ele parou, tudo ficou em silêncio novamente como se nada tivesse acontecido. Fiquei acordado o resto da noite com as luzes todas acessas tremendo da cabeça aos pés. Nunca mais aconteceu algo parecido, mas nunca vou me esquecer dessa três da madrugada.
sexta-feira, 22 de junho de 2018
sexta-feira, 1 de junho de 2018
Visões da Filha do Diabo – Parte 7
Nãooooooooooooooooooo!!!!
Gritou Dorothy a plenos pulmões descontrolada se debatendo, como se seu corpo
estivesse em chamas. – Mate ela! Mate ela o mais rápido possível. – continuou a
gritar com seus olhos sem íris, todos estavam assustados. – O verdadeiro mal
está a caminho. – ela se calou logo após, como se saísse de um transe
aterrorizante.
Clarisse
estava sozinha em um supermercado parcialmente destruído, todos que ela
conhecia agora estavam mortos, ela não sabe como isso aconteceu, quando o mundo
começou a desmoronar, saiu do trabalho direto pra casa se abrigar com sua
família, mas quando estava chegando desmaiou na porta de casa. Quando acordou,
criaturas vagavam pela cidade, e sua família estava completamente morta, todos,
sem exceção, dizimados como gado, desde então ela vaga tentando sobreviver a
loucura que se assola no mundo.
Clarisse
estava sozinha em um supermercado parcialmente destruído, todos que ela
conhecia agora estavam mortos, ela não sabe como isso aconteceu, quando o mundo
começou a desmoronar, saiu do trabalho direto pra casa se abrigar com sua
família, mas quando estava chegando desmaiou na porta de casa. Quando acordou,
criaturas vagavam pela cidade, e sua família estava completamente morta, todos,
sem exceção, dizimados como gado, desde então ela vaga tentando sobreviver a
loucura que se assola no mundo.
Abriu
pacotes de chocolate e comeu, estava com muita fome, era o que estava mais
próximo no momento, comeu e por um momento esqueceu de tudo, mas rapidamente
foi puxada pra realidade.
Alguma
coisa entrou no supermercado também, Clarisse se escondeu entre as prateleiras
mais próximas, seu coração batia fortemente, mas ela controlava a respiração.
Entre os produtos, por um segundo, pode ver a criatura que vagava por aquele
local, tinha o formato humano, mas sua face era totalmente lisa, não existia
boca, nariz, olhos ou orelhas, nem mesmo cabelo, usava roupas rasgadas e
molhadas, como se acabasse de sair de um naufrágio.
A
criatura estava passando derrubando as prateleiras uma a uma, até que estava
chegando perto dela, se antecipa e derruba por cima dele. A criatura então
grita, parecia que o som vinha de dentro da cabeça dele, tão agudo que foi
quebrando os vidros da janela.
Começa
a crescer das costas da criatura pernas de aranha, consegue sair de baixo da
prateleira e partiu pra cima de Clarisse, ela então, mesmo sem saber como, faz
a criatura flutuar com suas mãos, seu nariz começou a sangrar e alguma coisa
estava saindo por ele, sua mente começou a ficar turva, e ela desmaiou.
Acordou
na porta de um lugar religioso, ainda estava confusa, parecia ser a parte dos
fundos daquele lugar, levantou e abriu a porta, uma mulher descontrolada a
aborda colocando as duas mãos no seu pescoço a sufocando, antes de apagar
novamente, ela apenas escuta pessoas gritando o nome de Dorothy.
sexta-feira, 18 de maio de 2018
Um Conto Sobre Acreditar - Parte 2
Aquelas
palavras para Nanda pareciam tão surreais, sentou na cadeira tentando assimilar
tudo, estava com um anjo de verdade na cozinha de sua casa esperando uma
criatura que queria a alma dela. Nanda não teve muito tempo para a divagação ou
para fazer mais perguntas, alguém estava batendo na porta. Houve um silêncio
entre os dois durante os intervalos das batidas que foram insistentes e fortes.
-
Quem é? – Nanda foi se aproximando da porta, mas o anjo segurou ela pelo braço.
-
Sou eu Horácio, da banca de jornal, pai da Amanda, preciso falar contigo é
urgente.
-
Não é ele, essa criatura pode mudar de forma, mas não me engana. – o anjo se
aproximou da porta. – Eu sei que é você criatura, volte pro seu buraco não há
nada pra você aqui.
As
luzes da casa se apagaram e começou a tremer como se estivesse tendo um
terremoto na cidade, as asas do anjo começaram a se iluminar clareando assim a
casa, Nanda abraçou o anjo e foi envolvida em uma sensação de paz e
tranquilidade, por alguns segundos esqueceu tudo o que estava acontecendo.
A
porta parecia que estava sendo impactada por um bate-estaca tamanha era força,
a porta não ia durar muito tempo, e quando não aguentou mais foi destroçada em
vários pedaços, o anjo a protegeu com suas asas enquanto observava Horácio um
velhinho simpático como um demônio na sua frente, rosto completamente vermelho
e pequenas saliências na testa, parecia feroz pronto pra matar.
O
anjo bate as asas e faz uma ventania que impede o avanço do demônio, com as
mãos empurra Nanda pra dentro do quarto.
-
Nanda eu preciso que você acredite, acredite que tudo vai ficar bem, por que...
– ele não teve tempo de terminar recebeu uma cadeirada nos peitos, quase cai no
chão, mas suas asas impedem.
O
demônio então pula no seu pescoço, a pele da criatura estava sendo rasgada
parecia que sua monstruosidade queria sair para fora, Nanda estava apavorada
não sabia o que fazer, o anjo recebia diversos socos no rosto estava prestes a desmaiar,
ele gira o corpo e faz com que suas asas acertem o demônio como facas afiadas,
cai atrás do sofá, o anjo rapidamente entra no quarto com Nanda e fecha a porta.
-
Por que isso está acontecendo? O que ele quer de mim?
-
Ele precisa da tua alma para continuar nesse plano, uma alma pura como a tua é
raro hoje em dia, estou aqui pra te proteger, mas eu preciso que você acredite que
tudo vai dar certo isso me da forças, não fique com pensamentos ruins, isso vai
fazer aquele monstro nos matar, ele se alimenta do seu medo.
O
demônio se recuperou rapidamente e começou a bater na porta tentando abri-la
enquanto o Anjo e Nanda seguravam do outro lado. As asas do anjo voltam a ficar
em volta de Nanda e aquela sensação de paz que tinha sentido um tempo atrás
voltou, seu coração se encheu de esperança e vontade. Ela então abre a porta.
-
Vamos acabar com ele. - ela disse confiante.
O
anjo parte pra cima do demônio com suas forças renovadas, o demônio recebeu o
ataque certeiro e a luta foi feroz entre ambos, Nanda viu no horizonte que o
sol já ia raiar e o demônio iria voltar pro seu buraco, mas apesar da força do
anjo, ele estava perdendo e prestes a receber o golpe final, Nanda corre na
direção deles, com uma trombada empurra o demônio pra longe, seu braço fica
ferido, o Anjo então aproveitando o momento, bate suas asas com força fazendo uma
ventania empurrando o demônio pela janela a fora no exato momento que o sol
surgiu no horizonte.
O
esforço do anjo foi tanto que ele cai no chão sem forças, Nanda o segura nos
braços.
-
Eu acredito que você vai ficar bem e continuar me protegendo. - ela disse
derramando algumas lágrimas, um feixe de luz do sol passa pela janela e ilumina
o rosto do anjo que aos poucos começa a recuperar as suas forças.
-
Obrigada por me ajudar a completar minha missão, me sinto honrado de ter lutado
pra proteger um ser puro como você, por favor, sempre acredite. - o anjo se
levanta olha pra Nanda pela última vez, bate suas asas e voa em direção ao sol
desaparecendo logo em seguida.
sexta-feira, 11 de maio de 2018
Um Conto Sobre Acreditar - Parte 1
Nanda
estava terminando de limpar a casa, não notou que quando estava finalizando a
dura faxina, a noite havia chegado, estava exausta, caiu no sofá para recuperar
um pouco das forças, a casa não era muito grande, mas estava para ser limpa há
semanas, e como Nanda era novata em morar sozinha foi um pouco difícil fazer
tudo. Fazia um mês que estava sozinha na capital, e se sentia solitária, deixou
sua amada mãe no interior para tentar ingressar em uma boa faculdade e tentar
dar uma vida melhor para ela que já não aquentava mais a vida no interior, o
dinheiro era curto e o trabalho era longo, mas Nanda nunca reclamou queria
apenas que sua mãe tivesse uma velhice melhor.
Finalmente
a casa, que era alugada, estava limpa, mas ainda não era o fim das tarefas a
geladeira estava totalmente vazia, o seu dinheiro do mês era pouco não daria para
comprar muita coisa só o essencial como feijão, arroz e um pouco de carne. A
capital era bem diferente de sua cidadezinha do interior, cheia de carros,
pessoas com pressa e sem educação, prédios altos e apavorantes, já tinha visto
tudo isso pela televisão, mas estar realmente ali pela primeira vez era
assustador para ela, e sua timidez não ajudava nem um pouco, conhecia apenas
uma pessoa, o senhor que alugou a pequena casa, era um antigo amigo de sua mãe.
Nanda se apressa e sai de casa para o supermercado.
-
Oi menina! Já faz um tempo que te vejo passando por aqui, se mudou para o
bairro? – O dono da banca de jornal abordou Nanda quando ela parou na frente
olhando uma revista.
-
Oi, sim senhor, me mudei no começo do mês. – ela respondeu timidamente.
-
Sou Horácio, muito prazer, qual a sua graça?
-
Nanda.
-
Belo nome.
-
Obrigado.
-
Minha filha se chama Amanda, bem parecido.
-
Verdade! Foi minha mãe que escolheu.
-Diga-me
Nanda está sozinha na cidade?
-
Sim, vim me matricular na faculdade daqui.
-
Que maravilha! Minha filha estuda lá, vou te apresentar ela um dia desses
tomara que se tornei amigas.
-
Que bom eu também gostaria. Desculpe, mas eu tenho que ir ao supermercado e já
está ficando tarde.
-
Vá logo então querida, moças decentes não ficam na rua até tarde.
-
Sim, com certeza.
-
Além do mais a noite é sempre perigosa, antes tome esse folheto da igreja onde
eu falo algumas palavras do Senhor.
-
Eu não frequento igrejas, não acredito muito nelas.
-
Que pecado querida, não faça isso consigo mesma, leve o folheto assim mesmo.
-
Ok! Tchau até outro dia.
-
Tchau querida.
Nanda
seguiu o seu caminho até o supermercado, fez suas compras e voltou pra casa, a
banca de jornal já tinha fechado. As poucas coisas que comprou deveriam durar o
mês todo, ainda não tinha conseguido um emprego, mas na segunda-feira iria
atrás de um novamente, precisava de qualquer um até mesmo um estágio, o
dinheiro que sua mãe havia juntado no banco não iria durar pra sempre.
Já
tinha passado das dez horas da noite quando Nanda deitou na sua cama e ligou o
rádio pra escutar alguma musica, já que não tinha televisão, escutou diversas
musicas até finalmente adormecer, não demorou muito e abriu os olhos novamente,
escutou pequenos barulhos no seu telhado achou que era chuva e voltou a fechar
os olhos, reabriu minutos depois com um
salto da cama assustada, alguma coisa pesada tinha caído nos fundos da casa
onde ficava a garagem do dono.
Nanda
olha pela janela e nota que alguma coisa tinha caído lá dentro, seu coração
estava acelerado, pega a vassoura e abre a porta dos fundos caminha lentamente
até lá. Havia um buraco no teto e não tinha caído uma gota de chuva como tinha
pensado, a única coisa que encontrou no chão foram algumas penas brancas, puxa
a alavanca pra porta da garagem levantar, o carro não estava lá, pois o dono da
casa estava viajando, estava muito escuro, na entrada procurando a tomada pra
ligar a luz, mas não achou, antes que desse um passo pra frente escuta um
gemido baixo, se apavora quando foi recuar uma mão segura o seu pé, apavorada
ela cai no chão, um homem pula encima dela, seus olhos eram tão azuis quanto o
oceano, um pedaço de telhado cai na sua cabeça e ela desmaia.
-
Ai! Ai! Minha cabeça! – quando Nanda acordou já estava dentro de casa novamente
deitada na sua cama, por um momento achou que poderia ter sido apenas um sonho
ruim, mas quando escutou barulhos na cozinha sabia que não estava sozinha.
Levanta com todo o cuidado tentando não fazer barulho, escutou as panelas
encima do fogão, se aproximou se arrastando pela parede, pegou um livro que
estava no chão para tentar atirar na pessoa, mas quando estava a um passo da
cozinha escutou uma voz que mais parecia um assobio.
-
Eu sei que você está ai, não vou te machucar, venha vou fazer um chá, eu acho
que sei fazer.
-
Quem é você? Porque está dentro da minha casa?
-
Eu preciso da sua ajuda. – a voz ficou mais suave, como se tivesse mudando a
tonalidade. – Eu nunca falei com um humano antes, não sei qual tom de voz
falar.
-
Como assim?
-
Venha, por favor! Mas não se assuste com minha aparência.
Nanda
deu um passo receosa, tremia da cabeça aos pés, as asas saiam das costas do
homem em pé na frente do fogão, estava sem camisa e com apenas um pano na sua
cintura.
-
Quem é você?
-
Gostei!
-
Do que? – Nanda estava muito confusa.
-
De perguntar quem eu sou, e não o que eu sou agradeço a sensibilidade.
-
Você ainda não respondeu.
-
Anjo, mas acho que você quando me viu já sabia disso, não é? Você está em
perigo Nanda, a mesma criatura que me atacou está vindo te buscar, e é meu
dever te proteger.
-
Mas..., mas por quê? O que eu fiz?
-
Essa criatura precisa da tua alma, tenho que te protegido até hoje, agora ele
vai te atacar diretamente, precisamos sobreviver até o amanhecer, ele só tem
essa noite se não conseguir vai voltar para o buraco da onde nunca deveria ter
saído.
sexta-feira, 20 de abril de 2018
A Caça
Lucas estava completando seus 18
anos, e seu pai Teodoro tinha algo especial para ele, sua primeira arma, uma
Mossberg calibre 12, eles iriam caçar javalis. Não era a primeira vez que fazeria
isso, mas agora teria sua própria arma, e finalmente poderia ser ele que
acabaria com a pressa.
Ele acordou cedo, antes mesmo do sol
nascer, seu pai já estava de pé pronto pra sair, tomou apenas um café e foram
para empreitada. Saíram com a caminhonete lotada de armas e armadilhas, pretendiam
ficar fora o dia inteiro. Uma fina chuva já caia naquele dia recém-nascido
junto com um vento gelado constante, mas nada, pensou Lucas, iria estragar
aquele dia, sua ansiedade para estrear sua arma nova era muito grande.
Com suas roupas camufladas e táticas,
Teodoro era profissional na caça, vinha de uma família que isso não era apenas
uma aventura, mas sim um meio de vida, ele já perdeu as contas de quantos
animais já tinham empalhados e faziam parte da decoração da cabana.
Entraram na mata fechada, o dia
parecia que não tinha amanhecido, o sol estava tapado por pesadas nuvens cinzas
quase pretas, que junto com a chuva deixou aquela caçada bem difícil e perigosa,
mas era o que os dois mais gostavam.
Lucas pegou sua arma novíssima e foi
com seu pai mata a dentro. Seguiram as pegadas de um javali, não demoraram
muito e encontraram, era apenas um filhote sozinho, ele tentou correr, mas não
conseguiu se livrar dois, com um tiro certeiro que pegou parte do focinho e
acertou bem na cabeça. Lucas foi quem disparou, a arma fez um estrago bem
grande, ele comemorou como nunca antes, mas parou com o barulho que veio de
onde estacionaram.
Correram para ver o que estava
acontecendo, e encontraram o carro todo destruído com furos e marcas de presas
em volta, todas as armas tinham sido mastigadas e estavam fora de uso. Teodoro
nunca tinha visto um javali fazer aquilo, e se fosse mesmo um javali, seria o
maior que já encontraria em toda a sua vida.
Animados com o enorme animal que
poderiam matar, foram de novo mata a dentro. Não demorou muito pra acharem o
rastro. Mas o que eles não esperavam é que não fosse apenas um, mas encontraram
pelo menos uns dez, pouco maiores que um carro.
Teodoro tentou salvar o filho, mas
eles os cercaram, como se soubessem o que eram. Ficaram parados olhando pros
dois respirando forte, dispararam diversos tiros em vão, os javalis gigantes
pareciam não se machucar com eles, o primeiro veio com tudo e perfurou o estômago
de Teodoro com seus dentes salientes e enormes, mas ele permaneceu vivo
agonizando para ver seu filho ser devorado vivo, pra em seguida ser sua vez.