sexta-feira, 28 de setembro de 2018

3 da Madrugada




Parecia um estrondo no meio do silêncio absoluto. Meu coração disparou, abri meus olhos com um frio na espinha. Outra batida na porta aconteceu ainda mais forte que a anterior. Sentei na cama com meu corpo todo tremendo. Botei os pés no chão e notei que minhas pernas estavam fracas, tive que esperar alguns segundos pra levantar. 



Como não gosto de luz pra dormir, tudo estava escuro. Tateei pelo quarto o interruptor da luz, mas parei, encontrei algo na parede que não deveria estar ali. Soltei um pequeno grito de susto, graças a deus era apenas a antena que tinha ficado pendurada. 

Caminhei até a sala devagar. Eu estava ofegante. O interruptor era perto da porta, então eu tinha que atravessar a sala no escuro. Outra batida, eu sento no sofá. Fico me perguntando quem deveria ser a essa hora da madrugada. 



Meu apartamento era bem pequeno, bem apropriado para um solteiro. Na saída do quarto que só cabia uma cama de casal, a esquerda se encontrava o banheiro que dava de frente para a cozinha. Caminhando um pouco mais pra frente já se encontrava a sala, em quatro passos já estava na porta. 



- Quem é? – perguntei um pouco baixo. – Quem é? – falei agora um pouco mais alto, e com entonação mais forte. 

Olhei no relógio e eram três da madrugada. Tentei olhar pela fechadura quando não obtive resposta da minha pergunta. Mas não consegui ver nada. Me virei de costas pra porta pensando no que poderia fazer. 
Quando estava voltando pro quarto, não aconteceu simplesmente uma batida, mas parecia que milhões de pessoas estavam batendo a porta. Não só ela, mas a parede também tremia pelos impactos. Me apavorei e cai no chão. 

Luzes vermelhas tomaram conta das frestas da porta. Parecia que um exército estava prestes a entrar. Durou apenas alguns segundos, mas pra mim durou uma eternidade. Assim como começou, ele parou, tudo ficou em silêncio novamente como se nada tivesse acontecido. Fiquei acordado o resto da noite com as luzes todas acessas tremendo da cabeça aos pés. Nunca mais aconteceu algo parecido, mas nunca vou me esquecer dessa três da madrugada.


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