O que antes era uma cidade tomada por
prédios, casas, carros e pessoas, agora parecia um túmulo de areia. Cobras se
arrastavam de um lado para o outro tentando achar uma sombra para aliviar o
calor intenso do sol. O céu não era mais totalmente azul, manchas roxas cobriam
boa parte dele, como se estivesse se desmanchando aos pouco.
Ao longe alguém se aproximava,
poderia ser apenas uma miragem, pois com o calor, olhar pro horizonte deixava a
visão distorcida. Andava em zigue-zague como se fosse um bêbado. O chão
queimando como brasa a distraiu, quando retornou o olhar o homem já havia
desaparecido.
O céu ganha uma luminosidade como um
raio em uma noite de tempestade dava, eram duas bolas de fogo que caíram não
muito longe dela. A explosão foi tamanha que seu ouvido sangrou, caiu no chão
tonta.
As bolas de fogo, agora no chão, eram
dois meteoros pequenos que fizeram uma cratera. Do interior delas duas
criaturas saíram, pareciam aranhas, mas com apenas duas patas, e tinham rostos
humanos que de longe não dava para reconhecer. Ela corre pra longe o mais
rápido que conseguiu ignorando toda a dor que estava sentindo no momento, mesmo
tonta conseguiu seguir reto e depois de alguns minutos encontrou uma caverna.
Com dificuldades pra respirar sentou
no chão, aliviada que finalmente tinha encontrado uma sombra para fugir do sol
escaldante. Ela não teve muito tempo para descansar, logo as criaturas chegaram
na caverna, não tinha pra onde correr, não existia outra saída.
Fica cara a cara com as criaturas,
finalmente pode ver os rostos em meio aqueles pêlos que saiam de todo o canto.
No topo do corpo de uma delas o rosto da Madre Tereza sorria para ela, parecia
estar ali pendurada desconexa com o corpo, mas ao mesmo tempo estava viva. O outro
rosto era do Padre Diomedes.
- Acabou Dorothy! Não adianta mais resistir,
seu tempo aqui já se esgotou. – a aranha com a cabeça da Madre falou.
- Nunca! Resistirei até o fim. – ela
retrucou.
- HaHaHa! A ignorância humana é
lamentável. – a outra aranha falou.
Dorothy tentou fugir, mas foi
agarrada por uma delas, que a apertou tão forte que a estava matando. Sua visão
foi começando a ficar turva até que tudo ficou preto.
Dorothy desperta, estava novamente no
convento, mas agora estava no porão acorrentada, e bem na sua frente um corpo sem
vida.
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