Co-autores:
Tia Jade do canal Mundo Paranormal https://www.youtube.com/channel/UCrI
Mr. Terror do instagram https://www.instagram.com/Willy.ironico/
O
carrossel girava mais devagar do que deveria, mesmo estando vazio as luzes
piscavam constantemente deixando cada cavalo com uma sombra fantasmagórica ao
seu lado, ali de pé fiquei hipnotizada com os movimentos, algo me fez lembrar
de casa, não conseguia saber exatamente o que, o vento aumentou, só pude
perceber quando as folhas passaram rolando no chão, não sentia o vento, passava
por mim sem me tocar assim como as crianças correndo, uma em especial me chamou
atenção, uma loirinha de aparentemente sete anos, estava acompanhada de um
palhaço, de primeira não vi nada de anormal, pois estávamos em um parque de
diversões, aos poucos fui percebendo de longe que apenas eu e a menina víamos
aquele palhaço.
A
cada passo que aquela criatura dava deixava uma marca preta no chão, não tinha
certeza se aquele palhaço sinistro ia conseguir me enxergar, aliás eu nem
queria saber, corri até o portão de saída, e mais uma vez não consegui passar,
estava presa ali como antes estava no quarto com aquele psicopata.
Já
que estou presa aqui, vou dar uma volta pelo parque mesmo não podendo
aproveitar os brinquedos, pelo menos aproveitaria a diversão das pessoas. O sol
já estava se pondo e as luzes da montanha russa foram ligadas, era lindo, multi
cores rodando num eterno arco de alegria.
-
Você não pertence há esse lugar? – levei um susto quando a entidade falou
diretamente pra mim.
-
O que é você? – tentei não demonstrar medo.
-
Eu sou tudo aquilo que o inferno mais deseja, a perdição personificada em uma
única força, mil demônios morreram para me dar vida, os inocentes sofreram
pelos pecados dos condenados!
-
Isso é para me assustar? – por algum motivo revidei.
-
Eu não temo nada, muito menos você criatura sem proposito. Quem lhe mandou? –
assim que disse essas palavras desapareceu.
Apesar
de ter enfrentado aquela entidade com tanta determinação, estou com bastante
medo do que ela pode fazer, infelizmente ainda estou presa aqui, preciso
desesperadamente achar um jeito de fugir, mas antes que eu pudesse fazer alguma
coisa o palhaço demoníaco voltou.
Voltou
agora mostrando do que era capaz, veio correndo para cima de mim, aparecendo e
desaparecendo a cada piscar de olhos, parecia que podia fazer esses truques ao
seu bem entender, me acertou de frente, caí no chão e senti toda a dor do
impacto, pensava que isso não seria mais possível, na mesma hora queria tivesse
continuado, pulou encima de mim com aquelas mãos com luvas brancas enormes, que
por algum misteriosa queimavam a minha pele, saiu fumaça do meu pescoço. Abriu
a boca mostrando seus dentes pontiagudos e amarelos, o cheiro que saia de
dentro era algo indescritivelmente nojento.
-
Acabo fadinha! Quem te mandou contra mim? – por algum motivo ele parecia muito
preocupado com quem possivelmente tinha me mandado, como se já estivesse
esperando por isso.
-
Eu não sei do que você está falando! – preciso arrumar um jeito de sair dessa
situação.
Seus
olhos começaram a se esbugalhar ficando do tamanho de bolas de golfe, fechei
meus olhos, me concentrei em pensamentos positivos o mais forte que pude,
quando voltei a abri-los ele tinha desaparecido, levantei um pouco
desorientada, de longe vi o palhaço de mãos dadas com uma menina, a mesma que
tinha me chamado atenção, ela solta a mão do palhaço e vem em minha direção
como se estivesse com muita raiva de mim.
-
O que você fez com meu amigo?
Eu
fiquei com os olhos fechados só por alguns instantes mas foi tempo suficiente
para que aquele palhaço fizesse aquela garotinha me odiar de tal maneira a
ponto de vir tirar satisfação como se ele que fosse a vítima, conseguia ver a
raiva nos olhos da menina, já não sabia mais com o que estava mais surpresa, se
por uma garotinha que anda com um palhaço bizarro, ou pelo fato dela poder me
enxergar quando ninguém mais pode... Me perdi em meus pensamentos, quando
voltei a menina ainda estava lá esperando uma resposta para o que eu havia
feito com o seu "amigo", não tive resposta, então o palhaço
aproximou-se e disse vamos Melissa, cuidamos dela depois, temos que
"brincar" com outra pessoa agora e sumiram.
As
horas passaram, uma fina chuva começou a cair, em questão de segundos meus
cabelos estavam encharcados, foi só aí que percebi que apenas eu estava molhada
e de longe enxerguei o palhaço novamente, também estava molhado, era uma chuva
do além, não só uma chuva uma tempestade se formou, a garotinha parecia
perceber o que estava acontecendo, a ventania forte foi me empurrando em
direção ao palhaço, fiz força para parar, me segurando no carrossel consegui
ficar distante.
Em
meios às trovoadas podia nitidamente escutar risadas de alguma coisa sinistra
muito além da imaginação de qualquer ser humano, junto com a risada um fedor de
enxofre, o palhaço também havia percebido a mesma coisa, pude notar um certo
receio em seu olhar.
Logo
a chuva e o vento cessaram, perdi o palhaço de vista novamente, não podia
deixar ele com aquela garotinha, os procurei pelo parque todo sem sucesso,
voltei para o carrossel, fiquei girando com os cavalos imaginando estar em
qualquer outro lugar, perdida nesse mundo novo que se apresentou a mim, não sei
meu nome, minha idade, da onde venho, como morri, sou um completo mistério para
mim mesma, sinto falta de um carinho que nem me lembro.
Perdida
em meus pensamentos demoro a perceber a gritaria que tomou conta do parque,
crianças e adultos correndo desesperadas para a saída, sai logo do meu transe
sentimental e foi averiguar o que estava acontecendo, com certeza era alguma
ação daquele palhaço maldito. A multidão estava correndo para longe da Casa do
Terror, queria muito tirar aquela garotinha disso tudo, entrei no local sem
pensar duas vezes.
O
lugar estava muito escuro com um ar congelante que dava para ser visto a olho
nu, caminhei pelo corredor com recheio do que iria encontrar, nenhuma daquelas
figuras nas paredes e no chão do cenário me assustou mais do que a garota
sentada no sofá rindo feito uma bruxa descontrolada, olhei em volta e nenhum
sinal do palhaço.
-
Se aproxime não tenha vergonha! – a voz da menina estava dupla como se duas
pessoas falassem ao mesmo tempo.
-
O que... que é você?
-
Sou algo a mais agora, o dragão cuspidor de fogo. “Accerso alius sententia ut
mihi, phasmatis of interregnum ego dico, solvo meus mens mei, ego dico
phasmatis auditore meus placitum meus mens quod iacio Margareth.” – depois que
recitou esse feitiço se levantou do sofá e entre as sombras pude ver o seu
rosto, estava pintado como uma maquiagem de palhaço borrada.
-
Vamos encontrar a sua mãe!
-
Mãe? Eu serei a mãe de mil espíritos errantes, nenhuma alma mortal ficará em
paz no dia que eu reinar.
-
Que loucura é essa? Venha comigo menina, vamos fugir.
-
Dona aranha subiu pela parede, veio um palhaço e ARRANCOU SUAS PERNAS!!!!!! –
ela se transformou em um misto de palhaço com uma aranha gigante, foi a coisa
mais grotesca que já tinha visto na minha vida, fui embora dali o mais rápido
que pude sem olhar pra trás, aquela menina já estava perdida nas trevas não
tinha mais salvação, minha mente ficou turva e só enxerguei escuridão novamente.
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