Ela correu o máximo que deu, o barro
da chuva sobre a terra e o mato dificultava a corrida, o resto dos seus amigos
já estavam mortos, ela era a única sobrevivente, mas talvez por pouco tempo,
tentou correr em linha reta pra achar a estrada, mas com certeza estava
perdida, seu choro sendo misturado com as gotas de chuva se perdiam sobre seu
rosto, o desespero ia crescendo a cada passo que dava, sem rumo e extremamente
cansada ela caí no chão, esperando que por um milagre ela fosse poupada, o que
não aconteceu, segundos depois diversas pessoas com aparência horrível a
encontraram, a pele estava como se estivesse derretida, olhos saltados, roupas
rasgadas e velhas, pegaram ela pelo pé atravessaram a mata de volta pro rio e
foram pro fundo.
Mariete tinha acabado de estacionar o
carro braba, não aguentava mais a bagunça organizada por Juliana, Edson, Rebeca
e Andressa, que vinham cantando músicas bregas pelo caminho, eles vinham
acampar perto do rio, Washington, que tinha ido mais cedo, já estava com a
barraca armada esperando eles. Fazia um tempo que Mariete queria levar os
amigos nesse passeio, mas o seu trabalho como executiva de uma multinacional
sempre a mantinha ocupada.
- Até que enfim chegaram! –
Washington falou assim que viu eles.
- E já está de “barraca armada” nos
esperando, que medo! – Rebeca soltou uma piada.
- Tuas piadas só melhoram. – ele
retrucou.
- Deixa ela “Was”, o carro chocalhou
muito o cérebro dela durante a viagem. – Juliana se aproximou e o abraçou logo
depois Edson e Andressa fizeram o mesmo.
- Cadê a Mariete?
- Está pegando as malas no carro.
- Deixa que eu vou lá ajudar.
Depois que tudo foi arrumado andaram
pela extensão do rio, a temperatura estava muito agradável, a brisa suave
parecia um leve carinho no rosto, o rio estava calmo e pedindo pra um mergulho,
foi isso que fizeram durante toda a tarde se divertiram como nunca, tudo estava
perfeitamente bem. A noite foi decidido que Washington contaria historias de
terror enquanto se aqueciam na fogueira.
- Isso é bem coisa de vocês mesmo
contar historias de terror em volta da fogueira, muito clichê. – Andressa falou
bufando.
- Sai daí medrosa! Tá falando isso
porque tá com medinho. – Mariete retrucou cutucando ela com um pedaço de
madeira quente.
- Nada a ver gente, só não acho graça
mesmo.
- Deixa que na hora de dormir eu te
dou de mama “Dessa”. – Mariete riu tanto que quase caiu na fogueira, mas foi
segurada por Washington.
O fogo finalmente se apagou e todos
foram pras barracas dormir, mas Edson ficou alerta não conseguiu pregar os
olhos, o rio estava com uma movimentação estranha, as ondas estavam fortes sem
nenhum vento, ele tinha a impressão que alguma coisa ou alguém estava naquele
rio enquanto todos dormiam.
O dia logo clareou e Edson contou a
todos o que tinha sentido durante a noite, todos concluíram que era a
imaginação de Edson, e ele mesmo se convenceu disso depois que caminhou por
quase todo o rio.
- O que a gente vai fazer hoje? –
Mariete estava animada.
- Vamos nadar peladas! – Rebeca foi
tirando a roupa.
- Nada disso minha cara, mas até que
não é uma má ideia pensando assim numa diversão maior. – Mariete falou
envergonhada.
- Vocês estão loucas né? Escutou isso
Washington? – Juliana não tinha gostado muito.
- Olha eu tenho que te dizer que não
faço objeção.
- Eu não acredito nisso!
- Eu me recuso a ver isso. – Edson
falou depois de receber um olhar de desaprovação de Juliana.
- Eu acho bacana, tô dentro. –
Andressa finalmente se pronunciou.
No final de tudo todos foram nadar
pelados no rio, e assim foi até a noite, Mariete pegou seu violão e começou a
cantar, esse era um dos talentos dela, a fogueira alta e todos se divertindo.
Tudo estava saindo perfeitamente na ultima noite, até que o barulho de alguma
coisa caindo na água fez Mariete parar de tocar, um zumbido foi escutado de
longe, aos poucos foi aumentando e se aproximando, agora parecia um coro, todos
ficam tensos e sem saber o que fazer.
- Vamos pro carro rápido! – Mariete
gritou, mas já era tarde eles estavam cercados, dezenas de mortos-vivos com a
aparência gelatinosa estavam em toda a volta, homens, mulheres e até crianças
com as mãos esticadas e olhando fixamente pra eles, alguns sem os olhos apenas
um buraco vazio.
Washington e Edson pegaram pedaços de
madeira com fogo e tentaram atacar, mas logo foram neutralizados por mais
mortos-vivos que apareceram, pegaram seus braços e pernas e os levaram embora,
as meninas estavam abraçadas desesperadas enquanto aos poucos eles se
aproximavam. Andressa tentou correr e tropeçou na fogueira pegando fogo,
enquanto queimava aos gritos ela foi levada pro fundo do mar.
Juliana e Rebeca no momento de
desespero tentaram sair batendo nos mortos-vivos, e rapidamente foram
derrubadas e mortas por pancadas, e como os outros foram levadas pro fundo do
mar. Mariete ficou ali paralisada de medo, quando achou que tinha chegado o seu
fim os mortos-vivos começaram a ir embora desaparecendo na mata.
Mariete depois de alguns segundos
tentando assimilar o que tinha acontecido correu desesperada pro carro, suas
mãos estavam tremendo mal conseguiu abrir a porta do carro, quando sentou no
banco finalmente pode relaxar um pouco e começou a chorar pensando nos seus
amigos, queria voltar e fazer alguma coisa, mas sabia que não seria capaz tinha
que procurar ajuda, mas quando estava procurando as chaves do carro que não
estavam no lugar onde havia deixado, ela escuta novamente os zumbidos e logo o
coro de agonia novamente, centenas de mortos-vivos estavam atrás do seu carro e
foram empurrando o carro pela mata até chegar no rio, Mariete tentou sair, mas
estavam trancando a porta, foi jogada com seu carro pro fundo do mar, onde se
afogou numa agonia horrível.
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