A festa estava muito boa, Eduardo já estava na sua quinta
taça de vinho, e começando a se sentir um pouco tonto e mais alegre que o
normal, o único problema era que agora ele tinha que deixar o carro no estacionamento
e ir pra casa de táxi. Ser pego na lei seca com a carteira provisória seria
algo muito ruim pra ele, que se esforçou um monte pra tirar, e mesmo um pouco
bêbado ele não esquecia isso.
Eduardo dançou, fez passinho, e sucesso com as garotas, só
não conseguiu chamar a atenção de uma mulher especifica, Renata, a mais gostosa
da sua turma; olhos verdes, longos cabelos pretos como a noite, boca carnuda
com um forte batom vermelho, seios fartos e empinados, bunda redondinha; era o
sonho de consumo de dez entre dez alunos da faculdade, e é claro também dele. Ela
nunca foi vista com nenhum namorado ou ficante, quase nunca saia para as
festas, essa era uma exceção, havia boatos que ela podia ser lésbica ou estar
se prostituindo como acompanhante de luxo, mas Eduardo não se importava com
essas fofocas queria apenas ter uma chance de ficar com aquela coisinha linda
na sua cama.
Já era madrugada e a festa ainda estava bombando, foi quando
ele notou alguns olhares em sua direção, e sim eram de Renata, ele não pode
acreditar devia ser efeito do álcool, ou das luzes piscando, ele continuou
dançando, mas não estava enganado, ela estava mesmo trocando olhares com ele, até
que ela o abordou.
- Eai gatinho, se fazendo de difícil? – Ela perguntou se
aproximando.
- Quem? Eu? Não, não. – Respondeu nervoso.
Depois de alguns minutos dançando juntos, Eduardo a convidou
pra ir no bar pra conversarem mais de perto. A conversa estava tão boa que
quando ele percebeu estavam se beijando, a sua boca tinha sabor de mel, e era
tão macia como algodão, ele pensou enquanto a beijava. A música tinha parado de
tocar, as luzes pararam de piscar, sua embriaguez tinha sumido, tudo com um
simples beijo, ele nunca tinha experimentado um tão maravilhoso como esse.
- Vamos pra sua casa, aqui já deu o que tinha que dar. – Ela
falou repentinamente.
- Claro, vamos. – Ele disse de bate pronto. – Mas só tem um
problema, eu não estou em condições de dirigir.
- Sem dirigir, vamos de táxi.
Foi um alivio quando ela disse isso, estava preocupado que
ela o dispensasse se ele falasse que não tinha condições de dirigir. Eles então
parte, Renata estava magnifica, usando um vestido vermelho bem curto e justo no
seu corpo escultural, caminhando atrás ele pode ver seu quadril enorme que
balançava durinho de um lado para o outro.
- Não se preocupe, eu tenho um amigo que sempre me leva de
graça no seu táxi.
- Tá bom. – Eduardo respondeu, mas nem estava prestando
atenção no que ela estava falando, apenas aproveitava a vista que tinha.
Depois de alguns minutos o táxi chegou, ele e Renata sentaram
no banco de trás, nem chegou a ver o rosto do motorista, estava mais preocupado
em beija-la. O táxi começou a andar, e ele sentiu um calafrio que chegou até na
sua espinha, era como se de repente o ar tivesse congelado, a atmosfera tinha
mudado repentinamente, cada pedaço do seu corpo estava gelado, perguntou pro
taxista se ele tinha ligado o ar condicionado, mas não houve resposta.
- Calma que nossa viagem está apenas começando. – Renata falou
sorridente.
Alguma coisa tinha mudado, ele podia sentir, Renata também
estava diferente, aquele sorriso que antes irradiava havia desaparecido, todo brilho
da sua pele ficou pálida. Ela vira de costas pra ele e fica fitando a janela,
eles não estavam no caminho pra sua casa, estavam em um lugar que Eduardo não
conhecia, em nenhum ponto conhecido da cidade, e depois de passar por cima de
um quebra molas ele se viu imerso na escuridão total, tudo durante um longo
período de tempo ficou preto, parecia que o táxi e o seu corpo haviam
desaparecido, ele não enxergava, não tinha tato, não conseguia gritar, apenas
ficar flutuando na imensa escuridão.
Com um baque violento ele havia voltado para o táxi, estava
suado e tremia da cabeça aos pés, puxou Renata pelo braço perguntando se ela
estava bem, e tomou um susto quando ela se virou, seu rosto estava quase
branco, e seus olhos estranhos.
- Olhe pra fora meu fruto, apenas olhe. – Ela disse com uma
voz rouca.
Eduardo olhou pela janela do táxi e ficou chocado, o espanto
foi tanto que ele não conseguiu se quer se mexer. Ele não sabia dizer onde
estava, mas era assustador, o céu era vermelho, , as nuvens mais pareciam
chamas incandescentes nas alturas. O táxi passou bem perto de um caldeirão onde
eram cozinhados dezenas de pessoas, e em volta algumas criaturas metade gente,
metade animal; alguns eram metade cavalo, outros metade cabra. Enquanto ele
estava apavorado, Renata ria descontroladamente ao seu lado.
O táxi continuou andando e o taxista calado passando por
diversas paisagens exóticas que pareciam um deserto em chamas, até que chegaram em um altar
gigantesco, com diversos símbolos religiosos de centenas de religiões diferentes,
e no alto uma cabeça do tamanho de um avião com chifres em volta ao fogo, e
aquele rosto era familiar, era o seu rosto.
Tudo ficou preto novamente, a mesma experiência de ficar
flutuando na escuridão, quando acabou ele estava de volta na cidade e ainda no táxi,
Renata abre a porta do seu lado e o empurra pra fora, Eduardo cai no chão,
antes do táxi partir ela fala:
- Ainda não terminamos contigo.
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