Fechei e abri meus olhos umas quatros vezes pra ter certeza
se o que eu via era realmente real, como isso poderia ser mesmo real, essa
pergunta não saia da minha cabeça, suas assas eram brancas como a neve, seu
rosto era angelical, era impossível saber se era um rosto feminino ou
masculino, eu nem ao menos sabia se anjos tinham sexo, seus olhos transmitiam
bondade e amor como eu nunca tinha visto antes, não era um delírio ou algum
truque de um demônio eu realmente tinha sido salvo por um anjo.
Rapidamente me recuperei, pois ele transmitiu uma fagulha de
sua energia pra mim, logo que recuperado queria saber o que ele estava fazendo
ali, queria fazer alguma coisa pra agradecê-lo, mas ele apenas me disse que
estava com pressa e que seu nome era Fael, tentei acompanha-lo, mas ele era
muito mais rápido que eu, depois de segundos ele desapareceu no horizonte.
Tive a esperança que ele pudesse me tirar desse lugar, não
tive tempo de pedir então continuei minha jornada sozinho. Encontrei uma
estrada asfaltada bem longa por sinal, e como já era de esperar o asfalto era
feito de pessoas queimadas, eu já não me assustava mais com essas coisas, tive
medo de aos poucos estar me tornando parte daquele lugar, olhei pro “céu” e vi nuvens
vermelhas e pretas se formarem pra em seguida começar a chover, eu logo percebi
que não era água que caia das nuvens, mas sim ácido, consegui me esconder
debaixo de umas pedras, mas algumas pessoas que estavam mais a frente não
tiveram a mesma sorte e foram derretidas aos poucos pelo ácido e se juntaram ao
asfalto da estrada.
Assim que a chuva parou de vez continuei a caminhar pela
estrada, esse era meu melhor plano, aquela estrada tinha que dar em algum lugar,
eu perdi a noção do tempo já não sabia mais quanto tempo estava nesse lugar,
isso não era importante nesse momento, o importante era sair o mais rápido possível.
Depois de caminhar um bom tempo encontrei uma casa velha, escutei alguns
gemidos vindos de dentro, espiei pela janela e uma mulher estava amarrada
completamente nua, entrei e a desamarei, seu corpo era escultural, rosto
delicado e seu cheiro era muito bom, por um momento pensei que fosse outro anjo,
mas não era, era apenas uma mulher assustada que estava sendo castigada naquele
lugar.
Enrolei sobre ela um pano que estava ali perto, cobriu só metade
do seu corpo, seus seios farto ficaram de fora, como ela era linda e deliciosa,
eu queria transar com ela ali mesmo naquele lugar imundo, depois que ela se
insinuou pra mim foi o que aconteceu, foi um sexo bem violento, ela fincava as
unhas nas minhas costas e rasgava a pele, me dava tapas e me mordia com cada
mordida mais forte que a outra, ela não gemia mais urrava como um animal sendo
abatido era muito estranho, mas ela era deliciosa e me deixei levar pelo
momento, até que as coisa começaram a fugir do controle, no meio do sexo ela
começou um processo de transformação, seu cabelo caiu, na sua testa dois
pequenos relevos começaram a ganhar forma, dois buracos ficaram no lugar do seu
nariz perfeito, seus dentes ficaram afiados, suas orelhas ficaram pontudas, seu
olho agora estava vermelho e um pequeno bigode cresceu, seu corpo permaneceu
igual, quando notei a besta horrenda que aquela linda mulher havia se
transformado pulei pra longe, só agora tinha notado que ela não podia andar,
aquela figura bestial vinha se arrastando até mim implorando por mais, senti
nojo de mim mesmo, sem pensar duas vezes
peguei minhas roupas e sai daquele lugar rapidamente.
Caminhei por alguns minutos na estrada e já estava muito
cansado, parecia que aquela besta tinha tirado toda a minha energia, eu não
iria aguentar por muito tempo, mas algo me deu um gás a mais, minha força de
vontade me fez continuar, no horizonte avistei um gigantesco castelo negro,
maior que tudo que eu já tinha visto na vida, na terra não tinha algo parecido,
era assustador e encantador ao mesmo tempo, só podia ser esse, eu tinha certeza
que essa era a moradia do capeta, não sei se estou pronto pra encontra-lo, como
ele deveria ser, com certeza era uma figura assustadora, me dava calafrios só
de pensar.
O fim da minha jornada estava perto, tenho quase certeza que
se passaram anos dês que cheguei no inferno, mesmo depois de tanto tempo esse
lugar só parecia piorar cada vez mais, , graças ao bom deus eu vou conseguir
sair desse lugar. O castelo negro estava no alcance da minha visão, mas alguma
coisa estava errada, eu caminhava e caminhava mais nunca me aproximava do
castelo, , depois de quase uma hora caminhando eu continuava na mesma
distância, não sei explicar como, mas eu nunca conseguia me aproximar do
castelo.
Uma sombra passa pelo “céu”, meio que de relance vi a
silhueta do anjo que me salvou, houve um tipo de explosão no ar, e a partir daí
eu pude ver uma membrana transparente, era isso que estava me impedindo de
continuar, sem querer outra vez aquele anjo havia me ajudado, mas o que ele
estava fazendo no castelo do diabo, isso já não importava mais pra mim, meu
único objetivo no momento era deixar esse lugar pra sempre.