segunda-feira, 23 de abril de 2012

3 Dias no Inferno – Parte 4



Fechei e abri meus olhos umas quatros vezes pra ter certeza se o que eu via era realmente real, como isso poderia ser mesmo real, essa pergunta não saia da minha cabeça, suas assas eram brancas como a neve, seu rosto era angelical, era impossível saber se era um rosto feminino ou masculino, eu nem ao menos sabia se anjos tinham sexo, seus olhos transmitiam bondade e amor como eu nunca tinha visto antes, não era um delírio ou algum truque de um demônio eu realmente tinha sido salvo por um anjo.

Rapidamente me recuperei, pois ele transmitiu uma fagulha de sua energia pra mim, logo que recuperado queria saber o que ele estava fazendo ali, queria fazer alguma coisa pra agradecê-lo, mas ele apenas me disse que estava com pressa e que seu nome era Fael, tentei acompanha-lo, mas ele era muito mais rápido que eu, depois de segundos ele desapareceu no horizonte.

 
Tive a esperança que ele pudesse me tirar desse lugar, não tive tempo de pedir então continuei minha jornada sozinho. Encontrei uma estrada asfaltada bem longa por sinal, e como já era de esperar o asfalto era feito de pessoas queimadas, eu já não me assustava mais com essas coisas, tive medo de aos poucos estar me tornando parte daquele lugar, olhei pro “céu” e vi nuvens vermelhas e pretas se formarem pra em seguida começar a chover, eu logo percebi que não era água que caia das nuvens, mas sim ácido, consegui me esconder debaixo de umas pedras, mas algumas pessoas que estavam mais a frente não tiveram a mesma sorte e foram derretidas aos poucos pelo ácido e se juntaram ao asfalto da estrada.

Assim que a chuva parou de vez continuei a caminhar pela estrada, esse era meu melhor plano, aquela estrada tinha que dar em algum lugar, eu perdi a noção do tempo já não sabia mais quanto tempo estava nesse lugar, isso não era importante nesse momento, o importante era sair o mais rápido possível. Depois de caminhar um bom tempo encontrei uma casa velha, escutei alguns gemidos vindos de dentro, espiei pela janela e uma mulher estava amarrada completamente nua, entrei e a desamarei, seu corpo era escultural, rosto delicado e seu cheiro era muito bom, por um momento pensei que fosse outro anjo, mas não era, era apenas uma mulher assustada que estava sendo castigada naquele lugar.


 
Enrolei sobre ela um pano que estava ali perto, cobriu só metade do seu corpo, seus seios farto ficaram de fora, como ela era linda e deliciosa, eu queria transar com ela ali mesmo naquele lugar imundo, depois que ela se insinuou pra mim foi o que aconteceu, foi um sexo bem violento, ela fincava as unhas nas minhas costas e rasgava a pele, me dava tapas e me mordia com cada mordida mais forte que a outra, ela não gemia mais urrava como um animal sendo abatido era muito estranho, mas ela era deliciosa e me deixei levar pelo momento, até que as coisa começaram a fugir do controle, no meio do sexo ela começou um processo de transformação, seu cabelo caiu, na sua testa dois pequenos relevos começaram a ganhar forma, dois buracos ficaram no lugar do seu nariz perfeito, seus dentes ficaram afiados, suas orelhas ficaram pontudas, seu olho agora estava vermelho e um pequeno bigode cresceu, seu corpo permaneceu igual, quando notei a besta horrenda que aquela linda mulher havia se transformado pulei pra longe, só agora tinha notado que ela não podia andar, aquela figura bestial vinha se arrastando até mim implorando por mais, senti nojo de mim mesmo, sem pensar duas vezes  peguei minhas roupas e sai daquele lugar rapidamente.


 
Caminhei por alguns minutos na estrada e já estava muito cansado, parecia que aquela besta tinha tirado toda a minha energia, eu não iria aguentar por muito tempo, mas algo me deu um gás a mais, minha força de vontade me fez continuar, no horizonte avistei um gigantesco castelo negro, maior que tudo que eu já tinha visto na vida, na terra não tinha algo parecido, era assustador e encantador ao mesmo tempo, só podia ser esse, eu tinha certeza que essa era a moradia do capeta, não sei se estou pronto pra encontra-lo, como ele deveria ser, com certeza era uma figura assustadora, me dava calafrios só de pensar.

O fim da minha jornada estava perto, tenho quase certeza que se passaram anos dês que cheguei no inferno, mesmo depois de tanto tempo esse lugar só parecia piorar cada vez mais, , graças ao bom deus eu vou conseguir sair desse lugar. O castelo negro estava no alcance da minha visão, mas alguma coisa estava errada, eu caminhava e caminhava mais nunca me aproximava do castelo, , depois de quase uma hora caminhando eu continuava na mesma distância, não sei explicar como, mas eu nunca conseguia me aproximar do castelo.

Uma sombra passa pelo “céu”, meio que de relance vi a silhueta do anjo que me salvou, houve um tipo de explosão no ar, e a partir daí eu pude ver uma membrana transparente, era isso que estava me impedindo de continuar, sem querer outra vez aquele anjo havia me ajudado, mas o que ele estava fazendo no castelo do diabo, isso já não importava mais pra mim, meu único objetivo no momento era deixar esse lugar pra sempre.


domingo, 8 de abril de 2012

Mil Anjos Mortos - A Primeira Revelação


"Que Deus faça de mim um espelho, pra que eu possa enxergar a verdadeira face de meus inimigos."

Tudo mudou em questão de segundos, o calor, o sol, o dia maravilhoso tinha desaparecido como se nunca tivessem existido, eu sou uma senhora de 70 anos sozinha e doente, minha família me esqueceu nessa casa faz um bom tempo não os culpo, fiz muita coisa errada durante minha vida fui uma mulher dura e fria com todos, mas eu tinha uma família pra comanda, pois meu marido era um frouxo, não o culpo ele tinha bom coração, eu estava tranquila quando o clima mudou e aquela chuva de pessoas caiu do céu, e uma dessas pessoas com asas caiu dentro da minha garagem.

- Quem está ai? – Falei em um tom áspero.

Houve um grande silêncio depois da minha pergunta que procedeu a gemidos de dor da criatura sangrando no chão, ele virou o rosto pra mim, como ele era bonito, seu rosto era puro mesmo banhado em sangue.

- Venha aqui criança, não tenha medo. – Falou o anjo.

Fiquei um pouco confusa, tenho 70 anos e posso ser tudo menos uma criança, cheguei perto dele, ele estava muito machucado suas asas estavam quebradas, mas seu olhar era de uma bondade que me dava uma coisa que não tive em toda minha vida, paz e felicidade.
- Doce criança, vocês são obras tão magnificas.

- Porque me chama de criança? – Ele riu depois que eu falei.

- A espécie de vocês é tão nova criança, que sabe tão pouco, 70 anos pra mim não passam de alguns minutos pela minha existência, tenho milhões de anos de contemplação do universo.

- Então Deus, o paraíso existem mesmo. - Me sentei no seu lado pra escuta mais.

- Ah sim criança, ele é o que vocês chamam de divino, ele é pura bondade, harmonia, talento, lealdade, amor e beleza.

- Eu nunca acreditei nessas coisas, nunca frequentei uma igreja, eu irei pro inferno então?

- Vocês são crianças tolas, entendem tudo errado, ele nunca quis que vocês o venerassem ou mesmo que acreditassem, ele só quer que vocês sejam pessoas boas e que façam o que é certo, mas vocês com a soberba e individualismo distorceram as suas palavras, mesmo assim ele ama vocês acima de tudo.

- Como é o paraíso, como faço pra... – Ele me interrompeu de força abrupta.

- Não temos tempo pra isso, esse paraíso não existe mais, eu não sei direito o que aconteceu, fui atacado pelas costas, mas eu tenho uma missão e você criança foi escolhida pra executa-la, pois minha vida não vai durar muito.

- Como assim, eu não posso, não tenho forças sou uma idosa e estou doente, o que eu posso fazer nesse estado.

O anjo chegou perto de mim e me beijou na testa, uma luz forte tomou conta da garagem e de repente eu estava curada e não só isso, eu estava com meus 20 anos novamente, no auge da minha beleza e força.

- O que eu devo fazer?

- Encontre uma garota, ela se chama Taiane, ela é a chave.

- Como vou acha-la? E como vou saber que é a certa?

-Não se preocupe criança você vai saber.

Ele estava morrendo em meus braços e eu nem sabia o seu nome.

- Meu nome é Angélica e o seu?

- Harahel – Ele disse antes de morrer.